O astrofísico britânico Stephen Hawking, que revolucionou a Ciência e nossa maneira de entender o Universo, morreu nesta quarta-feira (14.3) aos 76 anos, conquistou tanta popularidade que sua opinião sobre qualquer tema era objeto de atenção.
Hawking se tornou um dos cientistas mais conhecidos do mundo ao abordar temas como a natureza da gravidade e a origem do universo. Também foi um exemplo de determinação por resistir muitos anos à esclerose lateral amiotrófica, uma doença degenerativa.
Stephen Hawking nasceu em 8 de janeiro de 1942, exatamente 300 anos após a morte de Galileu, e morreu na mesma data do nascimento de Albert Einstein (14 de março de 1879).
No final da década de 1960, Stephen Hawking ganhou fama com sua teoria da singularidade do espaço-tempo, aplicando a lógica dos buracos negros a todo o universo. Ele detalharia o tema ao público em geral no livro “Uma breve história do tempo”, best-seller lançado em 1988.
Em 2014, sua história de vida foi contada no filme “A teoria de tudo”, que rendeu o Oscar de melhor ator a Eddie Redmayner, que interpretou o físico no cinema.
“Primeiro, lembrem-se de olhar para as estrelas lá no alto e não para seus pés lá embaixo. Dois, nunca desistam do seu trabalho. O trabalho lhe dá sentido e propósito, e a vida é vazia sem isso. Três, se você for afortunado a ponto de encontrar amor, lembre-se de que ele está ali e nunca o jogue fora.”
(conselho para seus filhos, em ‘ABC News’, 2010)
“O maior inimigo do conhecimento não é a ignorância, é a ilusão do conhecimento.”
“Somos apenas uma estirpe avançada de macacos em um planeta menor de uma estrela muito comum. Mas podemos entender o universo. Isto nos torna muito especiais.”
(em entrevista à revista alemã ‘Der Spiegel’, 1988)
“Há uma diferença fundamental entre a religião, que se baseia na autoridade, e a ciência, que se baseia na observação e na razão. A ciência vencerá, porque funciona.”
(em entrevista ao canal americano ABC, junho de 2010).
“Mulheres. Elas são um mistério completo [para mim]”
(em ‘The New Scientist’, 2012)
“A vida seria trágica se ela não fosse engraçada.”
(entrevista a ‘The New York Times Magazine’, 2004)
“Sem imperfeição, eu e tu não existiríamos”
(na mini-série ‘Into the Universe with Stephen Hawking’, National Geographic, 2010)
“Minhas expectativas se reduziram a zero quando tinha 21 anos. O restante foi um presente.”
(entrevista ao ‘The New York Times’, dezembro de 2004)
“Acredito que o desenvolvimento pleno da inteligência artificial poderia significar o fim da raça humana.”
(entrevista à BBC, 2014)
“A vítima deveria ter o direito de terminar sua vida, se quiser. Mas acho que seria um grande erro. Mesmo que a vida possa parecer ruim, sempre há algo que você pode fazer e ter sucesso. Enquanto há vida, há esperança.”
(sobre a eutanásia, citado no site de notícias ‘People Daily online’ junho/2006)
“Vivo com a perspectiva de uma morte precoce há 49 anos. Não tenho medo de morrer, mas também não tenho pressa.”
(entrevista ao jornal britânico ‘The Guardian’, maio de 2011)
“Ninguém pode resistir à ideia de um gênio aleijado.”
(entrevista à revista americana ‘Time’, setembro de 1993)
“Eu já reparei que até as pessoas que dizem que tudo é predeterminado, e que não podemos fazer nada para mudar isso, olham antes de atravessar a rua.”
(em “Buracos Negros, Universos-bebês e outros Ensaios”, 1994)
“Eu não tenho a menor ideia. As pessoas que se gabam de seus QIs são umas perdedoras.”
(entrevista ‘The New York Times Magazine’, dezembo/2004)
“Meu objetivo é simples: É um entendimento completo do universo, por que ele é como ele é e por que ele existe afinal.”
(no livro “O Universo de Stephen Hawking”, 1985)
“Estamos em risco de nos destruir por conta de nossa cobiça e estupidez. Não podemos permanecer olhando para dentro de nós em um planeta pequeno e crescentemente poluído e superpovoado.”
