AGENDA CULTURAL

Osesp, Thierry Fischer e Jean-Guihen Queyras no penúltimo programa do ano

Osesp toca duas obras de Tchaikovsky com Queyras como solista, além da ‘Quarta Sinfonia’ de Bruckner, entre 12 e 14/dez na Sala São Paulo; concerto de sexta-feira (13/dez), às 20h30, terá transmissão ao vivo no canal oficial de YouTube.
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O ano de 2024 marca as celebrações dos 70 anos da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo – Osesp, além dos 30 anos de atividades do Coro da Osesp e dos 25 anos da Sala São Paulo – a casa da Osesp, dos Coros e de seus Programas Educacionais, inaugurada em 1999 no edifício onde antes funcionava a Estrada de Ferro Sorocabana.

No penúltimo programa desta Temporada arrebatadora, a Osesp se apresenta na Sala São Paulo de quinta-feira (12/dez) a sábado (14/dez) com seu Diretor Musical e Regente Titular, Thierry Fischer, e o violoncelista francês Jean-Guihen Queyras como convidado. Solista de longa data do grupo Ensemble Intercontemporain, Queyras distingue-se por seu ecletismo musical e trabalhou intimamente com o maestro e compositor Pierre Boulez [1925-2016]. Neste programa, no entanto, o artista, que já colaborou com a Osesp em outras ocasiões, volta-se para o repertório romântico.
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A primeira parte dos concertos contará com duas obras de Tchaikovsky: Variações sobre um tema rococó e Andante cantabile, o movimento mais conhecido do primeiro Quarteto de cordas do autor russo. E, após o intervalo, nossos músicos irão se debruçar sobre a Sinfonia nº 4 de Bruckner. Vale lembrar que a apresentação de sexta-feira (13/dez), às 20h30, será transmitida ao vivo no canal oficial da Osesp no YouTube.

Osesp e Thierry Fischer – foto: Beatriz de Paula

Sobre o programa
Quando seu colega de conservatório, o violoncelista e professor Wilhelm Fitzenhagen, lhe encomendou uma peça para violoncelo e orquestra, Pyotr Ilyich Tchaikovsky [1840-1893] tinha acabado de compor o poema sinfônico Francesca da Rimini. Vindo de obra tão intensa e dramática, e enfrentando um período particularmente complicado de sua vida, Tchaikovsky parece ter se deleitado com o desafio de produzir algo na linguagem elegante que associava a Mozart, compositor por quem professava irrestrita admiração: as Variações sobre um tema rococó. Esse tema, precedido por breve introdução orquestral, é na verdade uma invenção própria, não uma melodia original do século anterior. Nele, o compositor busca os traços mais característicos do galante, com uma melodia clara, equilibrada, graciosa e mozartiana.
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No Andante cantabile para violoncelo e orquestra de cordas, podemos ouvir como Tchaikovsky chegou, a seu modo, a uma síntese conciliatória entre o espírito da música nativa e o pensamento composicional importado, tornando-se a voz mais importante do Romantismo russo. O Andante cantabile é um arranjo, feito pelo próprio compositor, do segundo movimento de seu Quarteto de cordas nº 1, Op. 11, de 1871, para uma apresentação do violoncelista Anatoly Brandukov em Paris no ano de 1888.
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Talvez influenciado pela severidade das críticas que recebia, Anton Bruckner [1824-1896] nunca ficava completamente satisfeito ao terminar uma obra, realizando inúmeras versões de suas próprias sinfonias, permitindo também a regentes e editores que suprimissem trechos das partituras ou alterassem alguns detalhes da orquestração. O caso da Sinfonia nº 4 não seria diferente. Ao terminá-la, em 1874, Bruckner provavelmente não imaginava que esperaria sete anos até a sua estreia, com a Filarmônica de Viena, sob regência de Hans Richter. Até lá, revisaria e, em parte, recomporia a obra, que teve grande sucesso e se tornou uma de suas peças mais conhecidas.

OSESP – Orquestra e coro – foto: Mario Daloia

Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo — Osesp
Desde seu primeiro concerto, em 1954, a Osesp tornou-se parte indissociável da cultura paulista e brasileira, promovendo transformações culturais e sociais profundas. A cada ano, a Osesp realiza em média 130 concertos para cerca de 150 mil pessoas. Thierry Fischer tornou-se diretor musical e regente titular em 2020, tendo sido precedido, de 2012 a 2019, por Marin Alsop. Seus antecessores foram Yan Pascal Tortelier, John Neschling, Eleazar de Carvalho, Bruno Roccella e Souza Lima. Além da Orquestra, há um coro profissional, grupos de câmara, uma editora de partituras e uma vibrante plataforma educacional. Possui quase 100 álbuns gravados (cerca de metade deles por seu próprio selo, com distribuição gratuita) e transmite ao vivo mais de 60 concertos por ano, além de conteúdos especiais sobre a música de concerto. A Osesp já realizou turnês em diversos estados do Brasil e também pela América Latina, Estados Unidos, Europa e China, apresentando-se em alguns dos mais importantes festivais da música clássica, como o BBC Proms, e em salas de concerto como o Concertgebouw de Amsterdam, a Philharmonie de Berlim e o Carnegie Hall. Mantém, desde 2008, o projeto “Osesp Itinerante”, promovendo concertos, oficinas e cursos de apreciação musical pelo interior do estado de São Paulo. É administrada pela Fundação Osesp desde 2005.

