Disco Ouvindo Paulinho da Viola traz duas composições inéditas, incluindo a valsa Carinhosa, de Mário Sève em parceria com o celebrado sambista.
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No ano de 2022 comemoramos os 80 anos de um grande personagem de nossa história musical: Paulinho da Viola. O que muitos de nós pouco sabemos é que o famoso sambista é legítimo herdeiro de mestres chorões da importância de Pixinguinha, Jacob do Bandolim, Canhoto da Paraíba e Radamés Gnattali. “O choro é o gênero musical que mais me comove”, diz Paulinho da Viola. Seus geniais choros e suas belíssimas valsas dão sentido à essa afirmação. Ele tem sido aclamado como um dos principais compositores e intérpretes contemporâneos desses dois gêneros musicais brasileiros. Em 1976, após sua atuação diante dos clubes de choro pelo Brasil e a montagem do seu antológico espetáculo carioca Sarau, que marcou o ressurgimento do Conjunto Época de Ouro, criado por Jacob do Bandolim, Paulinho da Viola lançou um LP que revolucionou a história do choro: Memórias Chorando.
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Ouvindo Paulinho da Viola é um disco com 12 choros e valsas de Paulinho da Viola. O álbum que está disponível com exclusividade nas plataformas digitais, distribuído pela produtora e gravadora Kuarup, inclui temas consagrados, como Choro Negro e Sarau Para Radamés, apresenta obras com parceiros e duas inéditas, o choro Chuva Grossa Molha Mesmo e a valsa Carinhosa, esta composta com Mário Sève. Flautista, saxofonista e integrante do seleto grupo de Paulinho da Viola, Sève é também co-autor do choro Vou-me Embora Pra Roça, lançado no último álbum Sempre se Pode Sonhar, do compositor e sambista.
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Mário Sève escreveu a tese Os Saraus de Paulinho da Viola: Choros, Valsas e Memórias. Indicada ao Prêmio CAPES 2020, a pesquisa de doutorado relaciona a criação artística do cantor, instrumentista e compositor às suas experiências de infância e juventude, quando frequentou o ambiente dos chorões e seresteiros com seu pai, o violonista César Faria, e quando conviveu com movimentos musicais que emergiam no ambiente da música brasileira. Instrumentistas alinhados com a obra de Paulinho realizaram as gravações dos choros e valsas deste projeto. Entre eles, estão os artistas Cristovão Bastos, Luciana Rabello, Luiz Otávio Braga, Kiko Horta, Hugo Pilger e integrantes do grupo de Paulinho da Viola, como Celsinho Silva, Dininho, Adriano Souza e Mário Sève. As gravações articulam os sentidos da tradição e da modernidade, dicotomia que atravessa toda a obra Paulinho da Viola. Os arranjos são de Mário Sève e Cristovão Bastos. O projeto gráfico da capa do álbum é de Bento Andreato, sobre a ilustração de seu pai, o genial Elifas Andreato, também criador do título Ouvindo Paulinho da Viola. Grande entusiasta e apoiador deste projeto, Elifas Andreato nos deixou antes de vê-lo concluído. O grande ilustrador tem sido o autor da identidade visual dos LPs, CDs e DVDs de Paulinho durante quase toda sua carreira. Há muito tempo não havia um disco instrumental tão próximo do estilo criado na obra Paulinho da Viola. Esses novos registros de seus choros e valsas são uma reverência às origens musicais do mestre e uma grande homenagem aos seus 80 anos. Gravado e editado por Paulo Delorenci no estúdio Radamés Gnattali, na UNIRIO, localizado no bairro da Urca, Rio de Janeiro, entre fevereiro e junho de 2019. Mixado e masterizado por Sérgio Lima Netto no Studio Araras, localizado em Petrópolis, Rio de Janeiro, entre agosto e setembro de 2022.
