quarta-feira, outubro 30, 2024

O trio de Luizinho do Jêje, Marcelo Galter e Sylvio Fraga lançam álbum ‘Mocofaia’

Mocofaia explode de afro-brasilidade e invenção em seu disco de estreia. O trio de Luizinho do Jêje, Marcelo Galter e Sylvio Fraga, artistas da gravadora Rocinante, cria novas sonoridades brasileiríssimas. Além do streaming, Mocofaia ganha edição em vinil e mini documentário da gravação no Youtube.
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Mocofaia significa uma espécie de desordem. Uma mocofaia pode ser a bicicleta velha do vendedor equilibrando uma torre de quentinhas; pode ser o quarto entulhado onde a banda guarda seus instrumentos; pode ser uma sacola cheia de coisa que alguém organiza às pressas para pegar a van do aeroporto. “Apesar de Mocofaia significar esse espaço de confusão, é um disco super organizado, é uma brincadeira com a organicidade da sua origem. Há disciplina, muito ensaio e a alegria de tocar”, adianta o pianista Marcelo Galter. Com sete faixas, o álbum foi gravado, lançado e prensado em vinil pela Rocinante e estreia neste dia 30 de outubro em todas as plataformas de streaming.

O grupo é formado por Luizinho do Jêje, um dos percussionistas mais inventivos do Brasil e líder do grupo Aguidavi do Jêje – indicado ao 25º Grammy Latino com seu primeiro disco; Marcelo Galter, pianista, compositor, arranjador e produtor musical baiano e Sylvio Fraga, compositor, poeta e diretor artístico da gravadora Rocinante (com três recentes indicações ao Grammy Latino como produtor musical nos discos Síntese do Lance (João Donato e Jards Macalé), Erika Ribeiro e Aguidavi do Jêje), o grupo traz uma proposta única e inovadora cuja abordagem une tradição e arrojo inventivo.
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Sylvio, Marcelo e Luizinho têm, cada um, uma história muito distinta um do outro, tanto na música quanto na vida. Cada qual com trabalhos solo distintos e originais e no entanto o entendimento entre os três para compor e tocar é como o encontro de rios. Eis a ironia brincalhona do nome da banda, cuja música é arranjada e estruturada em claves afro-brasileiras (ancestrais ou inventadas). Após anos dos três colaborando em diversos projetos, inclusive nos trabalhos solo de cada um, Luizinho e Marcelo resolveram passar uma temporada no Rio de Janeiro, para onde acabaram se mudando. Lá se hospedaram na casa de Sylvio e com um violão na cozinha começaram a compor incessantemente. Resolveram então montar o grupo para dar vazão às músicas novas, e a criação coletiva seguiu com o mesmo frescor na hora de fazer os arranjos: “a gente faz tudo coletivamente, cada um colocando sua singularidade. Não são músicas que faríamos sozinhos e isso é muito enriquecedor pra gente. Há uma confiança total na visão musical do outro, há um constante aprendizado”, resume Sylvio.

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Mocofaia – Marcelo Galter, Luizinho do Jêje e Sylvio Fraga – foto: João Atala 

O som é resultado de uma autêntica gama de inspirações do conjunto: eles montaram uma playlist com referências Mocofaia, que inclui Dorival Caymmi, João Donato, Olodum, Tom Jobim, Codona, Naná Vasconcelos, Gilberto Gil, Mestre Pastinha, João Bosco, Letieres Leite, além da gambiana Sona Jobarteh, a malinesa Oumou Sangaré e o camaronês Francis Bebey.
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As composições do Mocofaia também se destacam pela lírica das letras, numa junção inusitada entre a bagagem literária da poesia de Sylvio e as tradições orais afro-brasileiras de Luizinho. A faixa “Mestre Besouro Mangangá”, por exemplo, é quase uma suíte em torno da palavra manga. Na letra, a manga é fruto, que no Nordeste brasileiro vira o verbo mangar — fazer graça, rir de algo — tem a beleza da flor do Mangangá que contém a memória do Mangalarga Marchador, sobre o qual se pode tomar “pinga sem pingar”, o que podemos considerar uma alusão à fluidez das palavras do grupo dentro de seus ritmos melódicos. No fim, a homenagem ao grande capoeirista Besouro Mangangá, com intervenções do berimbau de Luizinho. Mocofaia também é um sonho de liberdade musical: “não me amarre, por favor”.

