LIVROS

‘Obras completas de Rabelais’, em tradução de Guilherme Gontijo Flores, pela Editora 34

François Rabelais (1483?-1553). Os três volumes das “Obras completas de Rabelais” tem organização, tradução, apresentação e notas de Guilherme Gontijo Flores, poeta e tradutor premiado. A obra conta com ricas ilustrações de Gustave Doré, nos volumes 1 e 2 e de  François Desprez, no volume 3. As ‘Obras completas de Rabelais’ são publicadas pela Editora 34.
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François Rabelais, um dos nomes mais importantes do Renascimento, nasceu em Chinon, no interior da França, em data incerta: 1483, segundo as pesquisas mais recentes, ou 1494, segundo outros. Oriundo de uma burguesia de vínculos rurais, Rabelais se alçou até o alto escalão da nobreza francesa: estudou direito, foi em seguida monge franciscano, depois beneditino, abraçou a apostasia, teve três filhos, formou-se em medicina e trabalhou como secretário da família Du Bellay a serviço do rei Francisco I, tudo isso enquanto traduzia do grego ao latim, estudava hebraico, um pouco de árabe e pesquisava outras línguas vivas e mortas. Publicou suas obras mais famosas, as aventuras dos gigantes Gargântua e Pantagruel, verdadeiras sátiras aos poderosos que foram censuradas pela Igreja Católica, a partir dos anos 1530: Pantagruel (1532), Gargântua (1534), o Terceiro livro (1546) e o Quarto livro (1548-52) de Pantagruel, além de uma miscelânea de almanaques, cartas, poemas e até um tratado sobre o vinho. Faleceu em Paris, em 1553.
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Dessa forma, Rabelais, segundo Mikhail Bakhtin, ocupa um lugar na história da literatura “ao lado de Dante, Boccaccio, Shakespeare e Cervantes”.

