Três acervos do Brasil foram aprovados para fazer parte do registro internacional do programa Memória do Mundo da UNESCO. São eles: o Arquivo Pessoal de Nise da Silveira, a Coleção Educador Paulo Freire e Antonio Carlos Gomes: compositor de dois mundos. Projeto da agência da ONU visa preservar e divulgar patrimônio documental de diferentes partes do mundo. Projeto de conservação e divulgação já conta com 427 coleções e documentos de todos os continentes.
“Todas as submissões brasileiras foram aceitas. Isso deve ser um motivo de orgulho para o país. Agora, o Brasil tem dez acervos inscritos no registro internacional”, comemora Adauto Soares, coordenador do setor de Comunicação e Informação da UNESCO no Brasil. Entre os documentos brasileiros previamente inscritos no cadastro mundial, estão a Rede de Informação e Contrainformação do Regime Militar no Brasil e o Arquivo arquitetônico de Oscar Niemeyer.
A iniciativa Memória do Mundo se divide em três níveis — global, regional e nacional. Atualmente, o registro internacional conta com 427 documentos e coleções de todos os continentes.
A inclusão no projeto dos três acervos brasileiros foi decidida ao final de outubro, durante encontrou que reuniu em Paris, na sede da agência da ONU, os integrantes do comitê consultivo responsável pelo projeto Memória do Mundo. Outras 75 coleções de diferentes países foram incluídas no programa.
Conheça os acervos brasileiros selecionados:
O Arquivo Pessoal de Nise da Silveira foi proposto pela Sociedade de Amigos do Museu do Inconsciente, no Rio de Janeiro, onde o acervo está disponível para visitação. A indicação garante a preservação dos ensinamentos da renomada psiquiatra brasileira que, por meio de cartas trocadas com Carl Jung, deu abertura para a entrada da psicologia jungiana na América Latina. Para saber mais sobre esse arquivo, assista ao vídeo produzido pela UNESCO no Brasil.
O título internacional vem dar ainda mais destaque ao arquivo de Nise da Silveira que já estava inscrito no Registro Nacional do Programa Memória do Mundo (MoW Brasil) desde 2014, assim como no Registro Regional da América Latina e do Caribe do Programa Memória do Mundo (MoW LAC), desde 2015.
O acervo Antonio Carlos Gomes: compositor de dois mundos conta com vários documentos produzidos pelo famoso compositor de ópera brasileiro, o primeiro a ter suas obras apresentadas no Teatro alla Scala, na Itália. O Museo do Teatro italiano participou da proposta dessa submissão, ao lado de diversas instituições brasileiras, configurando uma inscrição binacional Brasil-Itália. As instituições brasileiras participantes da proposta são o Arquivo Nacional (AN); a Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); a Fundação Biblioteca Nacional (FBN); o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB); o Museu Carlos Gomes do Centro de Ciências, Letras e Artes (CCLA); o Museu Histórico Nacional (MHN); o Museu Imperial (MI); e o Museu da Universidade Federal do Pará (MUFPA).
O último acervo brasileiro incluído no registro internacional é a Coleção Educador Paulo Freire, proposta por Ana Maria Araújo Freire e pelo Instituto Paulo Freire. A coleção eterniza os pensamentos de Paulo Freire, um dos educadores de maior renome da história do Brasil. Criador da pedagogia crítica e nomeado Patrono da Educação Brasileira pela lei 12.612 de 13 de abril de 2012. O acervo se encontra disponível para visitação no Instituto Paulo Freire, em São Paulo. Os documentos já haviam sido inscritos no Registro Nacional do Programa Memória do Mundo (MoW Brasil), em 2014, e no Registro Regional da América Latina e do Caribe do Programa Memória do Mundo (MoW LAC), em 2015.
Clique aqui para saber mais sobre outros acervos brasileiros inscritos (em inglês) no Registro Internacional do Programa Memória do Mundo.
Fonte: UNESCO.