Osesp toca com Víkingur Ólafsson, que também faz recital solo

O ano de 2024 marca as celebrações dos 70 anos da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo – Osesp, além dos 30 anos de atividades do Coro da Osesp e dos 25 anos da Sala São Paulo – a casa da Osesp, dos Coros e de seus Programas Educacionais, inaugurada em 1999 no edifício onde antes funcionava a Estrada de Ferro Sorocabana.
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Nesta semana, entre quinta-feira (25/abr) e sábado (27/abr), a Osesp se apresenta pela primeira vez com o celebrado pianista islandês Víkingur Ólafsson, sob a batuta do regente austríaco Christoph Koncz. O repertório reúne as Bachianas brasileiras nº 1, de Heitor Villa-Lobos; o Concerto para piano em lá menor, de Robert Schumann (com Ólafsson como solista); e o poema sinfônico Pelléas e Mélisande, de Arnold Schoenberg. A apresentação de sexta (26/abr) terá transmissão ao vivo pelo canal da Osesp no YouTube, às 20h30 (com exceção da peça com Ólafsson).

Já no domingo (28/abr), às 18h, Víkingur Ólafsson apresenta um recital no palco da Sala São Paulo em que interpreta as cultuadas Variações Goldberg, de Johann Sebastian Bach. O músico está em turnê mundial com essa obra, que também foi gravada por ele em 2023, pelo selo Deutsche Grammophon.

Sobre o programa
A série Bachianas brasileiras nº 1, para um conjunto de oito violoncelos (instrumento tocado e amado pelo compositor Heitor Villa-Lobos), foi esboçada em 1930, estreou em 1932 e terminou ampliada em 1938, com a incorporação de uma dança folclórica, a embolada, como movimento inicial. O “Prelúdio” é acompanhado do subtítulo “Modinha”, gênero brasileiro estudado por Mário de Andrade e muito cultivado por Villa-Lobos [1887-1959]. Longas melodias oscilam entre a serenidade bachiana e a sensualidade brasileira, sobre uma harmonia em constante suspensão, com passagens cromáticas e modulações surpreendentes. A “Conversa” final, em forma de fuga, introduz na rígida estrutura barroca as síncopes típicas de ritmos urbanos cariocas, lembrando a aproximação, defendida por Villa-Lobos, entre a música de Bach e as improvisações características dos grupos de chorões, dos quais ele fazia parte em sua juventude.
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Para se estabelecer como compositor e sustentar a família, já que a jovem Clara Schumann estava grávida do primeiro de seus oito filhos, seria necessário obter sucesso com uma obra orquestral. A primeira sinfonia de Robert Schumann [1810-1856], “Primavera”, estreia em 1841 e garante ao compositor o justo reconhecimento. No ensaio da obra, Clara recebe do marido a partitura de uma Fantasia para piano e orquestra, dedicada a ela. A peça é lida pela pianista, grávida de seis meses, diante de um teatro vazio. Ela escreve em seu diário: “Eu a toquei duas vezes e a achei maravilhosa! Quando ensaiada adequadamente, irá agradar muito ao público. O piano é muito bem entremeado com a orquestra — não se pode conceber um sem o outro”. Mas o Romantismo era a época dos grandes concertos para piano, e um movimento solitário não encontrou editor ou reconhecimento. Estimulado pela esposa e pelos credores, Schumann passa então a escrever outros dois movimentos, até que, em 1845, a cidade de Dresden ouve a estreia de seu primeiro concerto, com Clara ao piano. A crítica admirou a escrita sinfônica e o equilíbrio entre a solista e a orquestra, que acompanhavam um ao outro “como um casal apaixonado”.

A literatura simbolista, levando adiante os exageros do romantismo tardio, cultivava trágicas histórias de amor. Pelléas e Mélisande, peça do belga Maurice Maeterlinck, estreou em Paris em 1893, sem muito sucesso. Anos depois, a obra chamou a atenção de compositores como Gabriel Fauré, responsável pela música incidental para a estreia inglesa da peça, e Claude Debussy, que compôs em 1902 uma bela ópera sobre o texto dessa angustiante fábula moderna. No mesmo ano, incentivado por Richard Strauss, Arnold Schoenberg [1874-1951] inspirou-se no drama para a composição de um longo poema sinfônico, que estreou em 1905, sob sua própria direção musical. O conservador público vienense, que reagia mal a qualquer novidade, respondeu com espanto e revolta, e um crítico chegou a sugerir que o compositor fosse trancado em um hospício.

Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo – Osesp
A Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo – Osesp é um dos grupos sinfônicos mais expressivos da América Latina. Com 13 turnês internacionais e quatro turnês nacionais realizadas, mais de uma centena de álbuns gravados e uma média de 120 apresentações por temporada, a Osesp vem alterando a paisagem musical do país e pavimentando uma sólida trajetória dentro e fora do Brasil, obtendo o reconhecimento de revistas especializadas como Gramophone e Diapason, e relevantes prêmios, como o Grammy Latino de Melhor Álbum de Música Clássica de 2007. A Orquestra se destacou ao participar de três dos mais importantes festivais de verão europeus, em 2016, ao se tornar a primeira orquestra profissional latino-americana a se apresentar em turnê pela China, em 2019, e ao estrear em 2022, no Carnegie Hall, em Nova York, apresentando um concerto na série oficial de assinatura da casa e o elogiado espetáculo Floresta Villa-Lobos. Desde 2020, Thierry Fischer ocupa os cargos de Diretor Musical e Regente Titular, antes ocupados por Marin Alsop (2012-19), Yan Pascal Tortelier (2010-11), John Neschling (1997-2009), Eleazar de Carvalho (1973-96), Bruno Roccella (1963-67) e Souza Lima (1953). Mais que uma orquestra, a Osesp é também uma iniciativa cultural original e tentacular que abrange diversos corpos artísticos e projetos sociais e de formação, como os Coros Sinfônico, Juvenil e Infantil, a Academia de Música, o Selo Digital, a Editora da Osesp e o Descubra a Orquestra. Fundada oficialmente em 1954, a Orquestra passou por radical reestruturação entre 1997 e 1999 e, desde 2005, é gerida pela Fundação Osesp.

