Compositor, arranjador, pianista e educador musical, Ricardo Breim lança, pelo Selo Sesc, “Sons e Tons“, álbum com faixas inéditas de seu repertório. A maioria das músicas nasceu com fins pedagógicos, em estreita conexão com as concepções do autor, que diz: “Sinto-me músico e educador musical o tempo todo, seja no palco ou na sala de aula.”
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Produzido por Swami Jr. e Camilo Carrara, o álbum contém dezoito canções, oito delas com parceiros compositores ou intérpretes. Arnaldo Antunes, Ana Amélia Guimarães, Chico César, Diego Ochs, Luiz Tatit, Ina, Mônica Salmaso, Ná Ozzetti, Stella Franco, Zeca Baleiro e Zé Miguel Wisnik, assim como outros músicos do projeto, estão vinculados, de alguma maneira, ao percurso da escola Espaço Musical, dirigida por Breim há quarenta anos. O álbum digital estará disponível a partir de 16 de fevereiro nas Plataformas de Streaming e Sesc Digital
Quando passou a se interessar intensamente pela composição de canções, o professor passou a tomar como ponto de partida as inúmeras melodias que havia composto para utilizar em sala de aula. “O álbum nasce exatamente disto, o que o faz único”, diz José Miguel Wisnik, e descreve: “Os exercícios transmutam-se em verdadeiras canções. Bebendo do próprio veneno de seus desafios pedagógicos, o mestre revela-se um mago, e o feitiço começa a trabalhar a favor do feiticeiro”.
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A faixa “Viva a Vida Viva” é uma homenagem a Milton Nascimento e tem levada, ritmo e arranjo inspirados nas canções desse compositor mineiro, que defendeu publicamente o Projeto de Alfabetização Musical, desenvolvido em 1992 por Ricardo Breim, Elisa Zein e Hermelino Neder para a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo.
Em “Sons e Tons”, canção que dá nome ao disco, as palavras ‘sim’ e ‘não’ foram associadas, muitos anos depois, a sol e lá, notas únicas da melodia composta nos anos 1980 para as primeiras aulas de alguns instrumentos de sopro.
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Breim compartilha interpretações com Zeca Baleiro na canção “Quase um blues”, com Chico César em “Eu, Tu, Elxs”, single lançado em 7 de fevereiro, com Mônica Salmaso em “Destinos Cruzados” e com Ná Ozzetti em “Mi-sol-lá sem Ré” – que tem letra de Arnaldo Antunes.
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“Algumas vezes o cancionista alcança a fronteira entre a fala e a música e caminha pelo fio de sua própria voz como um equilibrista que percorre de uma vez todo o comprimento da corda em que se apoia. Outras vezes, imóvel, procura o lugar de equilíbrio entre o pensar e o sentir para escutar alternativas e deixar-se tocar, antes de escolher. Entre a sedução por um detalhe e o cuidado com a forma que se expande pela inserção de um contraste, o cancionista só se dá conta de que a fronteira se alarga para abrigar sons e tons quando finalmente escuta o sim das vozes que ajudam a tornar mais preciso o acabamento. Tomado pela paisagem sonora desse lugar, ele se curva e agradece em profundo reconhecimento.”
– Ricardo Breim
SONS E TONS: O FEITIÇO A FAVOR DO FEITICEIRO
– por José Miguel Wisnik
Ricardo Breim é um professor de música como pouquíssimos. Ao ensinar percepção e harmonia, por exemplo, não se limita a dar a ouvir os intervalos e a mecânica dos acordes, mas convida a entrar por dentro dos caminhos que levam um som ao outro, a reconhecer as escalas e seus modos de deslizarem nota a nota, a habitar os pulsos e os ritmos. Em outras palavras, leva a passear dentro da música, a percorrer seus atalhos e passagens secretas que abrem mundos. Por isso mesmo, aprender música com ele não está muito longe de compor música.
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Este álbum nasce exatamente disto, o que o faz único. De fato, Breim sempre propôs a seus alunos pequenos exercícios envolvendo relações elementares e reveladoras entre sons e tons: que lugar ocupa um som frente a outro? Como a presença de um som ressignifica a presença de outro som? Como um certo som vira um tom, isto é, um feixe de relações sonoras numa trama de sentidos? Quantas possibilidades infinitas cabem num simples do-ré-mi-fá-sol? (veja-se que o disco é abraçado, na sua primeira e na sua última faixas, por canções – “Melodia” e “Onda” – que se baseiam nas singelas e infinitas possibilidades do pentacórdio maior e menor). E o que pode então a harmonia, quando os acordes e os arpejos transfiguram completamente o sentido de uma frase melódica, dando-lhe inesperadas dimensões?
