MAESTRO JOSÉ SOARES E PIANISTA JEAN-LOUIS STEUERMAN SOBEM AO PALCO DA SALA SÃO PAULO COM OSESP ESTA SEMANA. Concertos com regente e solista brasileiros acontecem de 31/ago a 2/set e terão peças de Johann Sebastian Bach, Villa-Lobos e Respighi no programa; performance de sexta-feira (1/set) será transmitida ao vivo no YouTube da Orquestra.
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Dando continuidade à Temporada 2023 – Sem Fronteiras, a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo – Osesp recebe na Sala São Paulo nesta semana dois convidados brasileiros, entre quinta (31/ago) e sábado (2/set): o maestro José Soares, fazendo sua estreia com nossa Orquestra, e o pianista Jean-Louis Steuerman. O programa terá duas obras de Johann Sebastian Bach (Passacaglia e Fuga em Dó Menor e O Mensch, bewein’ dein’ Sünde gross); as Bachianas Brasileiras nº 3, de Heitor Villa-Lobos; e a emocionante Pinheiros de Roma, de Ottorino Respighi. Vale lembrar que a performance de 1/set, às 20h30, será transmitida ao vivo no canal oficial da Osesp no YouTube.
Pouco depois de atingir a maioridade, é bem provável que Johann Sebastian Bach (1685-1750) já tivesse assimilado com destreza a prática improvisatória dos grandes organistas que o antecederam, imprimindo traços pessoais à linguagem de um instrumento por si só tão variado em coloridos e sonoridades. Numa obra como a Passacaglia e Fuga em Dó Menor, de maneira lógica, os mínimos fragmentos musicais servem de material para suas ornamentações, por todos os registros do órgão. Enquanto isso, o tema se mantém imperioso, gerando cada uma das 20 variações sobre um mesmo baixo melódico repetido em ostinato. Nas mãos de Ottorino Respighi (1879-1936), um dos grandes orquestradores do século XX, a obra pôde se espraiar também pelo tecido sinfônico, ora com maior fluidez, ora com uma insistência rítmica quase marcial.
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Os anos que marcaram o retorno de Heitor Villa-Lobos (1887-1959) ao Brasil, após temporada em Paris durante a década de 1920, foram permeados por um movimento geral de enaltecimento da figura de Bach, abrindo espaço para uma admiração pelo mestre de Leipzig cultivada desde jovem, no seio familiar. Composta entre 1930 e 1945, a série de Bachianas Brasileiras ilustra a proximidade entre os chorões cariocas do começo do século e a estética setecentista, de contrapontos e improvisos. Com orquestra equiparável à do arranjo de Respighi, ouvido anteriormente, estas terceiras Bachianas destacam um piano concertante, que transita entre os diferentes virtuosismos dos séculos XVIII e XIX.
Um maior lirismo vocal de Bach reassume o enredo do programa com a versão para cordas do prelúdio O Mensch, bewein’ dein’ Sünde gross, proposta pelo também alemão Max Reger (1873-1916). Intérprete das obras de seu conterrâneo – “começo e fim de toda música, sobre quem repousa e de quem se origina todo progresso real” (Die Musik, 1905) –, o deslumbre de Reger por Bach vem, assim, não só da análise ou da composição. “Ó, Humanidade, Lamenta Teu Grande Pecado” é um hino luterano extensivamente elaborado no Pequeno Livro de Órgão, que serviu de fonte para esta transcrição, com harmonias refinadas e inusuais, habilidosas ornamentações e passagens virtuosísticas no desenvolvimento de cada um de seus versos.
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Em Pinheiros de Roma, agora tendo Respighi de fato como compositor, o conjunto orquestral se nutre de cantigas infantis que as típicas árvores romanas teriam ouvido, quando de um passado não tão distante. Um dia de novembro, no ano de 1920, o maestro pediu que sua esposa, Elsa, cantasse algumas das melodias entoadas enquanto brincava e dançava pelos jardins que frequentou em sua juventude. Transcritas e enriquecidas, serviram de matéria-prima para o primeiro movimento deste poema sem palavras. Parte de uma trilogia de cenas sobre a “cidade eterna”, que inclui suas fontes e festas, a obra caminha em um único plano-sequência desde a Villa Borghese até a Via Appia, entre jogos e marchas.
Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo – Osesp
Fundada em 1954, desde 2005 é administrada pela Fundação Osesp. Thierry Fischer tornou-se Diretor Musical e Regente Titular em 2020, tendo sido precedido, de 2012 a 2019, por Marin Alsop, que agora é Regente de Honra. Seus antecessores foram Yan Pascal Tortelier, John Neschling, Eleazar de Carvalho, Bruno Roccella e Souza Lima. Em 2016, a Orquestra esteve nos principais festivais da Europa e, em 2019, realizou turnê na China. Em 2018, a gravação das Sinfonias de Villa-Lobos, regidas por Isaac Karabtchevsky, recebeu o Grande Prêmio da Revista Concerto e o Prêmio da Música Brasileira. Em outubro de 2022, a Osesp estreou no Carnegie Hall, em Nova York, realizando dois programas – o primeiro como convidada da série oficial de assinaturas da casa, o segundo com o elogiado projeto Floresta Villa-Lobos.
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José Soares
José Soares é Regente Associado da Filarmônica de Minas Gerais desde 2022, tendo sido seu Regente Assistente nas duas temporadas anteriores. Como integrante, entre 2016-17, do Festival de Inverno de Campos do Jordão, recebeu o Prêmio de Regência, tendo sido convidado a atuar como regente assistente da Osesp em parte da Temporada 2018. Integrou o programa de Regência do Festival de Música de Parnü, Estônia. Venceu o 19º Concurso Internacional de Regência de Tóquio (2021). Ao fim de 2021, recebeu o prêmio da crítica na categoria “Jovem Talento” da Revista Concerto. Em 2022, regeu as Orquestras Sinfônicas NHK de Tóquio e MÁV Symphonie Orchester em Budapeste. Em 2023, faz sua estreia como convidado da Osesp, da New Japan Philharmonic, da Sinfônica de Hiroshima e da Filarmônica de Nagoya, no Japão.
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Jean-Louis Steuerman
Jean-Louis Steuerman ganhou grande reconhecimento como artista internacional após conquistar o 2º segundo lugar no Concurso Johann Sebastian Bach, em Leipzig, Alemanha, em 1972. Foi solista nas mais importantes orquestras do mundo sob a regência de maestros consagrados. Steuerman se apresentou com a Sinfônica de Londres, sob regência de Claudio Abbado; e com a Royal Philharmonic, sob a batuta de Lord Menuhin e Vladimir Ashkenazy. Participou de importantes turnês na Europa, América do Norte e Japão, apresentando-se nas principais séries de concerto. Como camerista, tem tocado com os mais renomados músicos internacionais. Suas gravações para a Philips incluem obras de Alexander Scriabin, Felix Mendelssohn Bartholdy e as Seis Partitas de Johann Sebastian Bach, pelas quais recebeu o prêmio Diapason d’Or (França).
PROGRAMA
TEMPORADA OSESP: JOSÉ SOARES E JEAN-LOUIS STEUERMAN
ORQUESTRA SINFÔNICA DO ESTADO DE SÃO PAULO
JOSÉ SOARES regente
JEAN-LOUIS STEUERMAN piano
Johann Sebastian BACH | Passacaglia e Fuga em Dó Menor, BWV 582 [Orquestração de Ottorino Respighi]
Heitor VILLA-LOBOS | Bachianas Brasileiras nº 3
Johann Sebastian BACH | O Mensch, bewein’ dein’ Sünde gross, BWV 622 [Orquestração de Max Reger]
Ottorino RESPIGHI | Pinheiros de Roma
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SERVIÇO
31 de agosto, quinta, às 20h30
1 de setembro, sexta, às 20h30 – Concerto Digital
2 de setembro, sábado, às 16h30
Endereço: Sala São Paulo | Praça Júlio Prestes, 16, Campos Elíseos
Taxa de ocupação limite: 1.484 lugares
Recomendação etária: 07 anos
Ingressos: Entre R$ 39,60 e R$ 258,00 (preços inteiros*)
Bilheteria (INTI): Neste link
(11) 3777-9721, de segunda a sexta, das 12h às 18h.
Cartões de crédito: Visa, Mastercard, American Express e Diners.
Estacionamento: R$ 28,00 (noturno e sábado à tarde) e R$ 16,00 (sábado e domingo de manhã) | 600 vagas; 20 para portadores de necessidades especiais; 33 para idosos.
* Estudantes, pessoas acima dos 60 anos, jovens pertencentes a famílias de baixa renda com idade de 15 a 29 anos, pessoas com deficiências e um acompanhante e servidores da educação (servidores do quadro de apoio – funcionários da secretaria e operacionais – e especialistas da Educação – coordenadores pedagógicos, diretores e supervisores – da rede pública, estadual e municipal) têm desconto de 50% nos ingressos para os concertos da Temporada Osesp na Sala São Paulo, mediante comprovação.
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A Osesp e a Sala São Paulo são equipamentos do Governo do Estado de São Paulo, por intermédio da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, gerenciadas pela Fundação Osesp, Organização Social da Cultura.
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