Na edição do livro foram usados tipos Bodoni, a fonte mais usada no Jornal do Brasil
Desde a reforma conduzida por Odylo Costa, filho.
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“…Odylo era jornalista tanto como novelista, cronista e poeta. Um homem tranquilo, certamente leitor de Montaigne (não tenho quanto a isso a certeza de Gutemberg sobre suas leituras de Balzac e Baudelaire), mas “nos segredos serenos que fabrico/ vive um pouco de mago e saltimbanco”, confessava Odylo (Soneto da Tarde). Foi talvez um pouco dessa magia pessoal que transbordou em 1956 para a equipe responsável pela reforma do JB, consensualmente caracterizada como invenção de um novo jornal…” , trecho do prefácio de Muniz Sodré.
Escrito por Luiz Gutemberg, prefaciado por Muniz Sodré e com “orelha” de Celso Japiasssu, o livro “JB A Invenção do maior jornal do Brasil” reúne documentos fundamentais para a história do jornalismo no Brasil. Em suas 480 páginas, estão as mudanças lideradas por Odylo Costa, filho (1914-1979) no “Jornal do Brasil”, nos anos 1950. Cada capítulo, que pode ser lido quase individualmente como uma crônica, apresenta aos leitores uma meticulosa pesquisa de um dos veteranos que não apenas viu a história acontecer, como também fez parte dela. Gutemberg e Odylo foram colegas de redação e embora tivessem duas décadas de diferença de idade se tornaram amigos.
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Chamados carinhosamente de Odylo’s boys, Carlos Leonam, José Ruben Fonseca, José Sarney, Wilson Figueiredo, Valerio Andrade, Ziraldo, Castelinho, Pedro Gomes, Marcos Sá Correa e Sérgio Augusto, entre muitos amigos, compareceram na posse de Odylo na Academia Brasileira de Letras, em 24 de julho de 1970. A essa altura de sua trajetória como jornalista, cronista, novelista e poeta já havia completado mais de uma década que Costa, filho havia deixado o Jornal do Brasil, no qual assumiu a chefia de redação em 1956.
E, mesmo sendo motivo de disputa entre jornalistas a autoria da reforma no JB, Odylo Costa, filho (editor-chefe de 1956 a 1958) é apontado por muitos como o principal autor das ideias embrionárias e suas implementações iniciais da reforma do periódico que mais tarde se tornaria marco do moderno jornalismo brasileiro. E, como disse José Sarney o bem já estava feito, a reforma continuou, inevitável.
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Odylo enfrentou fortes resistências em diversos setores do JB, sobretudo das mentalidades apegadas às antigas fórmulas de se fazer jornal. Organizador da nova equipe que tocaria o JB, Odylo convidou o artista plástico Amílcar de Castro para reformular visualmente o jornal, a redação trouxe nomes como Jânio de Freitas, Carlos Lemos, Wilson Figueiredo, Hermano Alves, Luís Lobo, Ferreira Gullar, José Carlos de Oliveira e José Gonçalves Fontes para colocar em prática a emergência da reportagem, como gostava de dizer.
Em documentos que integram o Caderno de Imagens do livro, estão algumas das reproduções dos bilhetes originais escritos pelo próprio punho de Odylo que expressam os mandamentos que, segundo ele, toda a imprensa deveria seguir: “Objetivos: a) prestígio nas classes dirigentes; b) leitores nas classes populares.
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Para atingir o 1º objetivo […] é preciso: 1) melhorar a colaboração; 2) fazer com que o leitor do Jornal do Brasil encontre: a) todas as notícias de seu interesse, b) apresentadas com inteligência e senso jornalístico, i. é, c) revestidas de objetividade e independência.” E adiante, sobre um tema, mas valia para todos: “Melhor não ter do que não ter o melhor.”
Odylo Costa, filho escreve no depoimento que encerra o livro: “A pouco e pouco os quadros se organizaram. Depressa, depressa os focas amadureceram. Vocações literárias se afirmaram: quem ler o rodízio, no canto da página editorial, encontrará muito nome hoje famoso.
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Criou-se um Caderno de Estudos Brasileiros, onde geografia e história ombreavam com economia e vida internacional, e estreantes apareciam ao lado de mestres. Não consegui trazer para a redação Carlos Castello Branco, que depois recusou substituir-me mas terminou chegando, nem Heráclio Sales, que também veio, nem Prudente de Moraes, neto, mas Villas-Bôas Corrêa ainda fez as “Coisas da Política”.
Que alegria quando Alceu Amoroso Lima aceitou escrever toda semana….
Coisas e coisas se fizeram, muitas, tantas… No fim de 1958, Rubem Braga escreveu: “O ano foi do Jornal do Brasil”. Havia sido”, escreve Odylo Costa,filho no depoimento que encerra o livro.
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Odylo entrou em discordância por uma série de motivos com Nascimento Brito, genro da Condessa, e deixou o JB em dezembro de 1958.
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Luiz Gutemberg nasceu em Maceió, AL, em 1937. Editor, jornalista, biógrafo, romancista, trabalhou nos principais veículos de comunicação do Brasil (Jornal do Brasil, Veja, JOSÉ-jornal da semana inteira, Jornal de Brasília, Rede Bandeirantes). Autor de nove livros, entre eles MOISÉS-Codinome Ulysses Guimarães, O jogo da gata parida, Rendez-vous no Itamaraty, Cadastro geral dos suspeitos de ódio ao Presidente, vive atualmente em Brasília.
