Gravado pela Rocinante, o álbum “Enseada Perdida”, do cantor, compositor e violonista Thiago Amud, tem participações de Chico Buarque e Caetano Veloso, chega nos formatos digital e vinil
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O novo álbum de Thiago Amud, “Enseada Perdida”, chega ao público em 29 de janeiro, com lançamento em vinil e nas principais plataformas de streaming. Este álbum, que marca o início das atividades da gravadora Rocinante em 2025, propõe um passeio por diferentes modos de criar canção brasileira, e conta com a participação de nomes ilustres como Chico Buarque e Caetano Veloso.
Embora dialogue constantemente com a tradição da música brasileira, Amud imprime sua própria identidade sonora e poética. Um exemplo é o frevo “Cidade Possessa”, que celebra a força vital do carnaval. A faixa conta com a participação de Chico Buarque, cuja voz lendária empresta uma carga emocional que conecta a tradição e a vanguarda da música brasileira. O próprio Chico Buarque destacou a importância de apoiar novos artistas, e sua colaboração com Amud reafirma a riqueza e a continuidade da música popular no Brasil.
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Outro grande destaque do álbum é a bela “Cantiga de ninar o mar”, cantada por Caetano Veloso. Como o título sugere, é uma canção suave e delicada, que embala como as ondas do mar numa noite de verão na Bahia. A voz de Caetano abraça a cantiga, que fica ressoando na memória como um alento. A colaboração com Caetano Veloso imprime atemporalidade à música de Amud, reafirmando sua habilidade de criar obras que vão além da simples canção, tornando-se verdadeiras poesias sonoras.
Além de “Cidade Possessa” e “Cantiga de ninar o mar”, o álbum traz outras faixas marcantes, como “Baía de Janeiro“, abre-alas do disco, “Oração à Cobra Grande” e “O Raio”, que continuam a explorar o ecletismo da obra de Amud, que vai do samba enredo ao frevo, do rock aos ritmos de candomblé, dos flertes com a improvisação até a estruturação mais erudita.
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A discografia de Thiago Amud já conta com álbuns como “Sacradança” (2010), “De ponta a ponta tudo é praia-palma” (2013), “O cinema que o sol não apaga” (2018) e “São” (2021), esses dois últimos lançados pela Gravadora Rocinante.
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Amud também trabalhou com Caetano Veloso, Guinga e Francis Hime, e suas canções foram interpretadas por artistas como Milton Nascimento, Ana Carolina, Leila Pinheiro, Mônica Salmaso e Alcione.
DISCO ‘ENSEADA PERDIDA’ • Thiago Amud • Selo Rocinante • 2025
Canções / compositores
Lado A
1. Baía de Janeiro (Thiago Amud)
2. Oração à cobra grande (Luiza Brina e Thiago Amud)
3. Se você pensasse (Thiago Amud)
4. Cidade possessa (Thiago Amud) | Participação Chico Buarque
5. Mapa-múndi (Thiago Amud)
Lado B
1. Dela (Thiago Amud)
2. Orgia (Thiago Amud)
3. Penteu (Sylvio Fraga e Thiago Amud)
4. O raio (Thiago Amud)
5. Dinamismo (Thiago Amud)
6. Cantiga de ninar o mar (Thiago Amud) | Participação Caetano Veloso
– ficha técnica –
Faixa 1A – Voz, violão 6 cordas, arranjo de base e sopros: Thiago Amud; Coro: Alice Passos, Jhê, Lívia Nestrovski, Luísa Lacerda, Mariana Baltar, Renata Chiquetto; Violão 7 cordas: Carlinhos 7 Cordas; Cavaco: Laila Aurore; Banjo: Yaya do Cavaco; Flautas: Aline Gonçalves, Alexandre Caldi, Andrea Ernest Dias, Mariana Zwarg; Saxofones alto: Denize Rodrigues, Julio Merlino; Saxofones tenor: Alexandre Caldi, Daniel Garcia; Saxofone barítono: Rodrigo Revelles; Apito e arranjo de percussões: Mestre Dudu; Pandeiro de nylon: Mestre Junior; Pandeiros de couro: Mestre Dudu, Sergio Krakowski; Tantan: Leandro Bicho; Agogô: Geovane Martins, Mestre Dudu; Cuíca: Geovane Martins, Mestre Dudu, Mestre Junior; Tamborim: Fernanda Martyns, Geovane Martins, Jota; Timbau: Leandro Bicho; Repique: Geovane Martins, Jota, Lucas Maia, Mestre Junior; Repique solo: Jota; Caixa: Fernanda Martyns, Geovane