Língua Mãe é descrito pelo curador Ailton Krenak e pelas curadoras Suely Rolnik e Andreia Duarte como um “encontro-ritual”. A partir dessa ideia, querem “mobilizar”, nas palavras de Krenak, e apontar dois pontos importantes e cada vez mais discutidos no Brasil – e no mundo: de um lado, a afirmação das diversas línguas indígenas na cena da disputa política pelos territórios originários e seu apagamento ao longo dos séculos; de outro lado, quer evidenciar os esforços para revitalização dessas línguas. O evento acontece nos dias 18 e 19 de maio, em São Paulo, no Museu das Culturas Indígenas do Estado de São Paulo, e dia 22, no Rio de Janeiro, no Centro Cultural Banco do Brasil, com realização do Prince Claus Fund e da Outra Margem. Os ingressos são gratuitos e a programação completa está abaixo.
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Nesta primeira edição, a curadoria procurou reunir nos seis encontros, ao longo de três dias, ao lado de apresentações e performances, representantes de povos de diferentes territórios – Maxakali, Krenak, Guarani, Tupi, Baniwa, Kokama, Pataxó, Terena, Kaingang, Xavante, Guajajara – , além de pesquisadores e ativistas das línguas indígenas para tratar dessa questão cara ao Brasil: a monocultura da língua portuguesa. “Essa semente das línguas nativas, ela sempre esteve dormindo no meu coração. Minha etnia, meu povo Krenak, sofreu um desastre na história do contato com a língua dos colonos, dos vizinhos: ela foi comendo a memória linguística dos nossos avós, dos nossos bisavós, ao ponto da minha geração, que está agora com 70 anos, não ser mais falante desde criança da língua. Portanto, da mesma maneira que eu reivindico um direito territorial, reivindico também um direito subjetivo da linguagem. A língua é parte dessa cosmopolítica, um elemento fundador da identidade, que potencializa a nossa relação com o mundo. Se vamos perdendo essa potência da língua, também vamos diminuindo a nossa capacidade de intervir no mundo. Quer dizer, é uma monocultura. E a monocultura é um risco grave”, diz Krenak sobre seu desejo de fazer este “encontro-ritual”.
O encontro dialoga com a Década Internacional das Línguas Indígenas, instituída pela UNESCO para o período de 2022 até 2032. A entidade reconhece que estas línguas guardam saberes ancestrais sobre seus territórios, sobre a floresta, sobre os processos de cura e são instrumentos de combate contra a crise climática. “O que acho mais interessante pensar é que essas línguas, e no caso do Brasil, as mais de 300 línguas, instituem outros mundos que não apenas esse que estamos acostumados. Ao fundar outras formas de viver por meio da linguagem, isso nos dá muitas possibilidades de prospectar como podemos criar a nossa vida, pessoalmente e coletivamente”, afirma Andreia Duarte.
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A série de encontros de Língua Mãe foi dividida em temas que tratam da importância da linguagem em diferentes abordagens, desde a ação persistente do Estado brasileiro em apagar as memórias linguísticas, até a apresentação ao público de como no Brasil, os saberes, as cosmologias, as redes de linguistas indígenas ao lado de seus anciãos revitalizam suas línguas mapeando os idiomas falados no cotidiano das comunidades indígenas, dando atenção às línguas de sinais indígenas, à temática do português com influência da palavra indígena e resgatando as línguas adormecidas por meio de diferentes tecnologias. “Como diz Ailton, ‘a monocultura linguística é um projeto e não uma consequência da história colonial que instituiu a sociedade brasileira’. A contracorrente deste projeto, os movimentos dos indígenas e dos afrodescendentes têm ativado suas línguas ancestrais, logrando tensionar a monocultura linguística dominante. Juntar vozes destes movimentos que operam na direção deste tensionamento, injetando a música que se compõe entre elas nas veias do corpo social brasileiro, é o gesto com o qual Língua Mãe participa deste movimento”, diz Suely Rolnik.
