Autor de “Como Curar um Fanático” defendia solução de dois estados para pôr fim ao conflito entre israelenses e palestinos. Nos últimos anos denunciou o que chamou de “extremismo crescente” do premiê Benjamin Netanyahu.
“O problema não é se Jerusalém é ou não a capital da Israel. O problema é como é que a outra metade de Jerusalém pode ser a capital da Palestina no futuro”, declarou recentemente ao PÚBLICO.
O premiado escritor e pacifista israelense Amos Oz morreu nesta sexta-feira (28/12), aos 79 anos, em Tel-Aviv, após uma batalha contra o câncer.
“O meu querido pai acaba de falecer de câncer, depois de um rápido declínio”, informou a filha do escritor Fania Oz-Salzberg no Twitter.
Um dos escritores israelenses mais lidos do mundo e traduzido para 45 idiomas, Oz recebeu dezenas de prêmios ao longo da carreira, mas, apesar de considerado em várias oportunidades, nunca foi agraciado ao Prêmio Nobel de Literatura.
Oz é considerado como um dos autores mais prestigiados da história do país, além de ter sido um importante ativista em defesa da paz e defensor da solução de dois Estados para solucionar o conflito entre israelenses e palestinos.
Ele nasceu em Jerusalém em 1939, quando a cidade ainda era palestina sob o mandato do Reino Unido, e começou a publicar livros aos 22 anos. Sua família era de origem russa e polonesa. O escritor foi batizado com o nome Amós Klausner, mas escolheu como pseudônimo Oz, que significa “força” ou “coragem”.
Ainda jovem, entrou para um Kibutz e estudou Literatura e Filosofia na Universidade Hebraica de Jerusalém, tendo publicado os seus primeiros contos entre 1960 e 1963. Ele também participou como militar da Guerra dos Seis Dias e da Guerra do Yom-Kippur e fundou, na década de 1970, juntamente com outros, o movimento pacifista Paz Agora (Shalom Akhshav), do qual se tornou o principal representante.
Ao longo da carreira, além dos livros, Oz publicou coleções de ensaios e cerca de 500 artigos de opinião. Aclamado desde o início como o “Camus israelita”, o escritor, um fervoroso ativista pela paz com os palestinos, denunciou, nos últimos anos, a política do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, protestando contra o que qualificou como “um extremismo crescente” do governo.
Em uma entrevista concedida em abril deste ano para um canal alemão, Oz disse “Não sei o que o futuro reserva para Jerusalém, mas sei o que deve acontecer. Todos os países do mundo devem seguir o presidente Trump e transferir suas embaixadas em Israel para Jerusalém. Ao mesmo tempo, cada um desses países deve abrir sua própria embaixada em Jerusalém Oriental como a capital do povo palestino”.
Entre os livros mais conhecidos do escritor estão “A caixa preta”, “Uma história de amor e trevas”. “Como Curar um Fanático” e “Rimas de amor e morte”. Suas obras foram traduzidas em mais de 45 idiomas. “Uma história de amor e trevas”, onde abordou o suicídio da sua mãe, obteve grande sucesso mundial e foi adaptado ao cinema, com a atriz Natalie Portman como protagonista. Boa parte da sua obra foi traduzida para o português pela editora Companhia das Letras.
Fonte: DW (JPS/efe/lusa/ots)
Leia o artigo de Amos Oz “Por que romper o silêncio?”. AQUI!
“Pequeno mapa do tempo” reúne duetos do cantor João Fênix com Jonna, Almério, Moreno Veloso,…
Álbum da poeta e letrista Lúcia Santos tem as participações de Anastácia, André Bedurê, Ceumar,…
O cantor e compositor Roger Resende antecipa seu novo EP com a intimista “Cavaco Madeira”.…
Single 'Cabra da Peste' anuncia novo álbum autoral de Fi Bueno, gravado com produção do…
A série, é uma adaptação da obra prima de Gabriel García Márquez “Cem Anos de…
Romântico e quente, novo trabalho abre as comemorações do aniversário de dez anos da banda…