Martins, Leandro Bicho, Lucas Maia, Marcão King, Mestre Junior; Chocalho: Fernanda Martyns; Surdo de primeira: Marcão King; Surdo de segunda: Lucas Maia; Surdo de terceira: Jota; Atabaques: Gabi Guedes, Leandro Bicho, Marcão King, Mestre Junior; Melotrom: Alê Siqueira | Faixa 2A – Voz e arranjo: Thiago Amud; Coro: Alice Passos, Lívia Nestrovski, Luísa Lacerda, Mariana Baltar, Renata Chiquetto; Berimbaus, marimba, vibrafone e xilofone: Natália Mitre; Moringa, caxixi e efeitos: Luizinho do Jêje; Flauta baixo: Aline Gonçalves; Clarone: Levi Chaves | Faixa 3A – Vozes e arranjo: Thiago Amud; Guitarra: Elísio Freitas; Baixo: Vovô Bebê; Bateria: Lourenço Vasconcellos; Flautas: Aline Gonçalves, Andrea Ernest Dias; Trompetes: Gesiel Nascimento, José Arimatéa, Vander Nascimento; Trombones: Gilmar Ferreira, Jonas Hocherman; Violoncelos: Iberê Cello Ensemble (Bruno Valente, Daniel Silva, Janaína Salles, Thaís Ferreira); Melotrom e órgão Hammond: Alê Siqueira | Faixa 4A – Voz: Chico Buarque; Voz, violão, coro e arranjo: Thiago Amud; Coro: Alice Passos, Giuliano Eriston, Ilessi, Jhê, João Cavalcanti, Luísa Lacerda, Marcos Sacramento, Mariana Baltar, Renata Chiquetto, Renato Frazão; Clarinetes: Joana Queiroz, Jorge Continentino; Clarone: Joana Queiroz; Saxofones alto: Júlio Merlino, Zé Maria; Saxofones tenor: Alexandre Caldi, Jorge Continentino; Trompetes: Diogo Gomes, José Arimatéa; Trombones: Everson Moraes, Marlon Sette; Tuba: Reinaldo Seabra; Guitarras: Elísio Freitas; Agogô, caixa, chimbau, gongo, pandeiro, reco-reco e surdo: Reinaldo Boaventura; Atabaques e efeitos: Luizinho do Jêje, Orlando Costa | Faixa 5A – Voz e arranjo: Thiago Amud; Piano: Marcelo Galter; Pianos preparados: Claudia Castelo Branco || Faixa 1B – Voz e arranjo: Thiago Amud; Piano: Marcelo Galter; Baixo: Bruno Aguilar; Bateria: Reinaldo Boaventura; Batás, timbales, campanas e guiro: Eduardo Andrés; Bongô e rumpi: Luizinho do Jêje; Saxofones alto: Denize Rodrigues, Julio Merlino; Saxofones tenor: Alexandre Caldi, Daniel Garcia; Saxofone barítono: Rodrigo Revelles; Trompetes: Gesiel Nascimento, José Arimatéa, Vander Nascimento; Trombones: Aldivas Ayres, Gilmar Ferreira, Jonas Hocherman | Faixa 2B – Voz e arranjo: Thiago Amud; Vozes: Jhê; Guitarra: Elísio Freitas; Baixo: Vovô Bebê; Bateria: Lourenço Vasconcellos; Violoncelos: Iberê Cello Ensemble (Bruno Valente, Daniel Silva, Janaína Salles, Thaís Ferreira); Órgão hammond: Alê Siqueira | Faixa 3B – Voz, coro e arranjo de vozes e de base: Thiago Amud; Coro: Jhê, Lívia Nestrovski; Violão e arranjo de base: Sylvio Fraga; Piano, clavinet e arranjo de base: Marcelo Galter; Baixo e arranjo de base: Bruno Aguilar; Atabaques, cowbell, pratos, efeitos e arranjo de base: Luizinho do Jêje; Bumbo, caixa, ocean drum, lata, atabaque e arranjo de base: Reinaldo Boaventura; Vocoder: Alê Siqueira | Faixa 4B – Vozes, violão e arranjo: Thiago Amud; Violão de aço: Elísio Freitas; Violoncelos: Janaína Salles; Berimbaus e vibrafone: Natália Mitre; Pandeiro: Sergio Krakowski; Tímpanos: Tiago Calderano | Faixa 5B – Voz, assobio, violão e arranjo: Thiago Amud; Clavinet: Marcelo Galter; Baixo: Bruno Aguilar; Rum: Luizinho do Jêje; Rumpi, lé, chapa metálica, chimbau e agogô: Reinaldo Boaventura; Flautas: Aline Gonçalves, Alexandre Caldi, Andrea Ernest Dias, Mariana Zwarg; Balafon sampleado: Alê Siqueira | Faixa 6B – Voz: Caetano Veloso; Vozes, violão e arranjo: Thiago Amud; Piano: Marcelo Galter; Moringas, cabaças e efeitos: Luizinho do Jêje; Marimba: Natália Mitre || Direção artística: Thiago Amud e Sylvio Fraga | Direção musical e arranjos: Thiago Amud | Produção musical e edição: Alê Siqueira | Gravação: Pepê Monnerat, Arthur Damásio e Flávio Marcos Batata no Estúdio Rocinante | Gravações adicionais – vozes de Thiago Amud por Lucca Noacco e Mauro Araújo, no estúdio do Kassin / voz de Caetano Veloso por Edu Costa, no estúdio de Caetano Veloso / voz de Chico Buarque por Arthur Damásio, no estúdio da Biscoito Fino / base, percussão, sopros