Programação
Em São Paulo, no dia 18 de maio, Nhe`e – palavras-espíritos ou cápsulas das “boas palavras” inaugura as conversas com representantes do povo Guarani, anfitriões territoriais, e sugere uma discussão sobre a importância da linguagem Guarani na construção do bem-viver e as tensões políticas de silenciamento e apagamento da memória e a resistência desses povos. Línguas-espíritos e as tecnologias ancestrais na revitalização das línguas indígenas traz para o debate a importância dos saberes das línguas indígenas na produção dos seus modos de existência e também aponta como alguns trabalhos estão sendo feitos para revitalização de línguas adormecidas, com metodologias, mapeamentos, registros e tecnologias. Um pé no mundo outro na aldeia: indígenas em situação urbana, como o título sugere, pretende pensar o resgate das línguas em contextos urbanos, com a presença indígena desde escolas até universidades, e diálogos com anciãos comunitários. O sentido do Nhe`e, que significa “boas palavras” na cosmologia Guarani e seu potencial de germinação de novos sentidos.
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Também no dia 18, em São Paulo, acontece a performance Antes do Tempo Existir, performance artística baseada no espetáculo de mesmo nome, com Lilly Baniwa, de Campinas, que foi construído a partir da memória dos povos originários e seu diálogo entre as variadas existências do planeta; e, para finalizar o primeiro dia, o canto Saudação dos MestreS de SabereS do Museu das Culturas Indígenas se apresenta e faz uma roda junto ao público.
O Grupo Miitxya Fulni-ô, de Águas Belas, no interior do Pernambuco, apresenta, no dia 19, sua dança tradicional, o Toré, entoada em cantos (cafurnas) na sua língua mãe. Após a apresentação, o grupo explicará a importância do idioma falado para sua cultura.
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No Rio de Janeiro, o evento acontece dia 22 de maio e tem como primeiro encontro Palavra Criadora – Tecendo línguas: a emergência das línguas indígenas, que aborda a monocultura linguística na história colonial brasileira e propõe uma reflexão sobre a importância do fortalecimento da diversidade das línguas indígenas no Brasil, na disputa pelos rumos do país. Podemos, de fato, cambiar o mundo? encerra o primeiro Língua Mãe com um encontro para trocas entre bolsistas e premiados pela Prince Claus Fund, trazendo suas experiências e contribuições por meio de suas linguagens sociais e artísticas.
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Carlos Tukano, da Aldeia Maracanã, do Rio de Janeiro, apresenta o Canto Sagrado da Cultura Tukano, na abertura do evento, que também conta com fala de Ailton Krenak.
Os três dias de evento querem colocar em circulação o ativismo indígena para o enriquecimento da paisagem linguística do país. Em 1987, Ailton Krenak, em discurso na Assembleia Legislativa, ajudou a garantir os direitos dos povos indígenas na Constituição de 1988. Agora, mais de 35 anos depois, ele diz que com esse evento, resultado de ser laureado com o Prêmio Prince Claus Fund e sua entrada como membro da Academia Brasileira de Letras, se abre um leque de possibilidades “de incidir sobre o tema das línguas indígenas no Brasil que eu não vou dispensar de jeito nenhum” porque a língua, como ressalta, “relaciona fenômenos da cultura, do conhecimento e da identidade”.
SÃO PAULO
Local: Museu das Culturas Indígenas do Estado de São Paulo
18 de maio de 2024
Abertura – Horário: 10h
Instituto Maracá – Cristine Takuá e Carlos Papa (Terra Indígena Rio Silveira, Bertioga – SP)
Antes do Tempo Existir – (Performance artística baseada no espetáculo de mesmo nome), com Lilly Baniwa (Campinas – SP)
Apresentação com Ailton Krenak (Terra Indígena Krenak, Resplendor – MG)
Encontros
Nhe`e – palavras-espíritos ou cápsulas das “boas palavras”
Horário: 11h às 13h30
Convidados/as: Saulo Guarani (Terra Indígena Rio Silveira, Bertioga – SP); Catarina Cunhã Nymbopy’ruá (Terra Indígena Piaçaguera, Peruíbe – SP); Davi Popygua (Terra Indígena Jaraguá, São Paulo – SP).