Thierry Fischer – foto: Mariana Garcia

Thierry Fischer regente
Desde 2020, Thierry Fischer é diretor musical da Osesp, cargo que também assumiu em setembro de 2022 na Orquestra Sinfônica de Castilla y León, na Espanha. De 2009 a junho de 2023, atuou como diretor artístico da Sinfônica de Utah, da qual se tornou diretor artístico emérito. Foi principal regente convidado da Filarmônica de Seul [2017-20] e regente titular (agora convidado honorário) da Filarmônica de Nagoya [2008-11]. Já regeu orquestras como a Royal Philharmonic, a Filarmônica de Londres, as Sinfônicas da BBC, de Boston e Cincinnatti e a Orchestre de la Suisse Romande. Também esteve à frente de grupos como a Orquestra de Câmara da Europa, a London Sinfonietta e o Ensemble intercontemporain. Thierry Fischer iniciou a carreira como Primeira Flauta em Hamburgo e na Ópera de Zurique. Gravou com a Sinfônica de Utah, pelo selo Hyperion, Des Canyons aux Étoiles [Dos cânions às estrelas], de Olivier Messiaen, selecionado pelo prêmio Gramophone 2023, na categoria orquestral. Na Temporada 2024, embarca junto à Osesp para uma turnê internacional em comemoração aos 70 anos da Orquestra.

Jean-Guihen Queyras – foto: Marco Borggreve

Jean-Guihen Queyras violoncelo
Violoncelista de grande versatilidade, suas contribuições especialmente à música contemporânea e antiga lhe garantiram reconhecimento internacional. Colaborador artístico de Pierre Boulez, estreou obras de compositores de renome como Ivan Fedele, Gilbert Amy, Bruno Mantovani, Michael Jarrell, Johannes-Maria Staud, Thomas Larcher e Tristan Murail. Seu envolvimento com a música antiga é igualmente notável, com colaborações com a Orquestra Barroca de Freiburg e a Akademie für Alte Musik de Berlim. Foi Artista em Residência de importantes instituições, como o Concertgebouw de Amsterdam, o Festival d’Aix-en-Provence e o Wigmore Hall de Londres. Com frequência se apresenta junto a renomadas orquestras, incluindo as Sinfônicas de Londres e da Rádio Bávara, Mahler Chamber Orchestra, Orquestra de Paris e da Filadélfia. É membro fundador do Arcanto Quartet e forma um celebrado trio com Isabelle Faust e Alexander Melnikov. Nascido no Canadá, Queyras toca um violoncelo de 1696 de Gioffredo Cappa.

Osesp e Thierry Fischer – foto: Mariana Garcia

PROGRAMA
ORQUESTRA SINFÔNICA DO ESTADO DE SÃO PAULO — OSESP
THIERRY FISCHER
 regente
JEAN-GUIHEN QUEYRAS violoncelo
Pyotr Ilyich TCHAIKOVSKY
Variações sobre um tema rococó, Op. 33
Andante cantabile 
Anton BRUCKNER | Sinfonia nº 4 em Mi bemol maior – Romântica
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SERVIÇO
12 de dezembro, quinta-feira, 20h30
13 de dezembro, sexta-feira, 20h30 — Concerto Digital
14 de dezembro, sábado, 16h30
Endereço: Sala São Paulo | Praça Júlio Prestes, 16
Taxa de ocupação limite: 1.484 lugares
Recomendação etária: 07 anos
Ingressos: Entre R$ 39,60 e R$ 271 (valores inteiros*)
Bilheteria (INTI): neste link | (11) 3777-9721, de segunda a sexta, das 12h às 18h.
Estacionamento: R$ 35,00 (noturno e sábado à tarde) | 600 vagas; 20 para pessoas com deficiência; 33 para idosos.

*Estudantes, pessoas acima dos 60 anos, jovens pertencentes a famílias de baixa renda com idade de 15 a 29 anos, pessoas com deficiências e um acompanhante e servidores da educação (servidores do quadro de apoio – funcionários da secretaria e operacionais – e especialistas da Educação – coordenadores pedagógicos, diretores e supervisores – da rede pública, estadual e municipal) têm desconto de 50% nos ingressos para os concertos da Temporada Osesp na Sala São Paulo, mediante comprovação.
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A Osesp e a Sala São Paulo são equipamentos do Governo do Estado de São Paulo, por intermédio da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, gerenciadas pela Fundação Osesp, Organização Social da Cultura.

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