quinta-feira, dezembro 19, 2024

“Poema”, de Cazuza e Frejat, na brilhante interpretação de Ney Matogrosso

“Poema” escrito por Cazuza aos 17 anos para sua avó paterna, os versos de “Poema” só ganharam a melodia de Frejat em 1998. No ano seguinte, Ney Matogrosso a gravou no álbum “Olhos de Farol”. A letra de “Poema” ficou escondida durante muito tempo, e só foi descoberta quando a avó de Cazuza faleceu, bem depois dele, aos 102 anos. Lucinha Araújo, mãe de Cazuza, recebeu uma caixinha onde estava o poema que o neto havia escrito para a avó. Ela telefonou para Frejat, que passou a madrugada em claro até finalizar a bonita melodia de “Poema”.

Eis, o “Poema” e o vídeo para audição:

 

POEMA
(Cazuza e Roberto Frejat)

Eu hoje tive um pesadelo
E levantei atento, a tempo
Eu acordei com medo
E procurei no escuro
Alguém com o seu carinho
E lembrei de um tempo

Porque o passado me traz uma lembrança
De um tempo que eu era ainda criança
E o medo era motivo de choro
Desculpa pra um abraço, um consolo

Hoje eu acordei com medo
Mas não chorei nem reclamei abrigo
Do escuro, eu via o infinito
Sem presente, passado ou futuro
Senti um abraço forte, já não era medo
Era uma coisa sua que ficou em mim
E que não tem fim

De repente, a gente vê que perdeu
Ou está perdendo alguma coisa
Morna e ingênua que vai ficando no caminho
Que é escuro e frio, mas também bonito porque é iluminado
Pela beleza do que aconteceu há minutos ou anos atrás.

– ficha técnica da faixa –
Arranjo: Ricardo Silveira || Ney Matogrosso (voz), Leandro Braga (piano), Ricardo Silveira (violão de aço), Arthur Maia (baixo elétrico), Cláudio Infante (bateria), Orlando Costa (percussão)
Direção: Jodele Larcher
Direção de produção: Silvana Cardoso
Produção: João Mário Linhares e Zé Nogueira
Álbum: “Ney Matogrosso – Vivo”
Selo: Universal Music
Ano: 2000
Formato: CD/DVD
* Gravado ao vivo no Palácio das Artes, em Belo Horizonte, em dezembro de 1999.

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