Moderação: Carlos Papa (Terra Indígena Rio Silveira, Bertioga – SP)
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O primeiro encontro de Língua Mãe traz a presença de representantes do povo Guarani, nossos anfitriões territoriais. A proposta sugere uma discussão sobre a importância da linguagem Guarani na construção do bem-viver e como essa prática acontece no tensionamento das políticas coloniais que silenciaram e seguem silenciando as linguagens indígenas para impedir a afirmação de sua potência, inviabilizando assim a memória e a resistência destes povos.
Línguas-espíritos e as tecnologias ancestrais na revitalização das línguas indígenas
Horário: 15h às 17h
Convidadas: Ana Suelly (Universidade de Brasília – BSB); Altaci Kokama (Coordenação Geral de Articulação de Políticas Educacionais Indígenas do Departamento de Línguas e Memórias Indígenas do Ministério dos Povos Indígenas – BSB); Anari Pataxó (Membro do Grupo de Pesquisadores Pataxó – Atxohã e do GT Nacional para Década das Línguas Indígenas Brasil – MG).
Moderação: Cristine Takuá (Terra Indígena Rio Silveira, Bertioga – SP)
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A proposta deste encontro é refletir sobre a importância dos saberes das línguas indígenas na produção dos seus modos de existência. Evocar a perspectiva indígena, do ponto de vista linguístico, no contexto das redes de revitalização das línguas adormecidas, assim como mostrar como esses trabalhos são feitos a partir de metodologias, mapeamentos, registros e tecnologias baseadas, especialmente, nos sonhos, nos rituais e nas línguas-espíritos.
Saudação dos MestreS de SabereS do Museu das Culturas Indígenas
Horário: 17h às 18h
Mestres de Saberes irão fazer uma saudação na própria língua, finalizando o dia com um canto e roda junto com o público.
19 de maio de 2024
Encontros
Um pé no mundo outro na aldeia: indígenas em situação urbana
Horário: 10h às 12h
Convidados/as: Auritha Tabajara (Guarulhos – SP); Dario Machado Terena (Terra Indígena Araribá, aldeia Kopenoti. Avaí – SP); Gilberto Tupi-Guarani (Aldeia Multiétnica Filhos Desta Terra, Guarulhos – SP); Márcia Kaingang (Campinas – SP).
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Nesta conversa, pretende-se pensar o resgate, em contextos urbanos, das línguas indígenas adormecidas , entendendo essa ação como um trabalho coletivo de criação, que não se limita à linguagem verbal. Serão trazidas à tona discussões sobre estratégias pedagógicas desenvolvidas nas escolas indígenas, os efeitos da presença indígena nas universidades, tanto na formação de professores, quanto nas pesquisas, dissertações e teses, bem como os diálogos com anciãos comunitários, que emergem das convivências multiétnicas e multilinguísticas. Serão igualmente abordados a presença das línguas indígenas na escrita artística, literária e teórica e seus efeitos transformadores na língua colonial.
Moderação: Leandro Karaí Mirim (Supervisor do Núcleo de Comunicação do Museu das Culturas Indígenas – SP)
O sentido do Nhe`e
Horário: 14h às 16h30
Convidado/a: Carlos Papa (Terra Indígena Rio Silveira, Bertioga – SP); Suely Rolnik (PUC – SP)
Carlos Papa e Suely Rolnik são convidados para falar sobre o sentido do Nhe`e – “boas palavras” na cosmologia Guarani, ou “palavralmas”, como propõe Rolnik, em diálogo com a cultura Guarani. O exemplo do Nhe’e permite revelar que os termos da língua Guarani são cápsulas-embriões em estado potencial de germinação de novos sentidos, em resposta às demandas da vida e seus efeitos no corpo, respostas conduzidas pela perspectiva primordial do bem viver.
Grupo Miitxya Fulni-ô (Águas Belas-PE) – Virada Cultural
Horário: 17h às 18h
O povo Fulni-ô vem de Águas Belas, interior de Pernambuco, onde há 13 etnias com cerca de 5 mil pessoas. São conhecidos pela sua luta, artesanatos, cantos fortes, danças e o ritual sagrado Ouricuri, que atualmente realizam no maior sigilo. A sua língua materna é a Yaathê, elemento essencial para a manutenção de seu modo de vida. O Grupo Miitxya Fulni-ô estará presente apresentando sua dança tradicional, o Toré, entoada em cantos (cafurnas) na sua língua mãe. Após a apresentação, o grupo explicará a importância do idioma falado para sua cultura.