O jornalista Odylo Costa, filho nasceu a 14 de dezembro de 1914, em São Luís do Maranhão, e, em 1930, veio com a família para o Rio, bacharelando-se em Direito pela Universidade do Brasil, em 1933. Aos 15 anos de idade, já era jornalista no semanário “Cidade Verde”, em Teresina, cidade onde passou um curto período antes de se radicar no então Distrito Federal.
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Ingressa no “Jornal do Comércio”, do Rio, em 1931. Em 1933, ganhou o prêmio “Ramos Paz” da Academia Brasileira de Letras, com o livro, inédito, “Graça Aranha e Outros Ensaios”. Três anos mais tarde, em colaboração com Henrique Carstens, publicou o “Livro de Poemas de 1935”, e nove anos depois publica “Distrito da Confusão”, uma coletânea de artigos de jornal em que, nas possíveis entrelinhas, fazia a crítica do regime ditatorial instaurado com o advento do Estado Novo em 1937.
Depois do “Jornal do Comércio”, onde permaneceu até 1943, Odylo Costa, filho foi sucessivamente fundador e diretor do semanário “Política e Letras”; diretor de “A Noite” e da Rádio Nacional; chefe de redação do “Jornal do Brasil”; diretor da “Tribuna da Imprensa” e da revista “Senhor”. Foi ainda secretário de “O Cruzeiro-Internacional” e diretor de redação de “O Cruzeiro”. Foi diretor da revista “Realidade” e dirigiu a redação carioca da revista “Veja”.
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Foi adido cultural da Embaixada do Brasil em Portugal. Escreveu uma peça infantil inspirada no poeta Manoel Bandeira e fez crítica literária, sendo ainda secretário de imprensa no governo Café Filho. Foi constantemente cronista em importantes jornais e escreveu inúmeros livros, dentre eles o romance “A Faca e o Rio”, transformado em filme pelo cineasta holandês G. Sluizer, o livro de contos Histórias da Beira do Rio e os livros de poesia Boca da Noite e Cantiga Incompleta. Estão hoje reunidas em livro suas Poesias Completas e suas Crônicas Escolhidas.
SERVIÇO
Lançamento / livro: ‘JB A Invenção do maior jornal do Brasil – conduzida por Odylo Costa, filho’ – escrito por Luiz Gutemberg
Mesa com a participação Octávio Costa, Luiz Lobo, Merval Pereira e Mario Feijó / Coordenação Geraldo Carneiro
Dia 11 de abril | quinta- feira | às 17h30
Local: ABL – Sala José de Alencar / Academia Brasileira de Letras – Av. Presidente Wilson, 203 – Castelo CEP 20030-021 Rio de Janeiro, RJ
Entrada Franca / O evento será transmitido ao vivo a partir das 17:25 – canal da ABL no YouTube
Informações: @abletras_oficial / Tel.: (21) 3974-2500
Título: “JB A Invenção do maior jornal do Brasil” conduzida por Odylo Costa, filho
Escrito por: Luiz Gutemberg
Prefaciado por: Muniz Sodré
E “orelha” de: Celso Japiasssu
Idealizadora: Teresa Costa d’Amaral
Editor responsável (Aeroplano): Claudio Varela
Pesquisa documental: Antonia Costa
Edição: Janice Florido
Preparação de textos: Fátima Couto Revisão: Eliel Cunha, Virgínia Leão
Projeto gráfico: Victor Burton Diagramação: Adriana Moreno
Editora: Aeroplano editora
480 páginas
ISBN-10: 8578201426
ISBN-13: 978-8578201425
Dimensões: 16 x 3 x 23 cm
Preço: R$ 89,90
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Apresentação | Sumário / Prefácio / Muniz Sodré 17 Introdução / História linear 21 Zero / Apocalipse 33 | 1 – O dia do Juízo 49 | 2 – A condessa 59 | 3 – A sucessão 73 | 4 – Marquês de Marialva 85 | 5 – Os cadáveres 99 | 6 – Maneco 115 | 7 – Perdigueiro 127 | 8 – “The Philadelphia Bulletin” 141 | 9 – Perigault 153 | 10 – O chefe da redação 165 | 11 – Parque de diversões 181 | 12 – Tempos de JK 191 | 13 – A contrarregra 207 | 14 – A pauta 219 | 15 – Chantagem 235 | 16 – Hermano 251 | 17 – Amilcar 265 | 18 – Figueiredo 279 | 19 – L. F. Mercadante 295 | 20 – Roberto Marinho 307 | 21 – Dai-me uma rosa! 323 22 – JB 335 | 23 – A folha-seca 343 | 24 – Quebra xícara 353 | 25 – Carlos Lemos 365 | 26 – Trótski e o suicida 375 | 27 – Virgílio e Tristão 385 | 28 – A orquestra 399 | 29 – Me dá um dinheiro aí! 421 | 30 – As torres da condessa 431 | Vinte anos depois / Odylo Costa,filho 455 Caderno de imagens / Odylo e seu jornal 465
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