Na sala, todos deram conta do quanto se abeirou do caixão. Lentamente, muito lentamente, como se nunca lá quisesse chegar. Mas foram apenas alguns passos. Sentou-se no chão, muito rente à urna pousada sobre o soalho. Em volta, uma azáfama quase silenciosa. Um aroma intenso a flores de Novembro, sem céu à vista…
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Mulheres que sonham ser avós e outras que nem tanto. Um amor refém de um início. Uma menina-mulher de luto à espera de um sinal. Duas vidas cristalizadas numa famosa ópera de Wagner. Um vestido em suspenso para uma estreia…
O quotidiano serve de inspiração a esta antologia de contos em que nada acontece por acaso. Entre a denúncia do trabalho precário, a defesa do envelhecimento digno e da saúde mental, celebram-se as amizades cúmplices, a arte e a natureza; ao mesmo tempo que se desvelam sonhos interrompidos, encontros fortuitos ou as singelas peripécias
do destino e da devoção.
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A prosa visual e sensorial de Marta Duque Vaz dá corpo, ora com humor ora com melancolia, a toda uma mundividência de diferentes gerações de mulheres, cujas histórias, plenas de humanidade, prometem resgatar o leitor da indiferença e deixá-lo no limbo da inquietação.
Marta Duque Vaz
Natural de Vila Nova de Famalicão, Marta Duque Vaz vive desde os 19 anos no Porto, onde se licenciou em Antropologia. Começou a escrever aos 14 anos e é prolífera em vários géneros e áreas. Enveredou pelo jornalismo, estreando-se em jornais regionais de Vale do Ave e Braga, vindo mais tarde a trabalhar no Diário de Notícias, no Porto. Com 20 anos, publicou um livro de poemas intitulado Aclive, e, em 1990, recebeu um prémio da Comissão Nacional dos Descobrimentos Portugueses, na categoria de prosa, que a levou até Macau e Hong-Kong. Viajou, mudou de profissão, foi gestora, até que, em 2009, regressou ao jornalismo como freelancer. O seu primeiro livro infanto-juvenil, A Senhora Clap e o Mundo na Palma das Mãos, foi editado em 2015 e, mais tarde, adaptado a peça de teatro no Rio de Janeiro. Posteriormente, escreveu um monólogo para teatro, O Lado Esquerdo (2019), e viu publicado o seu álbum ilustrado História Interminável (2022). Actualmente, tem parte da sua produção literária dispersa por diferentes revistas, entre elas a Egoísta, e continua a ser a leitora voraz que a tornou escritora.
Título: Os anjos não morrem e tu morreste duas vezes
Autora: Marta Duque Vaz
Capa: Susa Monteiro
Editora: Kalandraka PT
ISBN: 9789895336791
Idioma: Português (PT)
Ano da 1ª edição: 2023
Formato: 5,5 x 22,5 cm.
Páginas: 132
Temática: antologia de 12 contos – protagonizados por mulheres de diversas faixas etárias, amizade, arte, amor, fé, natureza, destino
Idade recomendada: adultos
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Quer saber mais:
DIAS, Cláudia de Sousa. Os anjos não morrem e tu morreste duas vezes (2023), de Marta Duque Vaz. In: Cadernos Literários, v. 29. no. 1, 2024. Disponível no link.(acessado em 12.4.2024)
>> Siga: @martaduquevaz | @kalandrakaeditoraportugal
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> Imagem capa da matéria: Marta Duque Vaz – foto: Carla de Sousa
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