RIO DE JANEIRO
Local: Centro Cultural do Banco do Brasil – RJ
22 de maio de 2024
Abertura – Apresentação com Ailton Krenak (Terra Indígena Krenak – MG)
Canto Sagrado da cultura Tukano, com Carlos Tukano (Aldeia Maracanã, Rio de Janeiro – RJ)
Encontros
Palavra Criadora – Tecendo línguas: a emergência das línguas indígenas
Horário: 10h às 12h
Convidados/as: João Bento Ramos – Ticuna (Mestre e doutorando em Antropologia Social pelo programa de pós graduação em Antropologia Social do Museu Nacional-PPGAS/MN); Júlia Xavante (Aldeia Maracanã, Rio de Janeiro – RJ); José Urutau Guajajara (Aldeia Maracanã, Rio de Janeiro – RJ); Altaci Kokama (Coordenação Geral de Articulação de Políticas Educacionais Indígenas do Departamento de Línguas e Memórias Indígenas do Ministério dos Povos Indígenas – BSB).
Moderadora: Andreia Duarte (SP)
A monocultura linguística na história colonial brasileira é um projeto que pretende enfraquecer a memória e o sentido de vida dos povos originários, tendo como foco principal a disputa da terra e dos modos de existir. Ora, deixar que soe a grande diversidade de línguas das culturas indígenas colocaria em risco esse projeto e sua estratégia micropolítica, produtora de monocultura mental, subjetiva e social. Tal risco decorre do fato de que as palavras indígenas são cápsulas de memória de seus modos de existir: memória da política de produção de mundos em processo constante de mutação, resultante da interação entre os diversos elementos humanos e não-humanos que compõem o ecossistema. São precisamente esta interação e os processos de criação o que a monocultura interrompe. Propõe-se uma reflexão sobre a importância do fortalecimento da diversidade das línguas indígenas no Brasil, na disputa pelos rumos do país.
Podemos, de fato, cambiar o mundo?
Horário: 14h às 16h
Convidados/as: Juan Rodrigues (Alagoinhas, Bahia); Mauricio Lima – Museu dos Meninos (Rio de Janeiro); Mbé – Luan Correia (Rio de Janeiro)
Um encontro de trocas poéticas entre bolsistas e premiados pela Prince Claus Fund, trazendo suas experiências e contribuições por meio de suas linguagens sociais e artísticas.
Moderadora: Andreia Duarte (SP)
FICHA TÉCNICA
CURADORIA Ailton Krenak, Suely Rolnik e Andreia Duarte | DIREÇÃO Andreia Duarte | COORDENAÇÃO DE PRODUÇÃO E TÉCNICA Grazi Vieira | PRODUÇÃO EXECUTIVA Cibele Lima | PRODUÇÃO E LOGÍSTICA Giovanna Monteiro | COMUNICAÇÃO E CRIAÇÃO DE CONTEÚDO Maurício Coronado | SITE Luna Rosa Recaldes | TRADUÇÃO Rafael Wera Mirim Hernandez | REDES SOCIAIS Juma Mascarenha | CENOTÉCNICO Enrique Casas | TRILHA VÍDEO Nelson D | FOTO VÍDEO Thiago Carvalho | FOTOGRAFIA Richard Wera Mirim e Levi Tapuia | IDENTIDADE VISUAL Jacob Alves | ASSESSORIA DE IMPRENSA Canal Aberto – Márcia Marques, Daniele Valério e Flávia Fontes | COBERTURA AUDIOVISUAL Errante Produções | ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA Josi Geller | ADMINISTRAÇÃO JURÍDICA José Augusto Vieira de Aquino | TÉCNICO DE SOM São Paulo – Guilherme Ramos | TÉCNICO DE SOM Rio de Janeiro – João Vicente Poças | REALIZAÇÃO Outra Margem e Prince Claus Fund | APOIO INSTITUCIONAL Instituto Maracá – ACAM Portinari – Museu das Culturas Indígenas – Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas – São Paulo Governo do Estado – Centro Cultural Banco do Brasil
SERVIÇO
São Paulo
Dia 18/5 (sábado): das 10h às 18h
Dia 19/5 (domingo): das 10h às 18h
Local: Museu das Culturas Indígenas do Estado de São Paulo
R. Dona Germaine Burchard, 451 – Água Branca