É o caso, justamente, da canção que dá nome ao álbum: “Sons e tons”. Ricardo Breim tomou para si o desafio de construir a melodia só com duas notas vizinhas uma da outra: uma canção de duas notas só. Dinamizadas pelos acordes da harmonia em movimento, as duas notas pendulantes soam sempre novas, como se fossem muitas, como se fossem outras a cada vez. Tece-se entre elas uma tensa e delicada dialética de tensões e repousos. Sem nenhum didatismo, a canção acaba sendo uma aula de harmonia poética, pois as palavras da letra contribuem afinal para fazer do balanço entre as duas notas melódicas um surpreendente jogo entre o sim e o não.
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Com o que o professor revela-se compositor (o que mais ou menos já sabíamos) mas o compositor desvela-se cancionista, autor de letras e músicas profundamente integradas – o que não suspeitávamos. Os exercícios transmutam-se em verdadeiras canções. Bebendo do próprio veneno de seus desafios pedagógicos, o mestre revela-se um mago, e o feitiço começa a trabalhar a favor do feiticeiro.
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Concorrem para isso outros alquimistas da palavra-música, parceiros entre os maiores, que participam de Sons e tons. Arnaldo Antunes fez a letra de “Mi-sol-lá sem ré”: dessa vez é uma canção com três notas só, nas quais Ricardo Breim identifica a base de “um grande número de brincadeiras infantis”. São, segundo ele, canções que apontam para a escala pentatônica (feita de cinco notas), sem chegar a assumi-la por completo. Essa quase-pentatônica infantil é pois, exatamente, um “mi-sol-lá sem ré”.
Arnaldo captou, sem ré e sem dó, o espírito da coisa saindo da “boca oca” da “selva da linguagem”, “aldeia ideia” brincando num “a b c d / rum pi lé / 1 2 3 já / mi sol lá sem ré” (com um toque precioso de Ná). Chico César flagrou deliciosamente em poesia o aumento gradual de células rítmicas que se aproximam do tempo forte do compasso, em “Eu tu elxs”: “eu / e tu / eu e tu / eu ele tu / eu ele ela tu / tu eles eu alguém / fora não fica ninguém / o amor amar aqui além”. Luiz Tatit surpreendeu o delicado movimento de “vem” e “vão” que medra na semente e no embrião que, vindos do “país de outrora”, faltam ao “país de agora” (“Embrião”). Zeca Baleiro percebeu matreiramente nos negaceios da melodia, que escorrega entre vários graus e modos possíveis da escala, a possibilidade de negacear também entre os muitos gêneros virtuais da canção até chegar nesse “Quase um blues”.
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Mas quero falar ainda de duas canções que me parecem extraordinárias.
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Nascida também de uma aula, e contando com a parceria das alunas Ana Amélia Guimarães e Marina Serva, “Destinos cruzados”, interpretada por Breim e Monica Salmaso, faz parte dessa linhagem rara de canções em que duas vozes contracantam em alucinante sintonia melódica, harmônica e poética (como no “Samba em prelúdio” de Baden e Vinícius e em “Sem fantasia” de Chico Buarque), alinhando-se entre elas na escala do sublime.
“Será?”, por sua vez, combina princípios rítmicos e composicionais de José Eduardo Gramani e de Marco Antonio Guimarães (criador do Uakti), fazendo com que células melódicas simples e intuitivas, submetidas a uma métrica em contínua contagem regressiva, entrem em defasagem com o baixo constante num efeito vertiginoso e extasiante de permanência e deslocamento simultâneos. Notem que os versos da letra, escrita pelo próprio Breim, vão diminuindo rigorosamente de tamanho, um por um, sílaba por sílaba, vindo desde a escala cósmica (“em volta do sol a Terra, / incandescente esfera”) até afunilar na pergunta em que está em jogo o destino final do humano (“pensa que no fim / pode encontrar / uma luz, / será?”). A canção não me atingiu tanto de primeira, mas hoje a considero a mais surpreendente entre todas.
