O selo será voltado a publicações sobre os modos de Produção nas Artes da Cena no Brasil.
Daniele Sampaio, fundadora da SIM! Cultura, é também a primeira mulher negra a integrar o time curatorial do Festival de Curitiba no biênio 2023-2024.
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Dani Sampaio está à frente da Sim! Cultura faz uma década. É produtora e gestora cultural, pesquisadora de políticas Culturais. Doutoranda em Artes Cênicas pela USP e autora de livros e artigos decidiu comemorar os dez anos de ações continuadas da produtora criando, em parceria com a Editora Javali, um selo editorial voltado à produção cultural, a SIM! Edições.
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Dani Sampaio tem em sua pauta, agora, também como editora, o compromisso de reunir profissionais da produção no Brasil e no mundo para refletirem acerca dos atributos do ofício da produção cultural para além dos mecanismos de angariar recursos – humanos, materiais, técnicos, econômicos – em torno de projetos artísticos.
“Queremos falar a respeito do alto grau de criatividade, crítica e invenção inerentes a produção cultural”, diz Dani.
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A Editora Javali aposta em uma dimensão transversal de cultura e ao longo de oito anos publicou livros nas áreas do teatro e do cinema, contemplando segmentos da dramaturgia, roteiro, teoria, tradução e memória. Recentemente, ampliou o seu campo editorial ao publicar o primeiro Dicionário kaiowá-português, disponibilizando o volume gratuitamente nas versões digital e impressa.
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A SIM! Edições que está sendo gestada faz dois anos é uma sequência deste movimento de expansão e tem como alicerce três eixos principais: Contribuir de forma crítica com estudos acerca dos modos de produção nas Artes da Cena no Brasil; Fomentar reflexões sobre a interação entre modus pensandi e modus operandi no campo das Artes e Ampliar o debate em torno da função social da produção cultural.
Um importante adubo para esta semeadura, aponta Daniele, foi o Colóquio Internacional “Modos de Produzir: artes performativas em transição”, promovido pela Universidade de Coimbra – Portugal – em outubro de 2021. Na ocasião, a SIM! Cultura representou o Brasil – único país do Sul global no evento – ao lado de representantes da Alemanha, Bélgica, Polônia, Portugal e Reino Unido. No encontro, a tônica do debate esteve em torno dos contextos em que são produzidas as obras no âmbito das artes performativas e do papel de produtoras culturais diante das transformações dos modelos organizativos.
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“Diante da polifonia de experiências relatadas, a carência de publicações em torno dos modos de organização e produção de projetos criativos ficou latente. Onde estão registrados as metodologias, os procedimentos e os expedientes que estruturam a ação da produção frente a projetos artísticos? Como se dá a organização da práxis cotidiana desta profissão? Quais são as questões, os problemas, os desafios enfrentados por quem produz a cena independente? De que forma o registro de métodos e o compartilhamento de experiências – envolvendo todas as sensibilidades relativas à gestão de pessoas, ao fino equilíbrio nas relações com os públicos, financiadores, imprensa e crítica, à responsabilidade na gestão de recursos econômicos, dentre outras disponibilidades e expertises – podem contribuir para uma reorganização do setor e renovação de paradigmas?”, indaga Sampaio.
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“Longe de ser um fenômeno exclusivamente brasileiro, a ausência de registros sobre os modos de produção parece condenar agentes em diferentes estágios, territórios e contextos a um mesmo limbo sintomático: o eterno recomeço”, pontua Assis Benevenuto.
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Provocada por esta lacuna flagrante, a SIM! Edições convida quatro produtoras para abrirem as primeiras publicações do Selo, cujos lançamentos serão anuais a partir de abril de 2023.
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“Atuar-Produzir: desafios de artistas da cena frente à gestão de suas trajetórias”, de Heloisa Marina
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“Marina equaciona de forma magistral indagações de natureza filosófica e de ordem pragmática para desconstruir, de forma contundente, um falso conflito, frequente em discursos de artistas, entre atuar e produzir – como se essas atividades não fossem complementares e inseparáveis. Ela lustra as lentes de criadoras/produtoras e aponta, colocando-se junto neste movimento, para horizontes ainda a serem desbravados. Sem incorrer em saídas fáceis, ela dá pistas preciosas para outras formas de criação, onde a leveza, a beleza e os resultados objetivos podem fazer parte do cotidiano daquelas que escolherem o teatro como ofício”, declara Daniele Sampaio.
O Livro
ATUAR-PRODUZIR | DESAFIOS DE ARTISTAS DA CENA FRENTE À GESTÃO DE SUAS TRAJETÓRIAS
Editora Javali
e SIM! Edições · 2023
426 páginas
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