Ingressos: Entrada gratuita com reserva pelo Sympla: clique aqui
Rio de Janeiro
Dia: 22/5 (quarta-feira): das 10h às 16h
Local: Centro Cultural do Banco do Brasil
R. Primeiro de Março, 66 – Centro, Rio de Janeiro – RJ
Espaço Conceito Banco do Brasil RJ – térreo
Ingressos: distribuição gratuita 1h antes de cada atividade, na bilheteria física ou digital (bb.com.br/cultura)
*Para mais informações visite: Outra Margem – www.outramargem.art / Instagram – @outramargem.art
Curadores
Ailton Krenak é ativista indígena dos direitos humanos. Jornalista, pesquisador e autor de textos publicados em coletâneas no Brasil e exterior – entre eles, “Ideias para adiar o fim do mundo”, livro brasileiro mais vendido da FLIP 2019. Fundou o NCI (Núcleo de Cultura Indígena), ONG que promove e defende as culturas indígenas brasileiras desde 1985. Ganhou o Prêmio Aristóteles Onassis ‘Homens e Sociedade’ (Grécia, 1990) e Doutor Honorário pela Universidade Federal de Juiz de Fora (2015). É membro da Academia Brasileira de Letras.
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Suely Rolnik é psicanalista, escritora, Professora Titular da PUC-SP (Programa de Pós-Graduação de Psicologia Clínica) e, às vezes, curadora. Em seu exílio em Paris (de 1970 a 1979), além da formação em Psicanálise e Psicoterapia Institucional, obteve diplomas de Gradução e Mestrado em Sociologia e Filosofia (Université Paris 8) e em Ciências Humanas Clínicas, na qual também obteve diploma de Doutorado profissional (Université Paris 7). Em sua volta ao Brasil doutorou-se em Psicologia Social pela PUC-SP. A partir de uma perspectiva teórica transdisciplinar, indissociável de uma pragmática clínico-política, Rolnik participa, há várias décadas, do debate coletivo face aos desafios do presente por meio de cursos, conferências, seminários, oficinas e redes de reflexão, em distintos contextos e países, assim como de uma centena de ensaios e nove livros publicados em vários idiomas, sendo seu livro mais recente Esferas da insurreição. Notas para uma vida não cafetinada (n-1, 2018). É coautora com Félix Guattari de Micropolítica. Cartografias do desejo (Vozes, 1986; livro que teve 16 edições no Brasil e foi publicado em 9 países).
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Andreia Duarte é diretora artística, curadora e atriz. Parceira há 25 anos de artistas, lideranças e representantes dos povos indígenas. Doutora pela USP com um estudo sobre arte, contra colonialidade e povos indígenas. Trabalha há 8 anos na MITsp, atualmente é Coordenadora de Relações Institucionais. Diretora artística do !PULSA! Movimento Arte Insurgente ao lado de Guilherme Marques. Realiza a Coordenação Curatorial do Museu das Culturas Indígenas, pelo Instituto Maracá. Diretora artística da Outra Margem, produtora que cria ações na perspectiva da contra colonialidade por meio de festivais, seminários, espetáculos e publicações.
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Prince Claus Fund
O Prince Claus Fund é uma fundação independente dedicada à cultura e ao desenvolvimento. Com financiamento, conexões e reconhecimento baseados em confiança, atendem artistas e profissionais culturais engajados em locais onde a cultura está sob pressão. Ao criar uma rede global de agentes de mudança e ao amplificar o trabalho inovador que realizam, pretendem contribuir para um futuro mais equitativo, pacífico, sustentável e inclusivo.
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