“Mais de 500 anos nos separam de uma obra que ainda hoje é insuperável.”
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O CICLO DE GARGÂNTUA E OUTROS ESCRITOS (OBRAS COMPLETAS DE RABELAIS — 3)
Terceiro e último volume das Obras completas de Rabelais publicadas pela Editora 34, O ciclo de Gargântua e outros escritos apresenta uma verdadeira miscelânea de narrativas, almanaques, cartas, versos, textos em prosa e tratados atribuídos ao autor, quase todos inéditos em português. Do chamado “Ciclo de Gargântua”, que inclui as Grandes crônicas e O verdadeiro Gargântua, publicados em 1532 e 1533, até o Tratado do bom uso de vinho e os 120 bizarros desenhos do livro Sonhos bufonescos de Pantagruel, lançado em 1565, doze anos após a morte de Rabelais, a coletânea oferece ao leitor uma oportunidade de se conhecer as múltiplas facetas desse inimitável humanista francês. Assim como nos volumes anteriores, os variados registros de linguagem de Rabelais são aqui recriados de forma brilhante pelo premiado tradutor Guilherme Gontijo Flores, autor também das notas introdutórias que abrem cada seção do livro.
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FICHA TÉCNICA
Título: O ciclo de Gargântua e outros escritos
(Obras completas de Rabelais — 3)
Autor: François Rabelais
Tradução: Guilherme Gontijo Flores
Ilustrações: François Desprez
Editora: 34
Páginas: 456 p.
Formato: 16 x 23 cm
ISBN: 978-65-5525-157-9
Ano – 1ª edição: 2023
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TERCEIRO, QUARTO E QUINTO LIVROS DE PANTAGRUEL (OBRAS COMPLETAS DE RABELAIS — 2)
O presente volume, o segundo das Obras completas de Rabelais publicadas pela Editora 34, dá sequência às aventuras de Pantagruel e seus companheiros iniciadas com Pantagruel e Gargântua. Aqui o gigantismo do personagem tem menos relevo, e o foco volta-se a sua erudição e temperança renascentistas, em contraste com o comportamento pândego do amigo Panurgo.
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O Terceiro e o Quarto livros, publicados por volta de 1546 e 1552, respectivamente, foram logo incluídos no Index de textos proibidos pela Igreja Católica. Já o misterioso Quinto livro, de autoria disputada, só veio à luz em 1564, onze anos após a morte de François Rabelais. Neste conjunto, aprofundam-se ainda mais as ironias à ordem estabelecida e as experimentações linguísticas dos dois primeiros livros, com forte inspiração no Elogio da loucura de Erasmo de Roterdã.
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Assim, no Terceiro livro, numa sátira aos diálogos filosóficos, temos a busca de Panurgo, em uma série de “consultas”, para deslindar sua grande dúvida existencial: se contrair matrimônio, será corneado ou não? Essa procura, nos moldes do Santo Graal, levará depois, no Quarto livro, o séquito de Pantagruel para uma navegação de descobrimentos por várias ilhas fantásticas, em que os habitantes animalescos de cada localidade parodiam os vários segmentos da sociedade medieval, dos advogados aos religiosos. As peregrinações se concluem no Quinto livro, em Poitou, região natal de Rabelais, quando finalmente chegam ao oráculo da Divina Garrafa, anunciado no início da jornada.
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Como no volume anterior, temos aqui a primorosa tradução de Guilherme Gontijo Flores, que soube como ninguém recriar toda a diversidade dos registros de linguagem de Rabelais, e que assina também as notas introdutórias que abrem cada capítulo dos três livros, sinalizando as escolhas de sua versão e as múltiplas referências do texto rabelaisiano. Arrematam a edição mais de 160 ilustrações de Doré, gravadas em metal entre 1854 e 1873.
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FICHA TÉCNICA
Título: Terceiro, Quarto e Quinto livros de Pantagruel
(Obras completas de Rabelais — 2)
Autor: François Rabelais
Tradução: Guilherme Gontijo Flores
Ilustrações: Gustave Doré
Editora: 34
Páginas: 720 p.
Formato: 16 x 23 cm
ISBN: 978-65-5525-123-4
Ano – 1ª edição: 2022
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PANTAGRUEL E GARGÂNTUA (OBRAS COMPLETAS DE RABELAIS 1)
As aventuras dos gigantes Gargântua e Pantagruel, pai e filho, e suas peripécias em Paris e outros locais, são um dos pontos altos da ficção humorística ocidental. Sem respeitar nenhuma regra — de verossimilhança, composição épica, hierarquia ou do puro e simples bom senso —, Rabelais revolucionou o romance, parodiando as novelas de cavalaria, os tratados antigos, os preceitos da Igreja e as disputas políticas entre o rei da França e o líder supremo do Sacro Império Romano-Germânico, Carlos V.
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Alternando os registros popular e erudito, incorporando listas diversas, poemas e textos nonsense, e se utilizando da picardia, do grotesco e do escatológico para satirizar a pompa dos poderosos, Rabelais antecipou recursos estilísticos que só apareceriam séculos depois na prosa moderna — algo que foi captado com criatividade e brilho nesta genial tradução de Guilherme Gontijo Flores, que também assina a organização, a apresentação e os comentários a cada capítulo de Pantagruel e Gargântua. Completam o volume cerca de 120 ilustrações de Gustave Doré, selecionadas a partir das edições de 1854 e 1873 da obra de Rabelais.
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FICHA TÉCNICA
Título: Pantagruel e Gargântua
(Obras completas de Rabelais 1)
Autor: François Rabelais
Tradução: Guilherme Gontijo Flores
Ilustrações: Gustave Doré
Editora: 34
Páginas: 448 p.
Formato: 16 x 23 cm
ISBN: 978-65-5525-061-9
Ano – 1ª edição: 2021
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Sobre o tradutor
Guilherme Gontijo Flores nasceu em Brasília, em 1984. É poeta, tradutor e professor de latim na Universidade Federal do Paraná. Publicou os livros de poesia brasa enganosa (Patuá, 2013), Tróiades (Patuá, 2015), l’azur Blasé (Kotter/Ateliê, 2016), ADUMBRA (Contravento, 2016), Naharia (Kotter, 2017), carvão : : capim (Editora 34, 2018), avessa: áporo-antígona (Cultura e Barbárie/quaseditora, 2020) e Todos os nomes que talvez tivéssemos (Kotter/Patuá, 2020), além do romance História de Joia (Todavia, 2019). Como tradutor, publicou, entre outros: A anatomia da melancolia, de Robert Burton (4 vols., Editora UFPR, 2011-2013, vencedor dos prêmios APCA e Jabuti de tradução), Elegias de Sexto Propércio (Autêntica, 2014, vencedor do Prêmio Paulo Rónai de tradução, da Fundação Biblioteca Nacional), Fragmentos completos de Safo (Editora 34, 2017, vencedor do Prêmio APCA de tradução), Epigramas de Calímaco (Autêntica, 2019) e Pantagruel e Gargântua, de Rabelais (Editora 34, 2021). Foi um dos organizadores da antologia Por que calar nossos amores? Poesia homerótica latina (Autêntica, 2017). É coeditor do blog e revista escamandro: poesia tradução crítica). Nos últimos anos vem trabalhando com tradução e performance de poesia antiga e participa do grupo Pecora Loca.

