Ubiratan Marques lança “Obi Orobó” dia 24 de agosto. O single faz parte do disco Dança do tempo (Máquina de louco), que será lançado dia 19 de outubro
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“Se você não sabe o que é um Obi, se você não sabe o que é um Orobó, uma quartinha de água, uma vela, eu não tenho satisfação para te dar”, diz “Obi Orobó”, a primeira música do aguardado disco do maestro Ubiratan Marques, Dança do Tempo, que será lançado pelo selo Música de Louco (Baianasystem) no 19 de outubro. “Obi Orobó” chega ao público dia 24 de agosto.
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“Obi Orobó são duas sementes utilizadas em processos do Candomblé. A música homenageia Mãe Edelzuita de Oxaguian, filha direta de mãe Menininha do Gantois, e minha avó, a Iyalorixá Guiomar de Ogum”, explica o maestro.
Pianista, compositor, arranjador e educador, Bira Marques, como também é conhecido, é o fundador da orquestra Afrosinfônica, coletivo de 23 músicos criado em 2009 em Salvador com dois discos lançados, Branco, de 2015, e ORIN, a Língua dos Anjos, indicado ao Grammy Latino 2021. O álbum Vida de Viajante, de Maria Dapaz, também com arranjos do maestro, foi indicado ao Grammy Latino 2004.
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O trabalho solo reflete essas experiências, transversais à sua ancestralidade: “Dança do Tempo é a minha vida, a minha vivência, já que a música é a vida de cada um, o desenvolvimento da consciência através dos sons. Ela é como a chuva, toma forma onde está. No Brasil, é guardada e guiada pelos terreiros, já que a música de matriz africana é o tripé da música brasileira”, conceitua ele.
“Ubiratan Marques vem, ao longo de sua carreira, unindo de maneira particular os muitos universos formadores da música produzida no Brasil. Com os pés fincados na tradição afro-brasileira e também em sua herança sertaneja, Bira se utiliza de elementos sinfônicos, da música pop e do jazz, para construir padrões melódicos e rítmicos que ele desenvolve tanto nos seus arranjos como em suas composições, num reflexo direto da sua maneira de tocar piano. Para a Máquina de Louco, lançar esse disco agora completa o sentido de Orin, álbum de 2020 da Afrosinfônica, que antecipou o desejo do selo que se conectar com a obra de artistas que falam de uma Bahia universal. Com o lançamento da faixa ´Obi Orobó´, que antecede o álbum Dança do tempo, Bira retoma o formato de quarteto já experimentado por ele anteriormente, só que agora com o auxílio luxuoso das vozes que compõem a Orquestra Afrosinfônica, apresentando uma música livre, espiritual e muito conectada com o seu lugar”, diz Roberto Barreto, fundador do selo Máquina de Louco.
SINGLE ‘OBI OROBÓ’ • Ubiratan Marques • Selo Música de Louco • 2023
Canção / compositor
:: Obi Orobó, de Ubiratan Marques
– ficha técnica –
Ubiratan Marques (piano fender rhodes) | Reinaldo Boaventura (percussão) | Rowney Scott (sax soprano) | Alexandre Vieira (contrabaixo e voz) | Tâmara Pessôa (voz) | Introdução: Mãe Edelzuita de Oxaguian || Produção: Filipe Cartaxo e Ubiratan Marques | Engenheiro de som: Pablo Moreno Pires | Mixagem e masterização: André Magalhães | Gravado em Estúdio 12 por 8 | Agradecimentos: Lidia de Oxum | Capa: Filipe Cartaxo | Video: Filipe Cartaxo, Felipe Macedo | Assessoria de imprensa: Cristiane Batista, Maria Inês Costa /Grená Assessoria | Realização: Casa da Ponte e Maianga Produções Culturais | Selo/Editora: Maquina de Louco | Gravadora: Máquina de Louco/Casa da Ponte | Apoio: Estúdio 12 por 8 | Distribuição: Altafonte | Formato: Single digital | Ano: 2023 | Lançamento: 24 de agosto | #* Ouça o single: clique aqui.