“Se extraterrestres nos visitarem, o resultado poderia ser parecido com a chegada de [Cristóvão] Colombo à América, o que não foi bom para os americanos nativos. Só precisamos olhar para nós mesmos para ver como a vida inteligente pode se desenvolver em algo que não gostaríamos de encontrar pela frente.”
(no documentário ‘Into the Universe’, do The Discovery Channel, 2010)
“Deus talvez exista, mas a ciência pode explicar o universo sem a necessidade de um criador.”
(em ‘CNN’, 2010)
“Quando nós entendermos a teoria das cordas, saberemos como o universo começou. Isso não terá muito efeito na maneira como vivemos, mas é importante para entender de onde viemos e o que podemos encontrar à medida que exploramos.”
(em ‘The Guardian’, 2005)
“Encontrar a resposta para isto seria o grande triunfo da razão humana, porque então conheceríamos a mente de Deus.”
(sobre a existência do universo, em seu livro ‘Uma Breve História do Tempo’, 1988).
“A cruz de minha celebridade é que não posso ir a lugar algum sem ser reconhecido. Não basta colocar óculos escuros e uma peruca. A cadeira de rodas me entrega.”
(em entrevista a um canal de TV Israelense, 2006)
“Eu acredito que a explicação mais simples é: não existe Deus. Ninguém criou o universo e ninguém dirige nossos destinos. Isso me leva ao profundo entendimento de que provavelmente não existe céu e nem vida após a morte. Temos apenas esta vida para apreciar o grande projeto do Universo, e sou muito grato por isso.”
“Enfrentamos inúmeras ameaças: guerra nuclear, aquecimento global e vírus com engenharia genética”
(em entrevista ao The Telegraph)
“Se você pular em um buraco negro, a sua energia de massa vai retornar para o nosso universo, mas num formato distorcido que contém a informação sobre qual era sua aparência, mas em um estado no qual não pode ser reconhecido facilmente. É como queimar uma enciclopédia. A informação não se perde, se você mantiver a fumaça e as cinzas. Mas é difícil de ler.”
(em ‘O Futuro do Espaço-Tempo’, 2005)
“Penso que os vírus informáticos deviam ser considerados vida… Penso que diz algo sobre a natureza humana que a única forma de vida que criamos até agora é meramente destrutiva. Construímos vida à nossa imagem.”
NASA:
“Suas teorias desbloquearam um universo de possibilidades que nós e o mundo estamos explorando. Pode continuar voando como Superman em microgravidade, como você disse aos astronautas no @Space Station em 2014”
Uma vida dedicada aos misteriosos buracos negros
Hawking dedicou a sua vida a tentar desvendar os mistérios do Universo, procurando conhecer os seus mecanismos e a forma como tudo começou. O seu objetivo, dizia, era “simples”: queria “um entendimento completo do Universo, da razão pela qual existe e pela qual existe sequer”. Destacou-se pelo seu trabalho na astrofísica, sobretudo no campo dos buracos negros e da relatividade, bem como pela divulgação científica, sendo autor do bestseller Uma Breve História do Tempo: do Big Bang aos Buracos Negros. Escrevia com “humildade e humor”, como se lê no seu site, que tem como fundo uma imagem do espaço captada pelo telescópio espacial Hubble.
“O buraco negro só aparece em uma silhueta e depois se abre e revela informações sobre tudo o que havia caído dentro dele. Isso nos permite verificarmos o passado e prever o futuro”, disse o cientista.
A sua tese de doutoramento (intitulada Propriedades dos Universos em Expansão), escrita em 1966 quando ainda estudava na Universidade de Cambridge, foi divulgada pela primeira vez no ano passado. “Ao tornar livre o acesso à minha tese, espero inspirar pessoas em todo o mundo a olhar para cima, para as estrelas, e não para baixo, para os seus pés”, dizia Stephen Hawking. Em menos de 24 horas, houve quase 60 mil downloads da tese, informava a Universidade de Cambridge, que considerou tratar-se de um documento “histórico”.
“O compromisso me salvou a vida, me deu uma razão para viver”
(contou o físico anos mais tarde).
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