Rocinante Três Selos lança Malásia, clássico de Djavan. Faixas como Que foi My Love e Nem Um Dia estão na edição que chega na esteira do aniversário de 76 anos do cantor e compositor alagoano
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Para comemorar os 76 anos do mestre Djavan, a Rocinante Três Selos pela primeira em vinil o clássico álbum Malásia. Em vinil vermelho de 180 gramas, esta edição limitada é uma verdadeira celebração da obra de um dos maiores nomes da nossa música, com uma produção que resgata a essência do disco em um formato analógico de alta qualidade, ideal para os fãs e colecionadores.
Lançado originalmente em 1996, Malásia é o terceiro disco de Djavan na década de 1990, período em que o artista se consolidou como um dos grandes nomes do cancioneiro popular brasileiro, lançando nada menos que quatro discos de estúdio e dois volumes ao vivo, incluindo os aclamados Coisa de Acender (1992), Novena (1994), Bicho Solto O XIII (1998) e Ao Vivo Volume 1 e 2 (1999).
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Malásia traz reflexões, sofisticações e graciosidades que se destacam não apenas nas composições, mas também nos arranjos criados por Djavan. Pela primeira vez, o artista se desdobrou no campo dos arranjos de cordas, metais e percussões, revelando uma nova faceta de seu talento. “Arranjo, assim como tudo, é uma coisa que você só aprende fazendo. Quanto mais você faz, mais você descobre os meandros do que é um arranjo, do que ele precisa ter para atender a necessidade de uma música. Passou a ser uma necessidade vital para mim”, declarou Djavan na época.
A faixa título Malásia é uma louvação ao amor incondicional, onde Djavan canta sobre esse sentimento profundo e os sacrifícios que ele requer. O disco ainda traz “Que Foi My Love?”, uma canção elegante e sutil com influências que vão do swing e do blues afro-americano ao jazz pop sofisticado, à la Steely Dan. Já “Sêca” é uma canção que denuncia o sofrimento do povo nordestino, sua luta e resiliência. E não podemos esquecer de Nem Um Dia, um dos maiores sucessos de Djavan, que se tornou obrigatória em suas apresentações ao vivo.
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Malásia é um retrato fiel de Djavan em um momento de sua carreira, onde ele se expressa artisticamente de forma única e singular. A edição da Rocinante Três Selos oferece uma experiência de audição imersiva, trazendo toda a emoção e profundidade do disco para os ouvidos dos fãs.
DISCO ‘MALÁSIA’ • Djavan • Rocinante Três Selos • 2025
Canções / compositores
Lado A
1. Que foi my love? (Djavan)
2. Sêca (Djavan)
3. Nem um dia (Djavan)
Lado B
4. Não deu… (Djavan)
5. Deixa o sol sair (Djavan)
6. Tenha calma (Djavan)
Lado C
7. Irmã de Neon (Djavan)
8. Cordilheira (Djavan)
9. Malásia (Djavan)
Lado D
10. Coração leviano (Paulinho da Viola)
11. Sorri (Charles Chaplin, J. Tuner, G. Parsons / versão João de Barro)
12. Correnteza (Tom Jobim e Luiz Bonfá)
– ficha técnica –
Djavan (voz – fx. 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12; guitarra – fx. 1, 6, 7, 9; violão – fx. 2, 3, 5, 8, 11, 12; tambor chileno – fx. 7; violão elétrico – fx. 8; violões – fx. 10) | Arthur Maia (contrabaixo – fx. 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 12) | Paulo Calasans (teclados – fx. 1, 2, 3, 6, 8, 9, 11; piano – fx. 4, 5, 10, 12) | Carlos Bala (bateria – fx. 