No single “Vim pra Bahia”, em cima de uma clave híbrida surgida do violão brasileiro vira-lata do Sylvio, Luizinho constrói uma levada de atabaques e xequerê que carrega as tradições da nação Jêje e Marcelo traz aprendizados de orquestração de Claus Ogerman para o suingue de seus teclados e uma visão inovadora na construção das linhas de baixo synth. E em meio aos arranjos, não falta espaço para variações expressivas.
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A faixa “História do quintal” é uma meditação em torno de um simples quintal, por onde passam os gatos da casa, gambás, o filho de Sylvio, onde cai a chuva sobre as plantas e a cabeça voa: “pinga, pinga no quintal da minha cabeça”. No samba raiz “Galo no muro”, uma cabila, a mulher “samba com pé no barro”, e “um bebê [chora] pra nos lembrar que o dia vai nascer”. No alujá “Mãe Nicinha e Mãe Runhó”, um chamado à celebração: “cadê meu irmão pra meter a mão no couro, pra gente cantar e dançar aqui no barracão”. Luizinho do Jêje resume: “fomos juntos buscando e descobrindo o caminho, o tempo todo. Não conseguimos nos definir num estilo, mas o som é raiz”. Em uma das letras, eles cantam: “eu não sei pra onde vou, mas eu sei que vou tentar”.
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“Mocofaia” está disponível em todas as plataformas digitais e em vinil, todos projetos assinados pela Gravadora e Fábrica Rocinante. No Youtube, o grupo lança ainda um mini documentário especial com fases da gravação e produção do disco. O vinil, prensado em 180g, pode ser encontrado no e-commerce Rocinante Três Selos.

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Capa do álbum ‘Mocofaia’ • Luizinho do Jêje, Marcelo Galter e Sylvio Fraga • Selo Rocinante • 2024

DISCO ‘MOCOFAIA’ • Luizinho do Jêje, Marcelo Galter e Sylvio Fraga • Selo Rocinante • 2024
Canções / compositores
LADO A
1.⁠ ⁠Vim pra Bahia (Luizinho do Jêje, Marcelo Galter e Sylvio Fraga)
2.⁠ ⁠Ogum Mariô (Luizinho do Jêje e Marcelo Galter)
3.⁠ ⁠História do quintal (Luizinho do Jêje e Sylvio Fraga)
4.⁠ ⁠Galo no muro (Luizinho do Jêje, Marcelo Galter e Sylvio Fraga)
LADO B
1. Mestre Besouro Mangangá (Luizinho do Jêje, Marcelo Galter e Sylvio Fraga)
2.⁠ ⁠Mãe Nicinha e Mãe Runhó (Luizinho do Jêje e Sylvio Fraga)
3.⁠ ⁠Mar de pipoca (Luizinho do Jêje, Marcelo Galter e Sylvio Fraga)
– ficha técnica –
Luizinho do Jêje (voz e percussão) | Marcelo Galter (voz, teclados e baixo synth) | Sylvio Fraga (voz, violão e banjo) | Direção artística, produção musical e arranjos: Luizinho do Jêje, Marcelo Galter e Sylvio Fraga | Gravação de base: Pepê Monnerat, Arthur Damásio e Flávio Marcos Batata no Estúdio Rocinante | Gravação de vozes: Pepê Monnerat, Alan Pinho e Dudu Maia no Refinaria Estúdios (Brasília) | Edição: Arthur Damásio e Flávio Marcos Batata | Mistura: Pepê Monnerat | Masterização: Zino Mikorey | Coordenação artística: Jhê | Coordenação técnica: Flávio Marcos Batata | Projeto gráfico: Julio Dui – Mono | Fotografia: João Atala | Direção de produção: Geraldinho Magalhães | Produção executiva: Alessandra Ramalho, Luanda Morena e Raquel Cardoso | Assistência de produção: Alethea Perdigão, Matheus Oliveira, Mauricio Antonio dos Santos Filho (Juninho), Tita Oliveira e Valentim Soares Cardoso Neto | Assessoria de imprensa: Tathianna Nunes / Pantim Comunicação | Selo: Rocinante | Formato: CD digital / LP – vinil | Ano: 2024 | Lançamento: 30 de outubro | Ouça o álbum: clique aqui | Compre o vinil: clique aqui.
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>> Siga:  @mocofaia.oficial | @marcelo.galter | @sylviofraga | @aguidavidojeje | @rocinantegravadora | @rocinantetresselos | @fabricarocinante

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Mocofaia – Marcelo Galter, Luizinho do Jêje e Sylvio Fraga – foto: João Atala

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Projeto Rocinante Três Selos
A paixão pelo vinil une três grandes nomes do mercado nacional em uma colaboração inédita. A fábrica Rocinante, localizada em Petrópolis, agora prensará uma seleção exclusiva de discos a partir de novembro, em uma parceria com a Três Selos. Esta curadoria, licenciada pela própria Rocinante, conta também com a contribuição da Tropicália Discos, uma loja icônica do Rio de Janeiro com mais de 20 anos de expertise na divulgação da música brasileira.
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Essas referências do mercado se unem para apresentar com excelência algumas das obras mais marcantes da música brasileira, incluindo nomes consagrados como Chico CésarGilberto Gil, Pabllo VittarHermeto Pascoal, NovelliTulipa RuizCéu, Baiana SystemBarão VermelhoAnelis AssumpçãoDona OneteAlceu Valença. Com um projeto gráfico inovador e utilizando as melhores prensas de vinil do país, essa parceria promete elevar ainda mais a música brasileira, celebrando sua riqueza e diversidade em cada lançamento.
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Série: Discografia da Música Brasileira / MPB / Afro-brasilidade / Canção / Álbum.
* Publicado por ©Elfi Kürten Fenske


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