Peça "Em Nome da Mãe" - crédito/foto: Elisa Mendes
Depois do sucesso em 2024, espetáculo retorna ao Rio para uma curta temporada. A peça “Em Nome da Mãe” volta ao Teatro Adolpho Bloch com dramaturgia e atuação de Suzana Nascimento, e direção de Miwa Yanagizawa. A versão audiovisual da montagem recebeu quatro prêmios no 16º Prêmio APTR, nas categorias de melhor espetáculo, atriz, direção e música. Em 2024, no Prêmio Fita, venceu na Categoria especial e de melhor atriz
.
Ao deixar de lado o aspecto religioso e desmistificar a figura de Maria de Nazaré, mãe de Jesus, o espetáculo “Em Nome da Mãe” aborda a jornada íntima de uma jovem, pobre, não casada – e grávida – que sofreu todos os preconceitos de uma sociedade conservadora, patriarcal e machista. Em formato de monólogo, apresenta a personagem antes de se tornar santa, como todos a conhecem na história milenar, escrita por homens, na Bíblia. Ela ganha voz própria e coloca em evidência sua dimensão, não apenas humana, mas também feminina, relatando sua coragem e incertezas, as perseguições, os constrangimentos diante de intrigas e acusações, seus medos e sonhos.
A peça foi idealizada pela atriz e protagonista, Suzana Nascimento, que construiu uma dramaturgia inédita, aprofundando o olhar para o feminino e para a atualidade, tendo como base a obra homônima do premiado autor italiano Erri de Luca. A direção é de Miwa Yanagizawa.
.
“Em Nome da Mãe” estreou no Rio, em 2024, no Teatro Adolpho Bloch, e agora volta à casa para uma curta temporada, de 10 de abril a 04 de maio. O espetáculo teve sessões lotadas no ano passado, e também recebeu cinco indicações no prestigioso Festival Internacional do Teatro de Angra (FITA), conquistando dois prêmios: Melhor atriz e Categoria especial. Na versão audiovisual, em 2022, a montagem foi premiada no 16º Prêmio APTR, em quatro categorias: espetáculo, atriz, direção e música.
“A peça não tem cunho religioso e traz Maria antes da santa, por um viés íntimo e feminino, que ainda transcende os limites do Cristianismo, ao trazer a ancestralidade feminina de diversas culturas do mundo inteiro”, destaca Suzana.
.
Durante a nova temporada da peça, o público poderá conferir também a exposição “No princípio era a mulher”, no foyer do teatro, na qual Suzana apresenta seus poéticos bordados em folhas de árvore, recolhidas pela atriz em diferentes cidades, e outros materiais que ganham novo significado ao dialogar com a temática do espetáculo. São cerca de 12 obras (grande parte inéditas), criadas especialmente para a mostra. As obras, que mesclam arte, poesia visual, afeto, memória, ancestralidade e natureza, fazem parte do projeto Botica de Histórias (@boticadehistorias), outra façanha da multiartista.
A Concepção
Em 2015, Suzana Nascimento teve contato pela primeira vez com a obra de Erri de Luca. O livro “Em Nome da Mãe” conta, em primeira pessoa, a história da gestação de Maria de Nazaré, desde o anúncio de sua gravidez imaculada pelo anjo Gabriel até o nascimento de Jesus. Arrebatada pelo livro, a atriz construiu uma dramaturgia para ser encenada, aprofundando o olhar para o feminino e para a atualidade. Na peça, a jovem mulher ganha voz própria e coloca em evidência sua dimensão não apenas humana, mas também feminina: ela relata sua coragem e incertezas, as perseguições, os constrangimentos diante de intrigas e acusações, seus medos e sonhos.
.
A montagem fez sua estreia em versão audiovisual em agosto de 2021, dentro do projeto “Arte em Cena – Temporadas”, em que o Sesc RJ transmitiu espetáculos artísticos em suas plataformas digitais. Em 2022, a peça foi premiada no 16º Prêmio APTR, em quatro categorias : espetáculo, atriz protagonista (Suzana Nascimento), direção (Miwa Yanagizawa) e música (Federico Puppi). Contemplado pelo Edital de Cultura Sesc RJ Pulsar, o espetáculo foi apresentado em oito unidades do Sesc no estado do Rio de Janeiro, entre abril e maio de 2024.
A obra traz Suzana Nascimento explorando os arquétipos da alma feminina, passando pela virgem, mulher, mãe, feiticeira e anciã, e também os entrelaçamentos dessa narrativa milenar com a sociedade atual, a partir de apontamentos da própria atriz em cena. Com generosas camadas de humor, a apresentação intercala a jornada de Miriam (como Maria é chamada em hebraico) com memórias afetivas da atriz protagonista e do coletivo, além de questões da atualidade em relação às mulheres.
.
“Só existem seis falas atribuídas a Maria em toda a Bíblia. Pouco se escreveu sobre ela. A peça é uma investigação sobre sua jornada íntima, trazendo uma Maria profundamente humana, em plena metamorfose, se apoderando de sua própria história”, conta Suzana.