DISCO “OUVINDO PAULINHO DA VIOLA” • Mário Sève • Selo Kuarup • 2022
Músicas/compositores:
1. Choro negro (Paulinho da Viola e Fernando Costa)
2. Abraçando Chico Soares (Paulinho da Viola)
3. Sarau para Radamés (Paulinho da Viola)
4. Carinhosa (Paulinho da Viola e Mário Sève)
5. Vou-me embora pra roça (Paulinho da Viola e Mário Sève)
6. Um choro pro Waldir (Paulinho da Viola e Cristovão Bastos)
7. Eu e minha sogra (Paulinho da Viola)
8. Chuva grossa molha mesmo (Paulinho da Viola)
9. Valsa da vida (Paulinho da Viola)
10. Itanhangá (Paulinho da Viola)
11. Beliscando (Paulinho da Viola)
12. Inesquecível (Paulinho da Viola)
– ficha técnica –
Mário Sève (sax soprano – fx. 1, 2, 4, 5, 6, 11; sax tenor – fx. 2, 7, 8, 11; sax alto – fx. 10, 12; flauta – fx. 3, 7, 8, 9, 10; flautas em sol – fx. 4; flautim – fx. 7, 8) | Adriano Souza (piano – fx. 2, 3, 4, 5, 7, 8, 9, 10, 11) | Cristovão Bastos (piano – fx. 6, 12) | Luiz Otávio Braga (violão de 7 cordas “solo e acompanhamento” – fx. 2, 8; violão de 7 cordas – 3, 4, 5, 6, 7, 9, 10, 11) | Dininho Silva (baixo – fx. 2, 3, 5, 6, 8, 9, 10, 11) | Jefferson Lescowich (baixo acústico – fx. 4) | Jorge Filho (cavaquinho – fx. 1, 2, 3, 5, 8, 9, 10) | Luciana Rabello (cavaquinho “solo e acompanhamento” – fx. 6, 11) | Almir Côrtes (bandolim – fx. 3) | Kiko Horta (acordeão – fx. 2, 5, 9, 10) | Hugo Pilger (violoncelos – fx. 1,) | Rui Alvim (clarinete – fx. 3, 8) | Celsinho Silva (pandeiro – fx. 2, 3, 5, 6, 7, 8, 10, 11; caixeta – fx. 2, 3, 5, 11; reco-reco – fx. 2, 3, 5, 10, 11; pratos – fx. 3; tamborins – fx. 7, 8; ganzá – fx. 10; palmas – fx. 7, 8) || Direção musical: Mário Sève | Arranjos: Mário Sève (fx. 1, 2, 4, 5, 7, 8, 9, 10, 11) / Cristovão Bastos – fx. 6, 12) / Adaptação: Mário Sève (fx. 3) | Gravação e edição: Paulo Delorenci / estúdio Radamés Gnattali – UNIRIO, Urca – Rio de Janeiro/RJ, entre fevereiro e junho de 2019 | Mixagem e masterização: Sérgio Lima Netto / Studio Araras – Petrópolis/RJ, entre agosto e setembro de 2022 | Projeto gráfico (capa do álbum): Bento Andreato / sobre a ilustração de seu pai | Arte de capa: Elifas Andreato
Selo: Kuarup
Ano: 2022
Formato: CD / Digital
#* Ouça o disco na sua plataforma musical favorita. Clique aqui!
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Mário Sève celebra Paulinho da Viola em show no teatro do Sesc 24 de Maio – São Paulo/SP | 27 de abril (2023) | 20h | Lançamento do álbum “Ouvindo Paulinho da Viola” (Kuarup) | * ficha técnica do show: Mário Sève (sopros e arranjos), Adriano Souza (piano), Celsinho Silva (percussão), Dininho (baixo), Jorge Filho (cavaquinho), Kiko Horta (acordeão) e Luiz Otávio Braga (violão de sete cordas). Mais informações: SESC SP.
Sobre Paulinho da Viola
Nascido em 12 de novembro de 1942, em Botafogo, na cidade do Rio de Janeiro, Paulo César Baptista de Faria viveu sua infância e juventude presenciando músicos de choro e seresteiros em encontros musicais promovidos ora em sua própria casa, ora na casa do virtuoso Jacob do Bandolim, a quem seu pai, o grande violonista César Faria, acompanhava sistematicamente ao violão. Passou a estar próximo não só de Jacob, mas de uma infinidade de outros grandes instrumentistas e compositores, tais como Pixinguinha, Radamés Gnattali, Altamiro Carrilho, Jonas Silva, Dino Sete Cordas e Canhoto da Paraíba entre muitos outros chorões. Desde cedo, também, participou de blocos e agremiações carnavalescas em seu bairro e em subúrbios cariocas. A partir de meados dos anos 1960, passou a atuar como violonista no restaurante com música ao vivo Zicartola, famoso ponto de encontro de artistas e intelectuais, e a frequentar a Escola de Samba Portela, grande campeã do Carnaval. Recebeu o nome artístico de Paulinho da Viola e tornou-se amigo de Hermínio Bello de Carvalho, Cartola, Nelson Cavaquinho, Zé Kéti, Clementina de Jesus e, posteriormente, integrante da ilustre ala dos compositores portelenses, chegando a vencer o Carnaval de 1967 com seu samba enredo Memórias de um Sargento de Milícias. Por volta do mesmo período, entre 1966 e 1968, Paulinho frequentou o Teatro Jovem e morou na pensão Santa Teresinha (conhecida como Solar da Fossa), convivendo com diferentes profissionais da área cultural, entre músicos, atores, diretores de teatro e TV, escritores e poetas que lá frequentavam ou moravam. Após