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 12) | Armando Marçal (percussão – fx. 1, 2, 3, 5, 7, 8, 9, 10, 12) | Marcelo Martins (sax alto – fx. 1, 3, 5, 7; sax soprano – fx. 9; sax tenor – fx. 9; flauta – fx. 8, 12) | François de Lima (trombone – fx. 1, 2, 3, 7, 9) | Walmir de Almeida Gil (trompete – fx. 1, 3, 4, 5, 7, 9; flugelhorn – fx. 3) | Mariana Isdebsky Salles (violino – fx. 12) | Ricardo Amado (violino – fx. 12) | Jairo Diniz (viola – fx. 12) | Marcus Ribeiro Oliveira (violoncelo – fx. 12) | Direção musical: Djavan | Arranjos de base, metais e cordas: Djavan | Produtor: Djavan | Assistente produção musical: Paulo Calasans | Produção executiva: Mara Rabello | Engenheiros de gravação: Márcio Gama e Enrico di Poli | Engenheiro de mixagem: Enrico di Paoli | Assistentes de estúdio: Marco Hoffer, Marcelo Hoffer (Load) e Marcos Vicente | Assistente técnico: Geraldo Tavares | Gravado no estúdio Impressão Digital (RJ), de maio a agosto de 1996 | Masterizado por Ricardo Garcia no Magic Master Estúdio (RJ) | Paulo Calasans usou teclados General Music (Gem) | Agradecimentos a Roger Sadowski | Capa e coordenação gráfica: Carlos Nunes | Fotos: Milton Montenegro | Produtora: Luanda Promoções Artísticas || Edição Rocinante / Três Selos 2025 – Coordenação geral: João Noronha, Sylvio Fraga e Wladymir Jasinski | A&R: Márcio Rocha e Rafael Cortes | Coordenação gráfica: Mateus Mondini | Coordenação técnica: Pepê Monnerat | Coordenação de prensagem: Vinícius Crivellaro | Licenciamento: Daniel Moura e Joe Lima | Texto e edição de conteúdo: Bento Araújo | Comunicação e marketing digital: Dayw Vilar e Tathianna Nunes (Pantim) | Direção de arte: Bloco Gráfico | Design: Pedro Caldara | Masterização para vinil: Pepê Monnerat | Selo: Rocinante Três Selos | Cat.: R3-032 | Formato: LP / Vinil | Ano: 2025 | Relançamento: | ♪Ouça o álbum: clique aqui | ♩O disco está disponível exclusivamente pelo site rocinantetresselos.com
Malásia – Djavan
por Bento Araujo
Os anos 90 foram incríveis. A música brasileira promoveu mais uma de suas fugazes reviravoltas, se auto reinventando — seja revelando novos artistas e grupos, ou promovendo o ressurgimento de ícones já estabelecidos — tudo debaixo da premissa de que maior barato era, enfim, ser brasileiro e parar de imitar o primeiro mundo, como muito do pop nacional fez nos anos 80.
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Quanto aos grandes nomes da música brasileira que buscavam algum ressurgimento artístico no início dos anos 90, a bola da vez era apostar no formato vídeo, com a chegada da MTV ao Brasil. A música se tornava mais visual do que nunca por esses lados, porém os discos ainda saíam, e vendiam, aos montes: Gil e Caetano mergulhavam em sequências neotropicalistas, Tom Zé era redescoberto por David Byrne e apresentado ao mundo, Os Mutantes eram amados por Kurt Cobain e tiveram sua discografia finalmente disponibilizada em formato digital, enquanto que Jorge Ben e Tim Maia lideravam a preferência juvenil com seus shows concorridos pelo país e seus novos CDs registrados ao vivo, repletos de sucessos.
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Existiam também aqueles que apenas continuavam compondo e produzindo música de alto nível, tocando suas carreiras sem se preocupar com nenhuma dessas reviravoltas da indústria do disco e da MPB. A preocupação era enfileirar álbuns irretocáveis, tanto em estúdio como ao vivo. Chico Buarque era um deles. Djavan era outro.
Na década de 1990 o ilustre alagoano lançou nada menos que quatro discos de estúdio e dois álbuns ao vivo: Coisa de Acender (1992), Novena (1994), Malásia (1996), Bicho Solto O XIII (1998) e Ao Vivo Volume 1 e 2 (1999). Uma sequência dessa, naquela altura do campeonato, só poderia ter sido protagonizada por um dos mestres do nosso cancioneiro popular.
