Ícone feminino da cidade de São Paulo, a sambista Miriam Batucada é homenageada por grande elenco no SESC 14 Bis
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Espetáculo musical inédito apresenta os grandes sucessos da sambista, uma das primeiras artistas a se colocar publicamente como homossexual, e lança o álbum de composições autorais Infiel, marginal e artista: As composições de Miriam Batucada. O show reúne os veteranos Maria Alcina e Edy Star e jovens talentos da música brasileira para celebrar uma das personalidades mais curiosas e injustiçadas do showbiz brasileiro
Nos dias 23 e 24 de janeiro de 2025, às 20h, o SESC 14 Bis recebe a estreia de “Miriam Batucada: Infiel, Marginal e Artista”. O espetáculo inédito é uma homenagem à trajetória singular da cantora, compositora, ritmista e humorista paulistana Miriam Batucada, morta em 1994, considerada uma das maiores expressões da identidade paulistana.
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O show reúne renomados intérpretes que participam do álbum “Infiel, marginal e artista: As composições de Miriam Batucada”, a ser lançado em CD e LP duplo na ocasião. O repertório destaca composições autorais de Miriam (como o “Samba do orgasmo”, uma divertida ode ao direito feminino ao prazer), além de recriações de seus maiores sucessos, como o clássico chorinho “O que vier eu traço”.
Planejado para celebrar também o aniversário de São Paulo, o espetáculo apresenta as obras autorais de Miriam que falam sobre a cidade e a vida urbana. Entre os destaques estão “Nasci em São Paulo”, samba no qual a artista relembra suas origens no bairro italiano e operário da Mooca, e “Cobertura na Bela Vista”, escrito há mais de três décadas, que satiriza de forma divertida o tema atualíssimo dos microapartamentos na cidade. “O sol, quando entra, eu saio / porque não cabe nós dois”, ela escreveu, com um humor ingênuo e afiado que faz jus ao epíteto que ela recebeu em vida, de “Adoniran Barbosa de saias”.
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O grande elenco inclui sete artistas de diferentes gerações, como os jovens intérpretes Ayrton Montarroyos, Graziela Medori e Juliana Amaral e as cantoras identificadas com a Vanguarda Paulista, Vange Milliet e Vania Bastos. São destaques as participações de Maria Alcina e Edy Star, que foram amigos e parceiros de Miriam Batucada. O repertório de Edy incluirá pérolas do disco “Sociedade da Grã-Ordem Kavernista apresenta Sessão das Dez”, de 1971, em que Miriam e Edy estrelaram ao lado de Raul Seixas e Sérgio Sampaio.
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O show inclui uma banda de cinco músicos, sob a direção musical de Sérgio Arara, e uma série de projeções especiais, com fotografias e documentos inéditos oriundos do arquivo pessoal de Miriam Batucada. O roteiro é de Ricardo Santhiago, autor do bem-sucedido livro biográfico “A história incompleta de Miriam Batucada”, recém-lançado, que documenta a genialidade e singularidade da artista no panorama da música brasileira.
QUEM FOI MIRIAM BATUCADA
Cantora, compositora, ritmista, comediante e personalidade pública tida como um dos ícones da cidade de São Paulo, Miriam Batucada (1947-1994) tornou-se conhecida a partir de 1966, depois de cintilar no programa campeão de audiência de Blota Jr. na TV Record. Sua esfuziante apresentação de três horas – ao longo das quais ela tagarelou, cantou, batucou nas mãos e tocou todos os instrumentos do regional do Caçulinha – rendeu-lhe fama instantânea. No dia seguinte, já tinha contrato com TV, rádio, gravadora e o principal empresário de música do país.
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Estreou nos palcos pelas mãos do lendário produtor Walter Silva, o “Picapau”, e, em disco, com uma composição feita para ela sob medida por Renato Teixeira: “Batucando nas mãos”. Mudando-se para o Rio de Janeiro, fez shows com Billy Blanco e Paulinho da Viola e gravou com Edy Star, Raul Seixas e Sérgio Sampaio o antológico disco Sociedade da Grã-Ordem Kavernista apresenta Sessão das Dez.
Depois de temporadas em Portugal, voltou a São Paulo em meados dos anos 1980 como uma entertainer que fascinava o público com espetáculos altamente inventivos, frutos de uma mente inquieta e nada reverente. Sempre nas bordas do mainstream, Miriam experimentou mais profundamente sua condição marginal nos últimos anos de vida. Solitária e persistente, continuou cantando, se apresentando e sonhando com um futuro afetivo e profissional mais generoso até ser trapaceada pelo destino e morrer em 1994, aos 47 anos, em circunstâncias horrendas que chocaram seus contemporâneos.
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Em 2024, ganhou alentada biografia, o livro Infiel, marginal e artista: As composições de Miriam Batucada, do historiador Ricardo Santhiago. Com acolhida excepcional pelo público e pela imprensa, a biografia foi considerada pelo crítico musical Mauro Ferreira, no G1, um “livro que já se inclui instantaneamente entre os títulos realmente relevantes da bibliografia musical brasileira”. Junto ao álbum musical Infiel, marginal e artista: As composições de Miriam Batucada, o projeto recompõe a presença de Miriam Batucada na história cultural do Brasil com a mesma coragem e ousadia de sua protagonista.
SERVIÇO
Miriam Batucada: Infiel, Marginal e Artista
Com Ayrton Montarroyos, Edy Star, Graziela Medori, Juliana Amaral, Maria Alcina, Vange Milliet e Vania Bastos
23 e 24 de janeiro (quinta e sexta-feira), 20h
Duração: 90 minutos
Classificação etária: 10 anos
Ingressos de R$ 21,00 a 70,00, à venda online e em todas as unidades do SESC São Paulo
SESC 14 Bis
Rua Dr. Plínio Barreto, 285, Bela Vista, São Paulo/SP
Informações: clique aqui
Fotos: Acervo Ricardo Santhiago
Assessoria de imprensa: Paulo Henrique de Moura
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