atuar no espetáculo Rosa de Ouro, participou dos festivais de música televisivos, sempre com muito sucesso, incluindo os primeiros lugares com Sinal Fechado e seu megassucesso Foi um Rio que Passou em Minha Vida. Uniu e nomeou, em 1970, o lendário grupo A Vellha Guarda da Portela para a produção de um disco, um coletivo de tradicionais sambistas dos terreiros da escola (como Manacéa, Casquinha, Alberto Nonato, Monarco, etc.), que passou com frequência a integrar seus shows e registros fonográficos. Junto a seu cavaquinho, seu violão e sua aveludada voz, Paulinho construiu uma das discografias mais íntegras no cenário da música brasileira, mesclando novas e antigas ideias, em obras suas e de outros compositores, a partir dos universos aos quais foi sempre relacionado, o samba e o choro. Após ter gravado as instrumentais Abraçando Chico Soares e Choro Negro em seus primeiros álbuns de carreira, após ter dirigido com jornalista Sérgio Cabral, em 1973, o exitoso espetáculo Sarau, de seu grupo com o Conjunto Época de Ouro, integrado por seu pai, mas agora sem o Jacob, Paulinho virou um dos pivôs na revitalização do choro por uma nova geração hoje atuante. Participou do movimento de criação dos chamados clubes de choro e, em 1976, lançou os antológicos álbuns Memórias 1 – Cantando e Memórias 2 – Chorando, em que gravou músicas tradicionais, ao lado de inéditas autorais, que se perpetuaram em suas interpretações. Compôs e gravou, em 1978, o paradigmático choro Sarau Pra Radamés. Herdeiro de grandes mestres, pode-se afirmar que Paulinho da Viola é um dos mais respeitados músicos do nosso atual choro, um gênero instrumental que ele não deixa de cultivar em suas novas composições, gravações e apresentações. Sempre acompanhado da peculiar sonoridade de seu grupo, o músico tem desenvolvido, em discos, filmagens, depoimentos, documentários, em palcos do Brasil e do exterior. Uma carreira brilhante, criativa e coerente, se referindo costumeiramente, como compositor ou intérprete, às sólidas experiências vividas no universo do choro, da seresta e do samba, suas memórias musicais.
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Sobre Mário Sève
Saxofonista, flautista, compositor e arranjador, é fundador dos quintetos Nó em Pingo D´água e Aquarela Carioca. É mestre e doutor em música e integra o grupo de Paulinho da Viola desde 1976. Foi diretor do Centro de Referência da Música Carioca e escreveu os livros Vocabulário do Choro, Songbook Choro e Choro Duetos. Lançou os CDs Bach & Pixinguinha, Choros, Por Que Sax?, Pixinguinha+Benedito, Casa de Todo Mundo, Canción Necesaria, Mário Sève e o DVD Samba Errante. Possui obras gravadas por Monica Salmaso, Cecilia Stanzione, Clara Sandroni, Roberta Sá, Carol Saboya e atuou com Ney Matogrosso, Alceu Valença, Geraldo Azevedo, Guinga, Ivan Lins, Leila Pinheiro, Marisa Monte, Zeca Pagodinho, Moraes Moreira, entre outros. Idealizou e produziu o CD A Paixão Segundo Catulo para o Selo SESC e as séries MP, A & B – Argentina e Brasil, Encontros Virtuais e A Paixão Segundo Catulo para os CCBBs RJ, BH e DF. Em 2021, idealizou e dirigiu o exitoso festival 6º Rio Choro — Mostra Virtual Competitiva, lançou o livro Fraseado do Choro: Uma Análise de Estilo por Padrões de Recorrência (Editora Irmãos Vitale) e o single autoral Justo Ahora (Mills Records), com Cecilia Stanzione e Ney Matogrosso. Recentente, foi premiado pelo CNPq para realizar (na UNIRIO, em 2022) uma pesquisa de pós-doutorado sobre a memória e a criação artística na obra seresteira do violonista e compositor Guinga.
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Sobre a Kuarup
Especializada em música brasileira de alta qualidade, o seu acervo concentra a maior coleção de Villa-Lobos em catálogo no país, além dos principais e mais importantes trabalhos de choro, música nordestina, caipira e sertaneja, MPB, samba e música instrumental em geral, com artistas como Baden Powell, Renato Teixeira, Ney Matogrosso, Wagner Tiso, Rolando Boldrin, Paulo Moura, Raphael Rabello, Geraldo Azevedo, Vital Farias, Elomar, Pena Branca & Xavantinho e Arthur Moreira Lima, entre outros.
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Série: Discografia da Música Brasileira / MPB / Canção.
* Publicado por ©Elfi Kürten Fenske
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