quinta-feira, dezembro 19, 2024

Meditar é preciso…

“Somos um misto de sombras e luzes, de qualidades e defeitos. Seria essa uma maneira de ser ideal, um fato inevitável? Se assim não for, o que fazer? Essas perguntas merecem ser feitas, sobretudo, se sentimos que uma mudança é possível e desejável. […] As técnicas de meditação visam transformar a mente. Não é necessário atribuir-lhes um rótulo religioso particular. Cada um de nós tem uma mente, cada um pode trabalhar com ela.”
– Matthieu Ricard, no livro, “A arte de meditar”.

❝ Só o silêncio faz rumor no voo das borboletas.
– Manoel de Barros, no livro “O fazedor de amanhecer”.
São Paulo: Editora Salamandra, 2001.

Meditar é preciso…
Está comprovado que a meditação melhora a saúde, aumenta a vitalidade e a longevidade, alivia o estresse, reduz a mortalidade e facilita os processos de autocura
– por Amyatari Ana Maria Echeverry e Silexi Solange Menta
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Um legado cultural de tradições antigas, a meditação tem crescido em todo o mundo. O que antigamente era privilégio de monásticos ou eremitas em cavernas, passou a fazer parte da vida de muitas pessoas. Ela ultrapassou as fronteiras geográficas e culturais, saiu do mundo espiritual para também ser estudada e praticada nos meios científicos, educacionais e empresariais.

Segundo o mentor e filósofo Suryavan Solar em seu livro “Meditação – a arte de voar”, a prática é “o estado natural, livre e ilimitado da consciência humana que todos experimentamos de forma espontânea em algum momento de nossa vida”, mas se encontra obscurecido por uma mente agitada, que flutua entre o passado e o futuro, a memória e a imaginação.

Está comprovado que a meditação melhora a saúde, aumenta a vitalidade e a longevidade, alivia o estresse, reduz a mortalidade e facilita os processos de autocura. Uma pessoa em estado de meditação consome seis vezes menos oxigênio que dormindo. Diminui a frequência cardíaca e a pressão arterial, reduz o cortisol, aumenta o nível de serotonina e a imunidade. E o melhor é que os efeitos se mantêm após a prática.

Pesquisas publicadas nos EUA em 2012 apontaram que a meditação diminuiu a incidência em 49% das mortes por câncer, em 30% os óbitos causados por problemas cardiovasculares e em 23% os falecimentos por outras causas.

Um levantamento da Universidade da Califórnia em Los Angeles mediu o acúmulo de gordura nas artérias de 30 pessoas com pressão alta. Depois de meditar 20 minutos, duas vezes por dia, ao longo de sete meses, a quantidade estava menor. Meditar também é útil para reduzir em 47% as chances de ataque cardíaco e infarto em adultos, segundo a Associação Americana do Coração.

Mente saudável = corpo saudável
No nível emocional, a meditação melhora a autoconfiança e a autoestima, traz alegria e felicidade, desenvolve o altruísmo e nos torna mais compassivos na relação com nós mesmos e com os demais. Pesquisadores do Centro de Investigação de Mentes Saudáveis, da Universidade Wisconsin–Madison, orientaram voluntários a fazer meditação compassiva. Exames de imagem cerebral, realizados antes e depois do experimento, detectaram alterações na resposta cerebral dos participantes quando viam imagens de pessoas sofrendo. Os cientistas observaram aumento da atividade em áreas como o córtex parietal inferior, associado à empatia, e o córtex pré-frontal dorsolateral, envolvido na regulação de emoções negativas.

A meditação está se expandindo em empresas, colégios e universidades, pois desenvolve o potencial da mente e ativa capacidades como memória, agilidade mental, pensamento analítico, intuição e criatividade. Trabalho publicado na revista científica americana NeuroImage concluiu que o cérebro de quem medita é mais eficiente, focado e concentrado.

Desde a antiguidade, a meditação é prática central em todas as tradições espirituais do mundo, ao conduzir ao conhecimento de si mesmo e ao despertar da consciência. Meditantes conseguem observar crenças, padrões e comportamentos. Com isso, temos a chance de modificá-los, sendo seres melhores, mais humanos e praticamos as chamadas virtudes. Tornamo-nos mais sábios e sofremos menos, porque compreendemos a origem do sofrimento. Ficamos menos individualistas, saindo da sensação de vulnerabilidade e de separação, ficando plenos e realizados.
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:: Fonte: Revista Regional.


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