Exposição “No princípio era a mulher”
O público poderá conferir a exposição “No princípio era a mulher” no foyer do teatro, com obras bordadas em folhas de árvore que fazem parte do projeto Botica de Histórias (@boticadehistorias), outra façanha da multiartista Suzana Nascimento.
.
Mineira, radicada no Rio desde 2000, Suzana vem de uma família de costureiras e bordadeiras que marcaram sua trajetória artística, como apresenta a exposição. São cerca de 12 obras (grande parte inéditas), criadas especialmente para a mostra. Mesclando arte, poesia visual, afeto, memória, ancestralidade e natureza, as obras dialogam com o universo feminino e ancestral do espetáculo.
.
“Eu as chamo de ‘folhas-filhas’ que caem da ‘mãe’ árvore. A folha cumpriu o ciclo dela. Ela se desprende da mãe árvore e retorna à terra para criar novas coisas. Com essa interferência artística, a folha ganha um novo significado, trazendo a bagagem que tinha antes. Enxergo também como uma metáfora das mães e das filhas”, explica a artista.
Teatro Adolpho Bloch
Localizada no histórico Edifício Manchete, na Glória, Rio de Janeiro, projetado por Oscar Niemeyer e com paisagismo de Burle Marx, o Teatro Adolpho Bloch é palco de momentos célebres da nossa cultura. Desde maio de 2019, o Instituto Evoé é responsável por devolver ao Rio de Janeiro esse espaço icônico, porém ainda mais moderno, transformado num complexo cultural. Graças à genialidade de Niemeyer, que criou um palco reversível, tornou-se possível, em um período desafiador, como a pandemia, promover espetáculos e eventos tanto na área externa, ao ar livre, quanto na interna. Ou nas duas ao mesmo tempo, em formato arena, proporcionando aos artistas, produtores, além dos cariocas e turistas, múltiplas formas de se criar e consumir arte e entretenimento. A construção é um ícone carioca – na arquitetura e na história que carrega.
.
Único teatro na cidade do Rio de Janeiro que possui um palco reversível, permitindo que o público se acomode na área externa da casa de espetáculos, o Teatro Adolpho Bloch ganhou, em 2021, o formato arena, com capacidade para 359 lugares internos e 120 externos e um palco de 140m², equipado com a melhor estrutura. O espaço abriga ainda bistrô Bettina Café & Arte.
Ficha técnica
Direção: Miwa Yanagizawa | Concepção, dramaturgia e atuação: Suzana Nascimento, a partir da obra de Erri de Luca | Tradução: Federico Puppi | Figurino: Desirée Bastos | Cenografia: Desiré Bastos e Jovanna Souza | Iluminação: Ana Luzia Molinari de Simoni e Hugo Mercier | Direção de movimento: Denise Stutz | Trilha sonora original: Federico Puppi | Participações especiais (trilha) cantoras: Rita Beneditto, Kacau Gomes, Mari Blue, Fernanda Santanna e Alexia Evellyn | Percussão: Marco Lobo | Voz da mãe (a própria): Irene Pereira do Nascimento | Direção de palco: Sabrina Savino | Operação de som e projetor: Roberto Lucaro | Design gráfico: Raquel Alvarenga | Fotografias: Nil Caniné, Elisa Mendes e Júlio Ricardo | Vídeos: Elisa Mendes e André Hawk | Edição de vídeos para o palco: Almir Chiaratti – Okoto Produções | Gerencia de mídias sociais: Top na Mídia | Assessoria de imprensa: MNiemeyer Assessoria de Comunicação / Andreia Mendonça e Juliana Rosa | Direção de produção: Alessandra Reis e Cristina Leite | Coordenação geral: SP Nascimento Produções | Produtoras associadas: AR 27 Produções Artísticas Ltda e SP Nascimento Produções
SERVIÇO
Em Nome da Mãe
Temporada: De 10 de abril a 04 de maio de 2025
Dias / horários: Quintas, sextas e sábados, às 20h | Domingo, às 17h
Onde: Teatro Adolpho Bloch
Endereço: Rua do Russel, 804, Glória, Rio de Janeiro/RJ
Ingressos: vendas online – aqui
Duração: 60 min.
Classificação etária: 14 anos
Nas redes: @emnomedamae.teatro | @suzananascimentoarte | @miwayanagizawa | @teatroadolphobloch
MINI-BIOGRAFIAS
.
ERRI DE LUCA – escritor, poeta e tradutor. Nasceu em Nápoles em 1950 e é considerado um dos mais conceituados autores italianos contemporâneos. Integrou o movimento esquerdista Lotta Continua. Durante a guerra na ex-Iugoslávia, dirigiu comboios humanitários destinados à população da Bósnia. Publicou o seu primeiro livro (“Non ora, non qui”) aos 39 anos. Estudou hebraico e tornou-se tradutor de livros bíblicos e crítico de traduções da Bíblia, sem ser religioso. Em 2010, publicou “Em Nome da Mãe” (no Brasil o livro é publicado pela Companhia das Letras) sem querer dar uma explicação teológica ou filosófica ao mistério da Anunciação. Escreveu cerca de 60 livros, vários best-sellers na Itália, França e Israel, tendo sua obra foi publicada em muitas línguas.
