A jornalista e escritora Mazé Torquato Chotil está chegando ao Brasil para o lançamento de seu novo livro Jornal de Bordo: Brasil 2021. Dessa vez a autora que já escreveu biografias, ensaios e romances, aborda a poesia em prosa. Residente em Paris, ela revisita no livro, seu país após pandemia, em 2021.
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A obra em questão é marcada pela intensidade de um olhar expatriado, um desfilar de versos que relembram o leitor de todos os horrores e dificuldades do segundo ano de pandemia, mas também lançam nova luz sobre a nossa brasilidade, uma releitura da realidade brasileira por quem tem a chance de olhar o país de fora.
“Uma das propostas do meu livro”, diz a autora, “é essa de ver o Brasil após a pandemia. Uma viagem de redescoberta do país dois anos depois da minha última estadia”.
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Mazé expõe por meio de sua poesia vários sentimentos, escreve sobre seus encontros e redescobertas diante do país onde nasceu e cresceu. “Eu vejo um Brasil múltiplo”, ela continua, “com seus pontos positivos e negativos. Um país visto por olhos ‘novos’, com suas contradições e possibilidades”, finaliza.
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No texto de orelha, o escritor Rafael Belo assim apresenta o livro: “Olhar o olhar de Mazé é assistir um filme real. Ao vivo de tudo que passamos sem passar panos ou amenizar. […] Neste reflexos e reflexões, as partidas ainda doem […] Saber da morte, ouvir a morte e o restante, tudo de longe, distante para evitar o contágio, parece, ainda hoje, fazer o oposto. […] É neste encontro diário que somos abordados a bordo e bordados no ponto mais extremo dos lugares, deixando que cada um de nós sinta frio. Frio na barriga, na pele da decisão… Nada vai esquentar se não deixarmos o sol entrar em ação diante da nossa paralisia, é hora da terapia, sentar e sair desta orelha de livro para entrar de vez neste Jornal de bordo.”
SOBRE A AUTORA
Mazé Torquato Chotil é jornalista e escritora, nascida em Glória de Dourados-MS morou em Osasco-SP por mais de 10 anos e vive em Paris desde 1985, onde desenvolve atividades culturais. Doutora em ciências da informação e da comunicação (Paris VIII) e pós-doutora (EHESS), tem 12 livros publicados (cinco em francês), dentre esses, destacam-se Na sombra do ipê; Nascentes vivas para os povos Guarani, Kaiowá e Terena; Na rota de traficantes de obras de arte; Maria D’Appparecida: negroluminosa voz; José Ibrahim: O líder da grande greve que afrontou a ditadura; Lembranças do sítio e Lembranças da Vila.
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AGENDA
6/5, 10h30, Flipoços, MG, Biblioteca Centenário: Apresentação e conversa sobre Na sombra do ipê
9/5, 19h30: Rotary Jandira, SP: Entre França e Jandira as poesias de Mazé Torquato Chotil e Marco Torquato Ramalho
11/5: 15h FIURJ- Faculdade Instituto Rio de Janeiro Avenida Rio Branco, Nº 277 Rio de Janeiro Festival Paroles et Merveilles, sobre Maria d’Apparecida negroluminosa voz
12/5, 19h30: Aliança Francesa de São Paulo Rua Gen. Jardim, 182 – Vila Buarque, São Paulo
13/5, 15h: Bar do Necão, Av. Olavo Bilac, 419 – Km 18 Osasco-SP
17/5, 18h-20h: Casa das Rosas (Jardim) Av. Paulista, 37 – Bela Vista, São Paulo
24/5, 19h: SESC Cultura Av. Afonso Pena, 2270 – Centro, Campo Grande – MS,
25/5, 19h: Academia Sul-mato-grossense de Letras, palestra sobre a tradução da literatura brasileira na França. Rua 14 de Julho, 4653 – Altos do São Francisco, Campo Grande – MS
SERVIÇO
Livro: Jornal de Bordo: Brasil de 2021, poesia
Autora: Mazé Torquato Chotil
Texto orelha do livro: Rafael Belo
Editora: Penalux
Ano: 2023
Páginas: 80
Valor: R$ 42
Disponível/encomenda: Editora Penalux. Clique aqui.
Sinopse: Com uma carreira literária que conta com 12 publicações, Mazé Torquato Chotil é uma experiente e magnífica escritora e agora apresenta a sua 13ª obra: Jornal de bordo: Brasil de 2021. Podendo ser descrita como intensa, provocante e viciante, a coletânea de poesias relembra o leitor de todos os horrores e dificuldades do segundo ano de pandemia de Covid-19.
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Segue um poema da autora
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Voltando à pátria querida após
ausência pandêmica.
Acolhida pelo cinza da noite-dia nascente.
O voo da noite avançada do dia anterior
chegou cedo.
Cuidados com o vírus,
viajantes saindo aos poucos, sob
organização da companhia.
Após mais de onze horas sentada,
andar, andar, andar
Mochila nas costas,
a mala de cabine com rodinhas me anuncia
nas retas e curvas do caminho
que me levam à saída
em hora matinal de poucos passageiros.
Outro voo derramou pessoas no caminho.
Ainda na fila dos passaportes,
controle do teste coronavírus e declaração à Anvisa,
já vistos antes da embarcação.
A mala,
entregue nas primeiras horas no outro lado do mundo,
me veio rapidamente.
Usando a conexão do aeroporto,
o carro de plataforma chegou cinco
minutos depois da chamada.
No caminho, o dia amanhecendo,
os “cheiros” do Tietê se sentindo,
enquanto se sonha com uma navegação possível.
No longo caminho, novas favelas
na beira da estrada e em cantos novos
de terrenos antes disponíveis.
A crise empurrando populações aos limites.
Esperança de dias melhores.
Os abraços esperados, por dois anos, chegaram.
– Mazé Torquato Chotil, no livro “Jornal de Bordo: Brasil de 2021”. Penalux, 2023.
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