Uma taça de vinho é equivalente a 30 minutos de atividade física

“O bom vinho é um camarada bondoso e de confiança, quando tomado com sabedoria.”
– Otelo: O Mouro de Veneza – William Shakespeare – Centaur, 2013. p. 13.

De acordo com uma pesquisa da Universidade de Alberta (Canadá), a tradicional tacinha de vinho que acompanha o jantar de muitos pode ser equivalente a cerca de 30 minutos de atividade física.

Com isso, são minimizados os efeitos do sedentarismo, ajudando a evitar que os músculos envelheçam. Além disso, aumenta a densidade dos ossos, como já e melhora a circulação do sangue.

O responsável por isso é o resveratrol, componente do vinho que também traz vários outros benefícios já conhecidos, como ajudar na prevenção do mal de Alzheimer.

Mas, claro, essa substância não substitui os exercícios físicos; ela apenas é uma auxiliar no processo. Um estilo de vida saudável combinado com o consumo adequado de vinho é perfeito!
Fonte: MenuEspecial
.

Ode ao vinho

Ode ao Vinho
Vinho cor do dia
vinho cor da noite
vinho com pés púrpura
o sangue de topázio
vinho,
estrelado filho
da terra
vinho, liso
como uma espada de ouro,
suave
como um desordenado veludo
vinho encaracolado
e suspenso,
amoroso, marinho
nunca coubeste em um copo,
em um canto, em um homem,
coral, gregário és,
e quando menos mútuo.

O vinho
move a primavera
cresce como uma planta de alegria
caem muros,
penhascos,
se fecham os abismos,
nasce o canto.
Oh tu, jarra de vinho, no deserto
com a saborosa que amo,
disse o velho poeta.
Que o cântaro do vinho
ao peso do amor some seu beijo.

Amo sobre uma mesa,
quando se fala,
à luz de uma garrafa
de inteligente vinho.
Que o bebam,
que recordem em cada
gota de ouro
ou copo de topázio
ou colher de púrpura
que trabalhou no outono
até encher de vinho as vasilhas
e aprenda o homem obscuro,
no cerimonial de seu negócio,
a recordar a terra e seus deveres,

a propagar o cântico do fruto.
Pablo Neruda, em “Um Brinde à Poesia”. de Evan do Carmo. editora do Carmo, 2016.
[tradutor não indicado].

§

Soneto do Vinho
Em que reino, em que tempo e sob que silenciosa
Conjunção planetária, em que secreto dia
Que o mármor não guardou, surgiu a generosa
E única inspiração de inventar a alegria?

Ah! com outonos de ouro a inventaram. O vinho
Vermelho e ardente flui banhando as gerações
Como o rio do tempo, e em seu árduo caminho
Seu cântico nos doa, e seu fogo e seus leões.

Na jubilosa noite e na jornada adversa
Ele exalta a alegria ou suaviza o espanto.
E o ditirambo que hoje, efusivo, lhe canto

Disse-o o árabe uma vez, cantou-o outrora o persa.
Vinho, ensina-me a ver a minha própria história
Como se fora já cinza e pó na memória.
Jorge Luís Borges [tradução Anderson Braga Horta].

Revista Prosa Verso e Arte

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