Há oito anos em cartaz, o espetáculo A Tropa, estrelado por Otavio Augusto, retorna a São Paulo para duas sessões especiais no Teatro Estúdio, novo espaço cultural localizado na Rua Conselheiro Nébias, 891, nos Campos Elíseos. As apresentações acontecem nos dias 24 e 25 de agosto, sábado às 20h e domingo às 17h.
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A montagem, que já passou por 16 cidades do Brasil, tem direção de Cesar Augusto e texto de Gustavo Pinheiro, vencedor de um concurso de dramaturgia promovido pelo Banco do Brasil, em 2015. Os filhos são interpretados por Alexandre Menezes, Daniel Marano, Alexandre Galindo e André Rosa.
Na trama, um pai doente recebe a visita dos quatros filhos no hospital. O que seria apenas um encontro em função de um parente debilitado se revela um acerto de contas familiar, permeado de humor e afeto, tendo como pano de fundo os últimos 50 anos de História brasileira.
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Os filhos, muito distintos entre si, formam um mosaico da sociedade brasileira: um dentista militar aposentado que mora com o pai; um jovem usuário de drogas com passagens por clínicas de reabilitação; um empresário casado, pai de duas filhas, que trabalha numa empreiteira sob investigação por corrupção; e um jornalista que acaba de pedir demissão e passa por uma crise com a profissão. Os cinco vivenciam enfermidades ideológicas, sociais, afetivas e familiares. E seus embates e descobertas servem para discutir diferenças e tolerância – um tema cada vez mais atual.
Em cartaz desde 2016, A Tropa faz uma leitura perspicaz, sensível, ácida e bem-humorada da sociedade brasileira. “Estreamos no governo Dilma, atravessamos em cena o impeachment dela, o governo Temer, o governo Bolsonaro e agora estamos de volta a um governo de esquerda, com Lula. Não mexemos em uma vírgula do texto e ele se mantém mais atual do que nunca. É interessante e perturbador ao mesmo tempo”, afirma o autor.
60 anos de carreira
A Tropa marca as comemorações pelos 60 anos de carreira de Otavio Augusto. Ele interpreta um ex-militar viúvo e autoritário que, no leito de hospital, vê as relações veladas da família serem descortinadas.
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“Tenho três famílias teatrais fundamentais: a primeira foi no começo da minha carreira, no Teatro Oficina, ao lado de Zé Celso, Renato Borghi, Othon Bastos, fazendo espetáculos fantásticos, como Pequenos Burgueses (1963), O Rei da Vela (1967), e Galileu Galilei (1968). O segundo grande encontro teatral da minha vida foi com Fernanda (Montenegro) e Fernando (Torres), meus queridos amigos e parceiros de cena em grandes sucessos como O Interrogatório (1972), O Amante de Madame Vidal (1973) e Suburbano Coração (1989). E o terceiro encontro vivo desde 2016, com essa verdadeira família afetiva que se formou em torno de A Tropa. Sou muito feliz fazendo esse espetáculo com estes companheiros”, afirma o ator, agraciado, em junho deste ano, com o Prêmio APTR pelo conjunto da sua carreira teatral. Em sua carreira, Otavio coleciona importantes prêmios como Kikito, Prêmio Shell e nada menos do que cinco Prêmios APCA.
Zé Celso reconheceu o talento e a sensibilidade do ator muito antes de sua estreia nas peças do Teatro Oficina. “Num dia, apareceu na minha frente um sujeito que atuava com espontaneidade, humor, emoção. Um ator feito, que nasceu com a vocação. Era Otavio Augusto”, escreveu o dramaturgo na orelha do livro da peça, publicado em 2018 pela Editora Cobogó. “É um ator verdadeiro, completo: é trágico, cômico, tesudo, antropofágico, e faz parte de uma linhagem rara de atuação brasileira”, complementou.
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Otavio Augusto também marcou gerações com personagens inesquecíveis na televisão, nos sucessos Vamp (1991), Tieta (1989) e Avenida Brasil (2012), e no cinema, com os filmes Central do Brasil (1998), Boleiros (1998), Mar de Rosas (1977) e no mais recente Eduardo e Mônica.
FICHA TÉCNICA
Texto: Gustavo Pinheiro. Direção: Cesar Augusto. Elenco: Otavio Augusto (Pai), Alexandre Menezes (Humberto), Daniel Marano (João Batista), Alexandre Galindo (Artur) e André Rosa (Ernesto). Stand in:Daniel Villas. Assistente de interpretação: Mar Martins. Cenografia: Cesar Augusto. Iluminação:Adriana Ortiz. Figurinos: Ticiana Passos. Fotos: Elisa Mendes, Pablo Henriques e Fernandovisky. Registro videográfico: Tiago Scorza. Assessoria de Comunicação: Adriana Balsanelli e Renato Fernandes. Produção Executiva: Ciro Duprat. Direção de Produção: André Roman. Coordenação. Geral de Projeto:Alexandre Galindo. Realização: AR Produções & Gênese Produções.
SERVIÇO
Espetáculo A Tropa
Dias 24 e 25 de agosto, sábado às 20h e domingo às 17h.
Ingressos: R$90 e R$45.
Classificação indicativa: 14 anos.
Gênero: Comédia dramática.
Duração: 80 minutos
Teatro Estúdio
Rua Conselheiro Nébias, 891 – Campos Elíseos.
Capacidade: 113 lugares.
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