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“Laser”, que fizemos há mais de trinta anos, reaparece quintessenciada e profunda de dentro de uma nova trama harmônica. Quanta amizade dadivosa há nesse passar do tempo, tudo “preso e solto por um fio”. Lembro-me de ter acabado a letra na véspera da estreia do show em que tocávamos juntos. Nosso companheiro Swami Junior, que produz esse Sons e tons, já estava lá.
DISCO ‘SONS E TONS ‘ • Ricardo Breim • Selo Sesc • 2024
Canções / compositores
1. A melodia (Ricardo Breim)
2. Eu, tu, elxs (Ricardo Breim e Chico César) | Participação especial Chico César
3. A dança e o sonho (Ricardo Breim)
4. Viva a vida viva (Ricardo Breim)
5. Nos vãos do querer (Ricardo Breim)
6. Quando a chuva cai (Ricardo Breim e Stella Franco)
7. Mi-sol-lá sem ré (Ricardo Breim e Arnaldo Antunes) | Participação especial Ná Ozzetti
8. Embrião (Ricardo Breim e Luiz Tatit)
9. Laser (Ricardo Breim e José Miguel Wisnik)
10. Outros ventos (Ricardo Breim)
11. Quase um blues (Ricardo Breim e Zeca Baleiro) | Participação especial Zeca Baleiro
12. Sons e tons (Ricardo Breim)
13. Lugares (Ricardo Breim)
14. Destinos cruzados (Ricardo Breim, Ana Amélia e Ina) | Participação especial Mônica Salmaso
15. Estranha luz (Ricardo Breim)
16. Será? (Ricardo Breim)
17. Siga sua estrela (Ricardo Breim e Diego Ochs)
18. Onda (Ricardo Breim)
– ficha técnica –
Ricardo Breim (voz – fx. 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18; piano – fx. 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18; synths – fx. 1, 3, 5, 6, 7, 9, 10, 11, 12, 13, 14, 16, 17) | Sergio Reze (bateria – fx. 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17; gongos melódicos – fx. 1, 3, 4, 7, 17; percussão – fx. 13, 14) | Beto Angerosa (percussão – fx. 2, 16) | Swami Jr (baixo – fx. 2, 6, 7, 10, 14, 15, 16, 17; violão – fx. 15) | Zeca Assumpção (contrabaixo – fx. 3, 4, 5, 9, 12, 13) | Camilo Carrara (violão – fx. 4, 12, 14; violão de aço – fx. 5) | Toninho Ferragutti (acordeon – fx. 2, 11, 16) | Gabriel Levy (acordeon – fx. 13) | Júlia Abdalla (flauta doce – fx. 6, 16) | Teco Cardoso (sax soprano – fx. 6; flautas – fx. 11; flauta – fx. 13) | Alexandre Ribeiro (clarinete e clarone – fx. 9) | Luiz Garcia (trompa – fx. 10, 17) | Peter Apps (corne inglês – fx. 15) | Quarteto de Cordas (fx. 3, 7, 15): Heitor Fujinami (violino), Francisco Krug (violino), Abrahão Saraiva (viola) e Camilia Hessel (violoncelo) | Participação especial: Chico César (voz – fx. 2) | Ná Ozzetti (voz – fx. 7) | Zeca Baleiro (voz – fx. 11) | Mônica Salmaso (voz – fx. 14) | Direção artística: Ricardo Breim | Direção musical: Swami Jr. | Arranjos: Camilo Carrara, Ricardo Breim e Swami Jr. | Produção executiva: Dulce Maltez / Brava Cultural | Gravado por Alexandre Fontanetti e Pedro Luz no estúdio Spaceblues | Edição: Pedro Luz | Mixagem e masterização: Alexandre Fontanetti | Assessoria de imprensa: Lalis Costa Meireles / Selo Sesc | Fotos: Fotos: Evelson de Freitas, Renan Abreu e Ayrton Lelis || SESC – SERVIÇO SOCIAL DO COMÉRCIO – Administração Regional no Estado de São Paulo – Presidente do Conselho Regional: Abram Szajman | Diretor regional: Luiz Deoclecio Massaro Galina | Superintendentes – Comunicação social: Aurea Leszczynski Vieira Gonçalves / Técnico-social: Rosana Paulo da Cunha / Administração: Jackson Andrade de Matos / Assessoria técnica e de planejamento: Marta Raquel Colabone || SELO SESC – Gerente do Centro de produção audiovisual: Wagner Palazzi | Gerente adjunto: André Queiroz | Coordenação: Sonoe Juliana Ono Fonseca | Produção: Flavia Rabaça, Luciano Dutra, Raul Lorenzeti e Ricardo Tifona | Comunicação: Alexandre Amaral, Alexandre Calderero, Bárbara Carneiro, Nilton Andrade Bergamini, Renan Abreu e Tais Barato | Propriedade intelectual: Katia Kieling (coordenação), Bianca Thais, Jussara Brito, Márcio Berardini e Yumi Sakamoto | Adminastrivo: Clarissa Nobrega (coordenação), Camila Viana, Eerika Takahashi, Marcos de Araujo, Reinaldo Veras e Thays Heiderich | Selo: Sesc | Formato: CD Digital | Ano: 2024 | Lançamento: 16 de fevereiro | ♪Ouça o álbum: Plataformas de Streaming e Sesc Digital