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Sortido e expansivo, Malásia contém reflexões, sofisticações e graciosidades. É um álbum onde Djavan além de cantar, compor, interpretar, tocar e produzir, também se desdobra (pela primeira vez) pelo campo dos arranjos de cordas, metais e percussões.
“Arranjo, assim como tudo, é uma coisa que você só aprende fazendo. Quanto mais você faz, mais você descobre os meandros do que é um arranjo, do que ele precisa ter para atender a necessidade de uma música. Passou a ser uma necessidade vital para mim. Assim como uma pintura, as músicas também precisam as vezes de uma moldura. Saber identificar isso é algo que somente o tempo trás. Eu gosto muito do arranjo de cordas de ‘Correnteza’, é muito bonito e é uma coisa que me deu uma grande alegria de ter feito”, contou o artista sobre seu ofício de arranjador e sua versão para a canção de Tom Jobim e Luiz Bonfá. Além de arranjar o material, Djavan também fez algo até então pouco usual em sua carreira, regravou canções de outros compositores, como a própria “Correnteza”, o samba “Coração Leviano” de Paulinho da Viola e a versão de Braguinha para o clássico “Smile” de Chaplin, aqui batizada como “Sorri”.
Na faixa título, Djavan faz uma louvação ao amor incondicional, aquele que tudo se faz por ele, até mesmo partir rumo à Malásia em sua busca. O amor cantado por Djavan é belo, porém plangente e como tal requer sacrifícios e vicissitudes. O disco traz também “Que Foi My Love?”, distinta, elegante, sutil e com influências que vão do swing e do blues afro-americano ao jazz pop sofisticado do Steely Dan. Já “Sêca” atenta para o sofrimento do povo nordestino, sua luta e sua resiliência. Em Malásia está um dos maiores sucessos de Djavan, “Nem Um Dia”, desde então obrigatória em todas as apresentações do cantor. A canção ganhou um clipe com alta rotatividade na MTV e alavancou ainda mais às vendas do CD.
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Malásia também aborda melancolia, como em “Não Deu”, uma reflexão sobre sonhos não realizados e sobre a dor da desilusão, ou em “Tenha Calma”, delicada e vulnerável súplica à pessoa amada, e à angústia de uma possível ausência desse amor. Por outro lado, “Deixa o Sol Sair” e “Cordilheira” são ensolaradas, exaltando a imensidão da natureza em sinergia com o amor verdadeiro e transformador, capaz de iluminar até os momentos mais sombrios. “Irmã de Neon” é sobre uma figura feminina idealizada, admirada, onde devoção e desejo se misturam entre o sagrado e o profano. A canção ganhou um clipe, belíssimo, com Djavan em Barcelona.
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Eclético, expansivo, afável e espontâneo, Malásia é um fiel retrato de seu criador naquela altura da carreira. Poder escutá-lo, finalmente em formato vinil, é uma celebração à natureza desse grande artista da música brasileira.
Projeto Rocinante Três Selos
A paixão pelo vinil une três grandes nomes do mercado nacional em uma colaboração inédita. A fábrica Rocinante, localizada em Petrópolis, agora prensará uma seleção exclusiva de discos a partir de novembro, em uma parceria com a Três Selos. Esta curadoria, licenciada pela própria Rocinante, conta também com a contribuição da Tropicália Discos, uma loja icônica do Rio de Janeiro com mais de 20 anos de expertise na divulgação da música brasileira.
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Essas referências do mercado se unem para apresentar com excelência algumas das obras mais marcantes da música brasileira, incluindo nomes consagrados como Chico César, Gilberto Gil, Pabllo Vittar, Hermeto Pascoal, Novelli, Tulipa Ruiz, Céu, Baiana System, Barão Vermelho, Anelis Assumpção, Dona Onete, Alceu Valença, Os Orixás, Chico Buarque. Com um projeto gráfico inovador e utilizando as melhores prensas de vinil do país, essa parceria promete elevar ainda mais a música brasileira, celebrando sua riqueza e diversidade em cada lançamento.
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Série: Discografia da Música Brasileira / MPB / Canção / Álbum.
* Publicado por ©Elfi Kürten Fenske
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