O empresário industrial e colecionador de arte Ricardo Brennand faleceu na madrugada do sábado (25), aos 92 anos, por complicações causadas pelo novo coronavírus. Prestes a comemorar aniversário, ele estava internado no Real Hospital Português, no Recife, desde o último domingo (19). De acordo com fontes ligadas à família, o pernambucano recebeu tratamento em casa no início dos sintomas, mas precisou ser internado após uma piora. Ricardo tinha problemas pulmonares. Ele deixa a esposa, Graça Maria, e sete filhos.
Duas missas serão celebradas neste sábado (25), na Paróquia de São Pedro, no Litoral Sul de Pernambuco, com transmissão ao vivo pela internet. Às 17h30, a celebração será feita pelo Padre Fred. Já às 20h, a liturgia será proferida pelo Padre Arlindo. A cerimônia será transmitiva pelo Facebook da Paróquia de São Pedro (clique aqui para acessar).
Ricardo Coimbra de Almeida Brennand nasceu em 27 de maio de 1927. Ficou bastante conhecido por ter fundado o Instituto Ricardo Brennand (IRB), uma sociedade sem fins lucrativos localizada no bairro da Várzea, Zona Oeste do Recife, e presidida pelo empresário desde 2002. O espaço agrega a maior coleção mundial do pintor holandês Frans Post, primeiro paisagista das Américas e primeiro pintor da paisagem brasileira. Abriga ainda um dos maiores acervos de armas brancas do mundo, com mais de 3 mil peças, entre elas 27 armaduras medievais completas. Em 2017, o IRB foi eleito como o melhor museu da América do Sul pelo site mundial de viagens TripAdvisor.
O pernambucano também se dedicou ao ramo industrial de cimento, aço, vidro, porcelana e açúcar, entre outros negócios da família Brennand – descentes de imigrantes ingleses que vieram para o Nordeste no século 19. Como hobby, ele passou a colecionar armas, adquirindo-as durante viagens na Europa ou na Ásia. Em 1990, vende suas ações e utiliza parte dos recursos para fundar o Instituto. Com ele, criou no Recife um polo turístico de reconhecimento internacional.
Além de colecionador e empresário, Ricardo concluiu os cursos de engenharia civil e engenharia mecânica, ambos na Universidade Federal de Pernambuco. Entre 1937 e 1942, ele estudou no Colégio Marista, tendo sido aluno também do Colégio Oswaldo Cruz. Durante toda sua educação, foi acompanhado por uma orientadora que o ensinou a falar fluentemente as línguas inglesa e alemã.
Em 19 de dezembro de 2019, a família perdeu o ceramista Francisco de Paula Coimbra de Almeida Brennand, que foi diagnosticado com um quadro grave de pneumonia. Francisco também tinha uma propriedade na Várzea, do outro lado do Rio de Capibaribe: a Oficina Cerâmica Francisco Brennand. Ricardo compareceu ao velório do primo, realizado na Capela Imaculada Conceição, dentro da Oficina.
Instituto Ricardo Brennand
Fruto da paixão de Ricardo pelas artes, o Instituto Ricardo Brennand é uma espécie de portal para um outro tempo. Localizado em uma área de mais de 77 mil metros quadrados, parece deslocado da agitação do Recife e convida o visitante a uma imersão em outro ritmo. O espaço inaugurado em setembro de 2002 ocupa as terras onde funcionou o engenho São João e é cercado por mata atlântica.
O nome do instituto não é em sua homenagem, mas ao de seu tio homônimo, pai do artista plástico Francisco Brennand, de quem herdou o apreço pela arte. Formado pelo Museu Castelo São João, inspirado na arquitetura medieval européia, pela Pinacoteca e pela Galeria de Exposições Temporárias, além de contar com uma concorrida capela onde são realizados casamentos, o espaço guarda um precioso acervo de obras de artes, além de uma das maiores coleções de armas brancas do mundo.
*Com informações do Diário de Pernambuco e JC online
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