UBIRATAN MARQUES
Natural de Salvador, Bahia, Ubiratan Marques é pianista, compositor, arranjador e educador. Bisneto de Carolina Amália de Souza, mulher que apresentou e iniciou o maestro na música, e neto da Iyalorixá Guiomar de Ogum, Belmonte, no sul da Bahia, Ubiratan Marques tem como traço marcante de sua obra a influência da música ancestral africana. Se a Orquestra Afrosinfônica, a qual dirige, é um coletivo de artistas negros, que se expressa a partir de uma abordagem decorrente de pesquisas sonoras e conceitos intimamente ligados à música afro-brasileira, com o grupo Terrero de Jesus, do qual participa, promove uma leitura jazzística dos ritmos e cantos próprios de cada orixá– os pontos de candomblé. Outro traço marcante de sua obra é a influência da música sertaneja nordestina, trazida também por laços familiares maternos que inundaram sua infância. Assim, no Grupo Pau D’Arco, o maestro apresenta uma abordagem pop inovadora, associando a melopeia e ritmos nordestinos a traços estilísticos e convenções da música moderna, já o trabalho Sertão dos Anjos tem no “baião lírico” um de seus mais fortes traços estilísticos. São muitas as influências e ritmos que compõem a sua trajetória.
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O maestro Ubiratan Marques foi fundador da Banda Reflexu’s, uma das primeiras bandas de samba reggae a conquistarem espaço no eixo Rio – São Paulo com um trabalho musical voltado à valorização da cultura afro-brasileira. Prêmio Medalha Zumbi dos Palmares, Medalha Mandela Day, Liberdade e Inclusão, 3 Troféus Caymmi, vencedor como melhor arranjo do Festival de Música Educadora, disco de ouro e platina duplo Banda Reflexu’s.
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Marques fez arranjos e trabalhou com: Gerônimo, Maria Bethânia, Johnny Alf, Toninho Horta, Martinália, Chico César, Jorge Mautner, Zé́Miguel Wisnik, José Celso Martinez, Mateus Aleluia, Daniela Mercury, Maria Alcina, Gilberto Gil, Luiz Melodia, Roberto Sion, Luís Avelima, Lazzo Matumbi, Batatinha, Bocato, Ione Papas, Leo Maia, Margareth Menezes, Carlinhos Brown, Batatinha, entre outros. O álbum “Vida de Vajante”, de Maria Dapaz, com arranjos do maestro, foi indicado ao Grammy Latino 2004.
O maestro é integrante do BaianaSystem desde 2018, tendo participado como pianista, compositor e arranjador dos álbuns “O Futuro Não Demora” vencedor do Grammy Latino 2019 e “OXE AXE EXU” com duas indicações ao Grammy. Em 2021 teve seu trabalho frente à Orquestra Afrosinfônica, o álbum ORIN – A Língua dos Anjos, indicado ao Grammy Latino. Em 2022 compôs a “Suíte Viramundo”em homenagem aos 80 anos de Gilberto Gil, especialmente para o “Espetáculo Viramundo” do Balé do Teatro Castro Alves e Orquestra Afrosinfônica.
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Ensinar é outro traço forte do maestro, que lecionou por 10 anos na Universidade Livre de Música Tom Jobim, em São Paulo, e posteriormente montou o Núcleo Moderno de Música, escola no Pelourinho, em Salvador. Enquanto residia em São Paulo, fundou junto ao Projeto Guri a Orquestra Zumbi dos Palmares, trabalho afro-sinfônico voltado à cultura negra, que o permitiu atuar como regente, dirigindo por dois anos jovens de 8 a 18 anos. Em 2011 implantou a Orquestra Sinfônica Popular Brasileira junto à Prefeitura de Camaçari, na Bahia, introduzindo o ensino de instrumentos de orquestra a jovens da rede municipal de ensino. O Maestro seguiu, então, dirigindo na Casa da Ponte a Orquestra Afrosinfônica e a Orquestra Sinfônica Jovem Popular Brasileira.
