Política e politicalha não se confundem, não se parecem, não se relacionam uma com a outra. Antes se negam, se excluem, se repulsam mutuamente. A política é a arte de gerir o Estado, segundo princípios definidos, regras morais, leis escritas, ou tradições respeitáveis. A politicalha é a indústria de o explorar a benefício de interesses pessoais. Constitui a política uma função, ou conjunto das funções do organismo nacional: é o exercício normal das forças de uma nação consciente e senhora de si mesma. A politicalha, pelo contrário, é o envenenamento crônico dos povos negligentes e viciosos pela contaminação de parasitas inexoráveis. A política é a higiene dos países moralmente sadios. A politicalha, a malária dos povos de moralidade estragada.
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Discurso pronunciado no Teatro Lírico, do Rio de Janeiro, em 18 de setembro de 1917. (A colônia baiana ao batalhão de atiradores — Rio, 1917).
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– Rui Barbosa, no livro “Antologia”. seleção, prefácio e notas de Luís Viana Filho. Nova Fronteira, 2012
SOBRE O LIVRO
Rui Barbosa de Oliveira nasceu em Salvador (Bahia) em 1849. Em 1870, formou-se pela Faculdade de Direito de São Paulo. Eleito deputado geral, fixou-se em 1879 no Rio de Janeiro, onde, a partir da proclamação da República, se tornou uma das figuras preeminentes da vida política do país. Foi o autor do projeto da constituição republicana apresentado à Assembleia Constituinte em 1890. Exilou-se na Inglaterra quando se instalou o governo ditatorial de Floriano Peixoto, e de lá enviou para o Brasil os artigos reunidos nas Cartas de Inglaterra (1896). De volta ao país, em 1895, foi eleito senador pelo estado da Bahia, cargo que ocupou até ao fim da vida. Por sua brilhante atuação na Segunda Conferência Internacional da Paz, em 1907, ficou conhecido como “Águia de Haia”. Fundador da cadeira nº 10 da Academia Brasileira de Letras, distinguiu-se como grande orador e escritor prolífico. Escreveu um dos seus mais famosos discursos — Oração aos moços (1920) — como paraninfo dos formandos da Faculdade de Direito de São Paulo. Suas Obras completas, organizadas pela Casa de Rui Barbosa, chegam a 137 tomos. Morreu em Petrópolis (Rio de Janeiro), em 1923.
Esta Antologia, preparada por Luís Viana Filho, traz alguns dos mais conhecidos textos de Rui Barbosa. São páginas cuja vitalidade provém da sinceridade e, não raro, da bravura com que foram escritas ou proferidas.
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FICHA TÉCNICA
Páginas: 295
Acabamento: Livro brochura
Lançamento: 01/01/2011
ISBN: 978-85-209-3338-1
Selo: Nova Fronteira
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