Estirado na cama. Após um dia atribulado – cansaço tomando o corpo – o Andoid TabE em meu peito… e um filme rodando, minhas pálpebras quase fechadas, caindo, e eu assistindo… o filme rolando…
Uma explosão instantânea !!! Fractal de segundo, minhas mãos, o tablet numa fusão crescente virando asas gigantes, asas com olhos brilhantes abrindo-se na minha frente, me devorando vorazes e um espocar, estrondo surdo monstruoso varrendo tudo a sua volta até subir em labaredas imensas de fogo. Estou morto…
Estou morto. E agora vejo-me longe, assistindo tudo de cima, e já ausente do meu corpo. Eu, sem carne, sem ossos, sem nervos flutuando entre amarelos e azuis incandescentes; chamas ainda lambem e crepitam pelas paredes e espaços.
Desapareço fisicamente numa luz esfumaçada, essa luz aos poucos se espirala, adelgaça e vai sumindo…
Mas … um ponto vivo de consciência nuclear pulsa o meu EU em um algo atômico e aceso! Percebo meus restos de roupa ao lado, o quarto, o ambiente – todo ele – neste momento já reduzido em destroços. E num instante abro o olho. Foi um sonho súbito e lúcido. Acordei, estremecido e sobressaltado.
Venho pensando na consciência. E no que dela irradia em finos feixes de luzes cênicas: os pensamentos.
Atravesso a faixa celeste para pedestres terráqueos e avisto o éon de Peixes sumindo lá no horizonte, e a chegada do novo éon de Aquário, a era entrante – próxima travessia constelacional, caminho de aprendizado inédito para a humanidade.
Captaremos na Era que se aproxima, quem realmente somos e para que viemos? Que combinatórias criptográficas orgânicas feitas num mix de DNAs de estrelas, de bichos, de restos de natureza, de máquinas algébricas, até possivelmente de seres de outras esferas, que num tempo remoto nos visitaram, revelarão os testes futuros dos experimentos?
Do pastor de cordeiros da Era de Áries, ao pescador crístico dos cardumes, da Era de Peixes, para chegar ao atual pastor-aguadeiro de mentes, irradiador eletroquímico da matrix cosmológica desta Era de Aquárius.
O quê você é? Quem você “está”? De que você é composto? No que você está pensando? Desta maneira, tão aparentemente gentil e inofensiva é que o tecno-fascista Facebook pergunta toda vez que você abre o seu perfil, caindo na malha cruzada e rolante de sua rede.
Será que vivemos num coma dimensional profundo e não percebemos? Ou vemos brechas conscientes em clicks do sonho com a vigília? Será um Anjo, a nossa consciência? Toda ela equacionada em atributos, fórmulas alquímicas, algébricas e cabalistas, de uma para outra hierarquia dimensional? Que ponto propulsor, entre o vazio mental e as emoções gradientes, de ódio mais opaco ao amor mais cristalino, a consciência desabrocha, se expande e nos explica?
A materialidade dos corpos é a mais frágil e evanescente das consciências?
Segundo analistas científicos, o cérebro é um filtro redutor, que maneja a consciência para seu funcionamento nesta dimensão cotidiana, terrestre. E se nos libertássemos desse filtro, em qual de nós manifestaria plenamente o eu mais íntimo da nossa interioridade?
O neurocirurgião de Harvard, Eben Alexander III não acredita plenamente no cérebro como a casa da consciência. E diz ter provas a partir de uma meningite bacteriana que invadiu a sua cabeça e inutilizou o seu neocórtex; mesmo assim, a sua consciência pairava fora do corpo atenta aos acontecimentos circundantes, vendo, sabendo e ouvindo tudo.
Que nova e insólita infância os próximos humanos aguardam? Robôs estão aumentando no planeta Terra, isso já é fato; e poderão dominar o mundo. Então, o que nos espera?
Talvez um romance sombrio e metafísico, envolvendo scanners biológicos, leitoras de retina, animais sintéticos, cidades flutuantes de vidro, futuras viagens espaciais, robôs que pensam, humanos que sentem, e até se apaixonam, serão eles possivelmente os personagens da nossa saga, na busca de nossa origem estelar, história dessa alma esférica, higlander viajante pelos astros – essas escadas circulares – do tempo-espaço-consciência.
O Transumanismo, há quase 2 décadas, já “fisga” adeptos para seu futuro e “estranho pastoreio”. O movimento tem crescido nos últimos anos e propaga suas intenções de melhorar o funcionamento do organismo humano por meio da engenharia genética, das tecnologias da informação, da nanotecnologia molecular e da inteligência artificial, transformando, nós, suburbanos planetários (ou sub-humanos?) em reluzentes, quase eternos “Pós-Humanos”, com capacidades inimagináveis de Super Inteligência; e na companhia periclitante de “robôs-irmãos” de empreitada. Isso é que podemos dizer: “da pescaria de escoteiros para a arapuca do estamos-fritos” (!)
Nesta guerra entre humanos, transumanos e robôs aparentemente humanos, quem sairá o vencedor sobre o Deus-Todo-Poderoso, o trilhardário neuropastor de mentes, que controla o mundo de sua oca invisível no Vale do Silício?
