AGENDA CULTURAL

‘Órion ou um quase-monólogo sobre a ansiedade’ de volta no Teatro Commune

Com apresentações lotadas em sua primeira temporada em São Paulo, no início do ano, Órion – ou um quase-monólogo sobre a ansiedade, com texto e atuação de Caio Blanco, volta em cartaz para 6 únicas apresentações em setembro, mês que alerta sobre a importância da saúde mental com a campanha Setembro Amarelo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em pesquisa divulgada no primeiro semestre de 2023, o Brasil é o país mais ansioso do mundo e o quinto mais depressivo
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A peça tragicômica, com histórias quase autobiográficas levadas ao exagero impactante, revela a busca de um ator-ansioso por sua espontaneidade perdida. Vemos um homem sem carisma e sua psiquiatra caminhando juntos por pensamentos obsessivos, refletindo sobre temas complexos para, através de humor e de desespero ácidos, tentar responder a questões fundamentais da sociedade contemporânea: a burrice institucional, a harmonização facial e, claro, a vida secreta dos cachorros.

Durante esta jornada, a narrativa passeia por temas como o luto, a depressão, o malefício das redes-sociais para a saúde mental e a dificuldade das relações humanas em um mundo cada vez mais líquido.
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Nesse sentido, o espetáculo fornece uma plataforma para que o público reflita sobre suas próprias experiências com a ansiedade, ajudando a criar uma comunidade de apoio e de solidariedade em torno do tema e permitindo que as pessoas se sintam menos sozinhas em suas lutas pessoais. “Em um mundo no qual tudo se deseja e nada parece contentar nossos anseios, a população global tornou-se refém da ansiedade e da depressão paralisantes”, reflete Caio Blanco sobre a atualidade do texto.

Órion – ou um quase-monólogo sobre a ansiedade – foto: Victor Miranda

Com direção de André Leão, Órion alterna sonilóquios poderosos e trocas sagazes com a atriz Priscilla Olyva, que desempenha diversos papéis durante a encenação. O objetivo é misturar as linguagens do teatro, do audiovisual e do stand-up comedy. A quebra da quarta parede e a conversa franca e direta com o público também é utilizada durante a encenação. Elementos audiovisuais passeiam ao fundo enquanto a peça desenrola-se pelo palco. Escolhas não-tradicionais de uso das tecnologias de luz e de letterings vão fornecer a Órion um ar de vídeo que poderia estar presente em redes-sociais – artefato metalinguístico utilizado justamente como crítica à liquidez das mídias, que faz aumentar a ansiedade.
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A quebra da fé cênica durante a interpretação do ator deixa a plateia em dúvida sobre o que é real e o que é teatro, sobre o que é espontâneo e sobre o que foi ensaiado. Aqui, mais uma crítica é emoldurada: qual parte de nós, em um mundo de aparências, é verdadeira ou apenas fingimento?
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Órion é, talvez, uma das constelações mais populares no mundo todo. Por estar repleta de estrelas brilhantes pode servir como guia, assim como a peça pode ser um caminho importante para que muitos que sofrem de ansiedade ou outros transtornos possam encontrar uma saída ao verem que não estão sozinhas. “Mais uma vez, não devemos subestimar o poder sensibilizador da arte”, conclui Caio Blanco sobre o projeto.

Órion – ou um quase-monólogo sobre a ansiedade – foto: Victor Miranda

SINOPSE
Um homem sem carisma e sua psiquiatra caminham juntos por pensamentos obsessivos e pelos labirintos da ansiedade patológica para, através de humor e de desespero ácidos, tentar responder a questões fundamentais da sociedade contemporânea: burrice institucional, harmonização facial e, claro, a vida secreta dos cachorros.

Órion – ou um quase-monólogo sobre a ansiedade – foto: Victor Miranda

FICHA TÉCNICA
Texto: Caio Blanco | Direção artística geral: André Leão | Co-direção, direção de movimento e preparação corporal: Hanna Perez | Elenco: Caio Blanco e Priscilla Olyva | Figurino: Cy Teixeira | Iluminação: Éder Pires | Música e trilha sonora: João Sposaro | Assessoria de imprensa: Flavia Fusco

Órion – ou um quase-monólogo sobre a ansiedade – foto: Victor Miranda

SERVIÇO
Órion – ou um quase-monólogo sobre a ansiedade
Gênero: Tragicomédia
Recomendação: 14 anos
Duração: 80 minutos
Datas: 7, 8, 14, 15, 21, 22 de setembro, sábados às 20h, e domingos, às 19h30
Ingressos: R$ 60 inteira / R$ 30 meia
Online: clique aqui.
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Teatro Commune | 100 lugares
Rua da Consolação, 1218 – São Paulo/SP
Tel: 3476.0792
Metrô Higienópolis Mackenzie. Ar-condicionado, cafeteria, acessibilidade, estacionamento ao lado.

Órion – ou um quase-monólogo sobre a ansiedade – foto: Victor Miranda
Revista Prosa Verso e Arte

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