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Neste ano de 2023, se mantém à frente da Orquestra Afrosinfônica, além de realizar apresentações do “Ubiratan Marques Asé Ensemble”, grupo com variadas formações. Prepara ainda o lançamento de seu álbum “Ubiratan Marques – Dança do Tempo” e, enquanto presidente da organização social “Casa da Ponte Maestro Ubiratan Marques”, agrega às suas atividades artísticas um projeto revolucionário que promoverá ações educativas musicais para mais de 1.200 pessoas de comunidades de Salvador ligadas a grupos e blocos afro, o “Ponte Para a Comunidade – Orquestras Afrobaianas”, que ao final entregará oito Orquestras afros junto ao Olodum, Ilê Aiyê, Malê Debalê, Cortejo Afro, Pracatum, Didá, Filhos de Gandhi e Grupo Étnico Cultural, com início previsto para o segundo semestre.
ORQUESTRA AFROSINFÔNICA
Sob o comando do maestro Ubiratan Marques, a Orquestra Afrosinfônica é um coletivo de pessoas negras que se expressa a partir de uma abordagem decorrente de pesquisas sonoras e conceitos intimamente ligados à música afro-brasileira.
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Reunindo cerca de 30 músicos e estruturada por piano, percussão, sopros, contrabaixos e vozes femininas, a orquestra leva o conceito “afrosinfônico”, designado pelo maestro Ubiratan, às últimas consequências pela consciência do processo cultural da diáspora africana e pelo processo de pesquisa e estudo de repertório. É importante também dizer que essa música de matriz africana é o tripé da música brasileira, ela é praticamente quem sustenta toda a música brasileira.
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A Orquestra Afrosinfônica foi criada em novembro de 2009, com o objetivo de dialogar com expressões orais identitárias brasileiras tão resistentes e marcantes quanto a música de matriz africana e dos povos originários, entre tantas outras.
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A exemplo disso, o naipe de vozes femininas da Orquestra foi inspirado nos terreiros de candomblé e no cancioneiro popular. “foi preciso uma ampla pesquisa sobre os cânticos em Iorubá, Mucubal, Quimbundo, Quicongo – entre outros idiomas trazidos pelos escravos negros ao Brasil e ainda utilizados por seus descendentes, principalmente nos cultos do candomblé, para sintetizar a música afro, que deu origem a toda a música baiana, ligando-a à instrumentação da orquestra e gerando um espetáculo multifacetado, bem representativo da nossa brasilidade”, explica o maestro Ubiratan.
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ÁLBUNS
Branco, 2015
[disponível em CD e Plataformas Digitais]
ORIN, a Língua dos Anjos, 2021
Álbum indicado ao Grammy Latino 2021 [disponível em LP, CD (Japão), Plataformas Digitais]
CASA DA PONTE | ORGANIZAÇÃO SOCIAL
No Centro Histórico de Salvador, a Casa da Ponte Maestro Ubiratan Marques é conduzida pela crença na transformação através da cultura, da memória e da preservação de nossos patrimônios. Criada em 2018, abriga os Núcleos de Difusão de Música Sinfônica e de Preservação do Patrimônio Histórico, mantendo um espaço dedicado à educação, cultura, diálogo e fruição. Em um lindo casarão do século XVIII, localizado no Largo do Pelourinho, mantém as Orquestras Afrosinfônica e Orquestra Jovem; uma escola dedicada à música, o NMM – Núcleo Moderno de Música; e um centro cultural para a comunicação pública da Obra do Maestro, diálogos criativos com comunidades da cidade, e ocupação por artistas e intelectuais locais e de outras origens. A proposta do Núcleo de Difusão da Música Sinfônica coroa a trajetória do Maestro Ubiratan Marques em seu trabalho de composição, orquestração, criação de arranjos sinfônicos e regência que desempenha à frente da direção das Orquestras. No segundo semestre de 2023 terá início o projeto educativo da Casa da Ponte “Ponte Para a Comunidade – Orquestras afrobaianas”, de formação musical que, em parceria com oito organizações afrodescendentes: Gandhi, Olodum, Did, Pracatum, Ilê Aiyê, Cortejo Afro, Grupo Étnico e Malê Debalê, atenderá gratuitamente mais de 1.200 integrantes das comunidades, e que ao final resultará ainda na formação de uma orquestra afrosinfônica por comunidade.
*Casa da Ponte é Música e Patrimônio Histórico*
>> Casa da Ponte na rede: Site | Instagram | TVdaPonte
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Série: Discografia da Música Brasileira / MPB / Canção.
* Publicado por ©Elfi Kürten Fenske
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