Das 13 notas máximas em Minas Gerais, 10 foram de mulheres
Dentre os quase 4 milhões de candidatos que fizeram o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em 2019, apenas 53 tiraram nota máxima na redação, que teve como tema “Democratização do acesso ao cinema no Brasil”. Emmanulle Gomes de Faria, de 19 anos, foi uma das estudantes que conseguiram alcançar esse objetivo.
“Tudo o que eu aprendi sobre redação foi ao longo do ano, fazendo cursinho desde fevereiro. Eu fiz muitas redações, inclusive de temas ligados à cultura e à democratização da cultura. Não foi esse tema em específico, mas deu pra ter uma base”, disse.
Segundo Emmannuelle, que se preparou no Pré-Vestibular Bernoulli, um dos mais conceituados de Belo Horizonte, essa foi a sua primeira nota máxima em redação. “Eu nunca tinha ganhado destaque nas escolas em que frequentei. O interessante é que eu nunca chegava a 1.000. Tirava 970, 980…”, relatou.
“Quero cuidar de pessoas”
O sonho da estudante é fazer o curso de Medicina, um dos mais concorridos do país. E se ela passar na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) será melhor ainda. “Eu quero fazer Medicina porque eu gostaria muito de cuidar de pessoas. Mas o que eu mais quero é estudar na UFMG. Eu vou tentar em outras federais também, ver o Sisu. “Porque parece que a nota de corte será bem alta”, comentou. A jovem tirou 760 no Enem.
Conheça a história de Stela, também aluna de escola pública de BH que também tirou nota máxima na redação do Enem AQUI. Ao longo de todo o ano passado, a estudante Stela Terra Lopes, de 18 anos, esforçou-se para tirar uma boa nota na redação do Enem. Estudante de escola pública, ela fez aulas particulares para se aprimorar na escrita. A dedicação deu resultado: a garota, que se formou no ensino médio em 2019, tirou nota 1.000, a máxima na redação do Enem, divulgada nesta sexta-feira (17) pelo Ministério da Educação.
Dicas
Segundo a estudante, que nasceu em João Monlevade, região Central de Minas Gerais, ler constantemente é muito importante para se desenvolver um bom texto. “Uma coisa que ajuda muito é ler e em várias fontes diferentes. Eu fui formando um pensamento crítico ao longo da vida, e isso faz diferença para formular um bom argumento e ter repertório”, concluiu.
A professora de Português e Redação do Colégio Bernoulli Allanna Mátar, de 32 anos, deu algumas dicas de como fazer uma boa redação:
– Ter uma rotina de escrita bem definida
– Estabelecer um horário para poder escrever pelo menos uma vez por semana
– Reescrever textos antigos em que o resultado não foi satisfatório
– Ter um feedback da escrita, ou seja, algum professor ou monitor que corrija e dê uma nota
– Ter um horário semanal de leitura
– Ser bem atualizado sobre o que está acontecendo em sua região, no Brasil e no mundo
– Não escrever rascunhando ideias. É importante pensar em estratégias para consolidar o projeto do texto
A educadora atenta para o fato de que não só a nota 1.000 deve ser valorizada, mas as que chegam perto disso. “Ela chama muita atenção midiaticamente. São só 53 com essa nota e isso traz um reconhecimento. Mas é importante lembrar que notas altas, acima de 900, são muito boas. O aluno tem um desempenho bem similar”, comenta.
*Com informações de O Tempo.