Sobre o ilustrador (volume 3)
François Desprez nasceu por volta de 1530 e foi um editor, gravador e ilustrador francês. Estudou na Universidade de Paris em 1556 e trabalhou como “maître boursier”. Entre 1559 e 1560 já aparece junto aos impressores e livreiros parisienses, como Richard Breton (1524-1572). Em 1563 estabelece-se na rue Montorgueil como sócio da casa impressora Au Bon Pasteur. Em 1562 assina a dedicatória a Henrique de Navarra no Recueil de la diversité des habits, obra editada em Paris por Breton para a qual produziu anonimamente várias ilustrações. Também publicada por Breton, em 1565, mas como sendo de autoria de François Rabelais, Les songes drolatiques de Pantagruel consiste em uma série de 120 retratos grotescos no estilo de Bosch e Bruegel, que só muito depois seriam atribuídos a Desprez. Em 1567 publica o Recueil des effigies des rois de France, de Baptiste Pellerin, pela Au Bon Pasteur, mesma época em que cria uma grande gravura satírica intitulada Mariage de Lucresse aux yeux de bœuf et Michault Crouppière (c. 1570), que reproduz alguns personagens dos Songes drolatiques. Faleceu em Paris, entre 1580 e 1587.
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Sobre o ilustrador ((volume 1 e 2)
Pintor, gravador, escultor e desenhista, Gustave Doré nasceu em Estrasburgo, na França, em 1833. Em 1847 muda-se com o pai para Paris e, nesse mesmo ano, ainda adolescente, publica seu primeiro álbum, Os trabalhos de Hércules, precursor das histórias em quadrinhos. Jovem prodígio, dedica-se então a ilustrar os clássicos da literatura, como Gargântua e Pantagruel de Rabelais (1854 e 1873), A Divina Comédia de Dante (1857), A tempestade de Shakespeare (1860), Contos de Perrault (1862), D. Quixote de Cervantes (1863), Paraíso perdido de Milton (1866), O conto do velho marinheiro de Coleridge (1870) e Orlando furioso de Ariosto (1877), criando, com o auxílio de uma bem treinada equipe de gravadores, imagens que se tornaram emblemáticas dessas obras. Consagrado como um dos maiores ilustradores do século XIX, Gustave Doré morreu em Paris, em 1883.

Leia mais sobre a obra
CASTELO, Carlos. Rabelais com cré. In: Estadão, 27.7.2023. Disponível no link. (acessado em 28.7.2023).
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Sobre a Editora 34
Fundada em 1992 com o lançamento de O que é a filosofia?, de Gilles Deleuze e Félix Guattari, a Editora 34 possui hoje mais de 500 títulos em seu catálogo, que abrange as áreas de Ficção, Filosofia, Arte, Teoria Literária, Ciências Sociais, História, Psicologia e Psicanálise, Economia, Música, Poesia e Literatura Infanto-Juvenil, combinando textos clássicos e de referência com obras de ponta sobre temas contemporâneos.
>> Editora 34 na rede: Instagram | Site.
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LEIA TAMBÉM
:: ‘Poesia como arte insurgente’, de Lawrence Ferlinghetti, em tradução de Fabiano Calixto é publicado pela Editora 34.
:: Editora 34 reedita ‘Contos Completos’ da escritora inglesa Virginia Woolf.
:: Francis Hime: ensaio e entrevista, livro escrito pelo jornalista André Simões.

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