MIWA YANAGIZAWA – atriz, diretora de teatro, fundadora do Areas Coletivo, onde destacam-se as seguintes criações: “Naquele dia vi você sumir”, “Plano sobre queda e Breu”, de Pedro Brício, que recebeu os prêmios Questão de Crítica (melhor direção e iluminação) e APTR (melhor cenografia). Dirigiu “Nastácia”, de Pedro Brício, obra a partir do romance “O Idiota”, de Fiódor Dostoiévski, vencedora dos prêmios Shell e APTR de 2019 (melhor direção). Com frequência, ministra a oficina Estudo para o ator: a escuta, um eixo de pesquisa do Areas Coletivo, que, em 2020, estendeu sua atuação para o espaço virtual como A Escuta: distâncias e aproximações. Como atriz, trabalhou com diretores de teatro como Guilherme Leme Garcia, Gustavo Paso, Adriano Guimarães, Ticiana Studart e José Possi Neto, entre outros. Foi integrante da ciateatroautônomo, dirigida por Jefferson Miranda, por 18 anos. Na TV, participou de novelas e séries como Spectros (Netflix) e da quinta temporada de Sessão de Terapia (com direção de Selton Mello, no GNT e Globoplay). No cinema, fez longas e curtas-metragens como “O Filme da Minha Vida”, de Selton Mello e “Omoidê”, de Dannon Lacerda.
SUZANA NASCIMENTO – atriz, dramaturga, diretora, contadora de histórias, produtora cultural, com 25 anos de carreira. Formada em interpretação (CAL) e Produção Cultural (UFF). Premiada como Melhor Atriz, pelos solos de sua autoria “Em nome da mãe”, com direção de Miwa Yanagizawa (agraciado com o prêmio APTR 2022 nas categorias melhor atriz, espetáculo, direção e música) e “Calango Deu! Os causos da Dona Zaninha”, dirigido por Isaac Bernat (premiado nos Festivais FITA e Cena Contemporânea, 2014). Atuou em mais de 20 espetáculos, com destaque para “Julius Caesar – Vidas Paralelas”, peça comemorativa de 35 anos da Cia. Dos Atores, com direção de Gustavo Gasparani (prêmio de melhor elenco no festival FITA 2023 e prêmios APTR 2023 de melhor autor para Gustavo Gasparani e ator em papel coadjuvante para Isio Guelman); “Os impostores” e “Alice mandou um beijo”, direção de Rodrigo Portella; “Dançando no escuro”, direção de Dani Barros; “Preciso Andar”, direção de Ivan Sugahara; “A menina Edith e a velha sentada”, direção de Lázaro Ramos; “Consertam-se Imóveis”, direção de Cynthia Reis; “O que você gostaria que ficasse”, direção de Miguel Thiré; “Peças de Encaixar”, da Cia. dos Atores, com direção de Cesar Augusto e Susana Ribeiro), entre outras. Criou o curta “Árvore mãe” (2020). Escreveu o livro “Calango Deu!” (ed. Cândido, 2017) e a peça “Contracapa” (2018). Dirigiu “Boquinha…e assim surgiu o mundo”, em parceria com Lázaro Ramos, e “Espaçonave” em parceria com o Corpo Coletivo/MG. Apresentadora e coroteirista da série “Janela Janelinha”, na TV Brasil, em 2014 (indicada ao Prêmio TAL TV da América Latina). Em cinema, atuou em “A suspeita”, direção de Pedro Pelegrino; “Santas”, de Roberval Duarte; “Uber Pool”, de Daan Gielis; “Trauma”, de Lara Lazzaretti. Atuou em diversas novelas na Rede Globo: “Elas por elas”, “Vai na fé”, “Pega pega”, “Segundo Sol”, “Malhação”, “Espelho da vida”; e nas séries “Se eu fechar os olhos agora” e “Ernesto – o exterminador de seres monstruosos e outras porcarias”, na TV Brasil.
.
Como apresentadora e narradora, trabalhou com as orquestras: OSN (Orquestra Sinfônica Nacional) – “Sonho de uma noite de verão” e “Dom Quixote”, regência de Tobias Volkman, e OSB (Orquestra Sinfônica Brasileira) – “Concertos para a juventude” e “Pedro e o Lobo”.
.
.
.
Carol Panesi, compositora, arranjadora, multi-instrumentista, há anos se aprofunda na pesquisa e na difusão do…
Xote de Sampa “Relampeia” de Eugenia Cecchini, anuncia o EP “ay, amor!”, que a cantora…
Vista por mais de 130 mil pessoas, em 300 apresentações, o maior sucesso do teatro…
Luiz Carlos da Vila é celebrado no palco com voz, violão e percussões por Augusto…
ºAndar recebe em abril a peça 21 Passos para MdEa, de Marcelo Lazzaratto, na Mostra…
O registro do show “Zeca Pagodinho – 40 anos” gravado em audiovisual, no Engenhão, em…