Já estou vendo os anúncios futuristas, projetados sobre os gigantes prédios suspensos das acromegalópolis:
“ VOCÊ PERDEU A MEMÓRIA? Isso não é mais problema! A Rothschild Entertainment instala em minutos um Microchip RFID e faz um back up de seu cérebro e o fio de sua memória desenrola em tempo recorde. Instale agora!”. Li isso e num blog e ri muito. Realidade, risível porém trágica. E o tal do RFID existe mesmo e é já muito utilizado.
Agora é nosso sistema sináptico que vai sendo trocado por dispositivos cada vez mais potentes. Um de seus profetizadores, Ray Kurzweil, cientista da computação, inventor e futurólogo, autor de livros sobre inteligência artificial, prevê que a vida eterna vá se tornar tecnicamente possível a partir de 2029. Mas todo cuidado é pouco , esse tal Kurzweil “ atua” na área de inovação da pesquisa sobre inteligência artificial…no Google. (!!!) A inteligência artificial não aprendeu com os mitos e seus xamãs na condução da alma para o espírito. A vida e a morte só juntas e em movimento, se eternizam.
O avanço e a autonomia perigosa da inteligência artificial – máquinas que não apenas pensam e equacionam mas também deduzem e criam numericamente provas lógicas. Eu pergunto: a mando e comando de quem, de que grupo?
Está surgindo uma internet composta de energia irradiadora, que mapeia e monitora domicílios, fábricas, os escritórios e os sítios, chácaras, fazendas, cidades urbanas, rurais, produzindo protocolos desde e a partir de plugs em fontes solares, dos ventos e da biomassa, distribuindo essa camada gigante energética conforme as necessidades dos seus usuários. E os identifica num boletim impressionante de detalhes pessoais, criando, paralelo as circunstancias naturais de nossas vidas, um mundo transfísico cognificado , interligado as pessoas, a natureza, localidades, eventos e em nossos interesses afetivos-intelectuais particulares. Assustador? Isso é só o começo.
Fora a autodeterminação das máquinas e o total fim da privacidade, as armadilhas científicas, cheias “das boas intenções” são muitas: o seu sequenciamento genético, cada vez mais fácil e barato, o reconhecimento facial com a curiosidade ardilosa em detectar nossos estados emocionais, a internet das emoções. Você está triste? A Alemanha recentemente proibiu a comercialização da boneca Cayla, ela ouve e dialoga com as crianças.(?!?!) Enquanto essa boneca fala, ela vai armazenando as informações do diálogo – tudo isso sem o conhecimento inicial dos pais. O produto está venda nos EUA. Conto de fada ou de terror? A criança-herói, chamada de humanidade, seja a era que for, está sempre na mira das perseguições, dos massacres e de suas fugas. No dilema kármico desta humanidade, qual a alma que fica e qual a alma que vai, no intuito de achar a secreta mensagem no silencio da noite sagrada?
Cientistas de muitos segmentos já avisam, nós somos a última geração mais inteligente que as máquinas.
O escritor e pesquisador Gerd Leonhard, empreendedor e pesquisador alerta que a inteligência artificial representa uma dissociação entre nossa capacidade de interferir no mundo e as bases éticas dessa intervenção. As máquinas podem até conseguir mimetizar nossos padrões éticos de comportamento, mas não podem e jamais poderão ter uma consciência ética reflexiva.
Sentimentos, libido e pensamentos singulares são propriedades intransferíveis do ser humano. Leonhard propõe uma espécie de agência para proteger os seres humanos, um Conselho Global de Ética Digital, para que a expansão trans-tecnológica não comprometa aquilo que nos identifica como humanos.
Atualmente, já se pode robotizar quase inteiramente o trabalho de dezenas de atividades e de outras dezenas de profissões. Os danos colaterais já se tornam incalculáveis. A China já é o maior mercado consumidor de robôs do mundo –e vai se tornar em breve o principal produtor.
Claro, que neste mundo sublunar, terrestre que vivemos tudo é duplo, dual. Sem dúvida teremos um alargamento mental feérico, extraordinário facilitando a clarividência, a telepatia aos recursos imensuráveis da paranormalidade. Mas não fique achando que não pagaremos um preço terrível por isso; com menos pressa, menos neuroses e artificialidades chegaríamos naturalmente a esse estágio avançado da mente. E claro, sem a interferência das máquinas pensantes, miméticas, adversárias e competitivas que já estão no nosso encalço.
Transferir nossa consciência para fora de nosso cérebro desacoplando-a para um objeto artificial, é correr o risco do maior desastre do espírito humano. Os planos astral, mental e físico se ajustam naturalmente as nossas condições espirituais, orgânicas sustentáveis. Mas o ser humano não se emenda.
Lembrei-me de 2001, uma Odisseia no Espaço, do magistral Stanley Kubrick e de Blade Runner, do mago Ridley Scott; os diálogos pungentes e alógicos entre a mente humana com a sua máquina criada.
O computador HAL9000 diz para o astronauta Bowman que desconfia de suas intenções para com a Missão, e a tensão entre os dois evidencia-se. Assim como Deckard, o caçador de andróides, dialogando com o rebelado replicante Roy, que após matar seu criador (humano), esmagando seu cérebro num gesto supremo de vingador do futuro, suplica alguma espécie de humanidade e longevidade, que os replicantes desconhecem e anseiam mais que tudo.
A Nova Era promete!
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* Carlos Walker, ou simplesmente Wauke. Músico, Escritor e Astrólogo há 40 anos. Carlos Walker começa a cantar em 1969 através de Festivais no Brasil. Têm livros publicados e discos gravados.
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