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SERVIÇO
Ricardo Breim – Participação especial Ná Ozzetti
Lançamento, pelo Selo Sesc, do álbum “Sons e Tons”
Aula-show de lançamento, pelo Selo Sesc, do álbum “Sons e Tons”, do compositor Ricardo Breim, educador musical com mais de cinquenta anos dedicados ao ensino da música. A apresentação foi desenhada para proporcionar ao público a oportunidade de integrar a escuta das canções com as propostas de percepção musical que serviram de referência para as composições. O espetáculo contará com a participação especial da cantora e compositora Ná Ozzetti.
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Com Ricardo Breim, voz e piano; Ana Amélia, voz; Camilo Carrara, violões; Danilo Moraes, voz, violão e guitarra; Ina, voz; Sérgio Reze, bateria e gongos melódicos; Swami Jr., baixo elétrico e violão.
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Sesc Campinas
22/2 • Quinta • 20h00
Ingressos: R$40 (inteira), R$20 (meia entrada) e R$12 (Credencial Plena)
Disponível para compra online a partir de 6/2 – 17h00
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Sesc Bom Retiro
23/2 • Sexta • 20h00
Ingressos: R$50 (inteira), R$25 (meia entrada) e R$15 (Credencial Plena)
Disponível para compra online a partir de 6/2 – 17h00
SOBRE O SELO SESC
Desde 2004 o Selo Sesc traz a público obras que revelam a diversidade e a amplitude da produção artística brasileira, tanto em obras contemporâneas quanto naquelas que repercutem a memória cultural, estabelecendo diálogos entre a inovação e o histórico. Em catálogo, constam álbuns em formatos físico e digital que vão de registros folclóricos às realizações atuais da música de concerto, passando pelas vertentes da música popular e projetos especiais. Entre as obras audiovisuais em DVD, destacam-se a convergência de linguagens e a abordagem de diferentes aspectos da música, da literatura, da dança e das artes visuais. Os títulos estão disponíveis nas principais plataformas de áudio, Sesc Digital e Lojas Sesc. Saiba mais em: site SESC SP
SOBRE O SESC SÃO PAULO
Com 77 anos de atuação, o Sesc – Serviço Social do Comércio conta com uma rede de 40 unidades operacionais no estado de São Paulo e desenvolve ações com o objetivo de promover bem-estar e qualidade de vida aos trabalhadores do comércio, serviços, turismo e para toda a sociedade. Mantido pelos empresários do setor, o Sesc é uma entidade privada que atua nas dimensões físico-esportiva, meio ambiente, saúde, odontologia, turismo social, artes, alimentação e segurança alimentar, inclusão, diversidade e cidadania. As iniciativas da instituição partem das perspectivas cultural e educativa voltadas para todas as faixas etárias, com o objetivo de contribuir para experiências mais duradouras e significativas. São atendidas nas unidades do estado de São Paulo cerca de 30 milhões de pessoas por ano. Hoje, aproximadamente 50 organizações nacionais e internacionais do campo das artes, esportes, cultura, saúde, meio ambiente, turismo, serviço social e direitos humanos contam com representantes do Sesc São Paulo em suas instâncias consultivas e deliberativas. Mais informações, clique aqui.
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Série: Discografia da Música Brasileira / MPB / JAZZ / Samba / Álbum.
* Publicado por ©Elfi Kürten Fenske
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