e coro de “Baía de Janeiro”, sopros e coro de “Oração à Cobra Grande”, coro de “Penteu” e sopros de “Se você pensasse”, “Dela” e “Dinamismo” por William Jr., na Companhia dos Técnicos / coro de “Cidade possessa” por Fernando Perazzo e Zé Felipe, no Estúdio Hanói / guitarras de “Cidade possessa” por Elísio Freitas, no estúdio de Elísio Freitas /tímpanos por Arthur Damásio, na Escola Nacional de Música (UFRJ) | Mistura: Pepê Monnerat no Estúdio Rocinante | Masterização: Zino Mikorey | Coordenação artística: Jhê | Coordenação técnica: Flávio Marcos Batata | Projeto gráfico: Ana Rocha | Fotografia da capa: Luisa Dörr | Retoque: Bruno Closs | Fotografias da contracapa: Lucca Mezzacappa | Figurino: Rocio Moure | Visagismo: Thy Oliveira | Direção de produção: Geraldinho Magalhães | Produção executiva: Luanda Morena, Alessandra Ramalho, Raquel Cardoso e Gláucia Mello | Agradecimentos especiais: Antonio Nunes, Guto Ruocco, Ismael Amud, Jhê, José Miguel Wisnik, Lucas Nunes, Mariana Baltar, Mario Canivello, Paula Lavigne, Rita de Podestá, Valéria Amud, Vinicius França e Zeca Veloso |Assessoria de imprensa: Pantim Comunicação / Dayw Vilar e Tathianna Nunes | Selo: Rocinante | Cat.: R024 | Formato: CD digital / LP | Ano: 2025 | Lançamento: 29 de janeiro | ♪Ouça o álbum: clique aqui | ♩compre o disco: clique aqui.
Enseada Perdida, por Thiago Amud
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Diferentemente de meus discos anteriores a este, não fui eu quem primeiro se movimentou para que houvesse Enseada perdida. Foi Zeca Veloso, quando me avisou que Chico gravaria “Cidade possessa” e Caetano a “Cantiga de ninar o mar”.
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Tais sinais, emitidos desde o sol-sim do Brasil, me levaram a projetar mais um álbum. Canções havia.
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Para a melodia mântrica de Luiza Brina eu tinha escrito a letra da “Oração à Cobra Grande”, quase amazônida.
Por sugestão de Hermano Vianna, eu compusera “Baía de Janeiro”, para A Baleia, obra audiovisual de Felipe M. Bragança e Marina Meliande. O fato de partes significativas do Rio de Janeiro serem erguidas sobre uma baía aterrada me ocupou as ideias semanas a fio em Belo Horizonte.
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“Se você pensasse” foi criada com mindinho quebrado, sem violão. Ela se dirige a qualquer pessoa em quem a carapuça servir.
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Quando li As Bacantes de Eurípedes, escrevi os versos de “Penteu”, assumindo a voz reacionária do rei anti-orgiástico. Sylvio Fraga deu, à melodia que criou, um bocado de mistério e charm irônico.
“Orgia” nasceu porque Jhê pediu música para o disco dela. Acabei gravando antes, não sem chamá-la para exuberar nos vocais.
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Tópicos íntimos parecem insinuados em “Dela”, “O raio” e “Dinamismo”, mas o que quer se exibir é tocado por certo delírio e se torna logo outra coisa.
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Algo, no entanto, revelo. A enseada é perdida porque quando voltei para o Rio, pouco me achei. Como na arcaica expressão latina, ubi sunt? — onde estão?
A vertigem pânica de saber tudo escoando paira, pluma no abismo, em “Mapa-múndi”.
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Fiz os arranjos em dois meses e meio. Impunha-se radicalizar contrastes. Samba enredo, ramunha, toada, rock, frevo, dansón.
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Até que chegou Alê Siqueira, produtor musical que, de tão sábio e exato, descobriu nos entrechoques a unidade insuspeitada.
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> Siga: @thiagoamud.oficial | @rocinantegravadora
> Site: rocinante.com.br
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Série: Discografia da Música Brasileira / MPB / Canção / Álbum.
* Publicado por ©Elfi Kürten Fenske
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