Christoph Koncz – foto: Kai Kitschenberg.

Christoph Koncz
Diretor musical da Sinfônica de Mulhouse, regente titular da Academia de Câmara Alemã de Neuss no Reno e regente convidado principal do grupo Les Musiciens du Louvre, o maestro austríaco recebeu suas primeiras lições de violino aos quatro anos de idade e, apenas dois anos depois, ingressou na Universidade de Música de Viena. Aos nove anos de idade, estrelou como o prodígio infantil Kaspar Weiss no filme O Violino Vermelho (Oscar de Melhor Trilha Sonora Original de 1998). Em 2008, aos vinte anos de idade, Koncz foi nomeado segundo violino principal da Filarmônica de Viena, cargo que ocupou até 2022. À sua estreia como regente na Mozartwoche de Salzburgo, em 2013, seguiram-se concertos dirigindo orquestras em locais como a Philharmonie de Berlim, a Musikverein e a Konzerthaus de Viena, e o Concertgebouw de Amsterdam. Apresenta-se com frequência no pódio da Sinfônica de Londres, da Orquestra da Suíça Romanda, da Ópera Estatal de Viena, da Sinfônica da Rádio Sueca, da Orquestra de Câmara Mahler, da Orquestra Metropolitana de Montreal e da Filarmônica de Hong Kong.

Víkingur Ólafsson – pianista.

Víkingur Ólafsson
O pianista islandês Víkingur Ólafsson causou um profundo impacto com sua notável combinação de musicalidade de mais alto nível e programas visionários. Suas gravações para a Deutsche Grammophon — Philip Glass: Piano Works [2017], Johann Sebastian Bach [2018], Debussy – Rameau [2020], Mozart & Contemporaries [2021] e From Afar [2022] – cativaram a imaginação do público e da crítica e levaram a mais de 600 milhões de reproduções. Em outubro de 2023, Ólafsson lançou seu aguardado novo álbum pela Deutsche Grammophon com as Variações Goldberg de J.S. Bach – na temporada 2023-24, o pianista apresenta essa obra-prima em grandes salas de concerto, nos seis continentes, incluindo o Southbank Centre de Londres, o Carnegie Hall de Nova York, a Philharmonie de Paris, a Suntory Hall de Tóquio, o Harpa Concert Hall, o Walt Disney Hall, a Shanghai Symphony Hall, a Tonhalle de Zurique, a Philharmonie de Berlim e a Sala São Paulo. As múltiplas premiações de Ólafsson incluem Instrumentista do Ano [2023] e Gravação Solo Instrumental do Opus Klassik, Artista do Ano da Gramophone [2019] e Álbum do Ano no BBC Music Magazine Awards [2019].

OSESP – Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo – foto © acervo Osesp

PROGRAMAS
VÍKINGUR ÓLAFSSON FAZ SUA ESTREIA COM A OSESP
OSESP
CHRISTOPH KONCZ 
REGENTE
VÍKINGUR ÓLAFSSON 
PIANO
HEITOR VILLA-LOBOS | Bachianas brasileiras nº 1
ROBERT SCHUMANN | Concerto para piano em lá menor, Op. 54
ARNOLD SCHOENBERG | Pelléas e Mélisande, Op. 5
VÍKINGUR ÓLAFSSON ENCONTRA BACH
VÍKINGUR ÓLAFSSON PIANO
JOHANN SEBASTIAN BACH | Variações Goldberg, BWV 988
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SERVIÇO
25 de abril, quinta-feira, às 20h30
26 de abril, sexta-feira, às 20h30
27 de abril, sábado, às 16h30
28 de abril, domingo, às 18h [Recital]
Endereço: Sala São Paulo | Praça Júlio Prestes, 16
Taxa de ocupação limite: 1.484 lugares
Recomendação etária: 7 anos
Ingressos: Entre R$ 39,60 e R$ 271,00 [Osesp], e entre R$ 39,60 e R$ 132,00 [Recital] (valores inteiros)
Bilheteria (INTI): neste link
(11) 3777-9721, de segunda a sexta, das 12h às 18h.
Cartões de crédito: Visa, Mastercard, American Express e Diners.
Estacionamento: R$ 28,00 (noturno e sábado à tarde) e R$ 16,00 (sábado e domingo de manhã) | 600 vagas; 20 para pessoas com deficiência; 33 para idosos.
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*Estudantes, pessoas acima dos 60 anos, jovens pertencentes a famílias de baixa renda com idade de 15 a 29 anos, pessoas com deficiências e um acompanhante e servidores da educação (servidores do quadro de apoio – funcionários da secretaria e operacionais – e especialistas da Educação – coordenadores pedagógicos, diretores e supervisores – da rede pública, estadual e municipal) têm desconto de 50% nos ingressos para os concertos da Temporada Osesp na Sala São Paulo, mediante comprovação.
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A Osesp e a Sala São Paulo são equipamentos do Governo do Estado de São Paulo, por intermédio da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, gerenciadas pela Fundação Osesp, Organização Social da Cultura.

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