SOCIEDADE

Violeta Parra – ‘Gracias a la vida’, um verdadeiro hino à vida!

“Cántame una canción inolvidable
Una canción que no termine nunca
Una canción no más
una canción
Es lo que pido.
Qué te cuesta mujer árbol florido
Álzate en cuerpo y alma del sepulcro
Y haz estallar las piedras con tu voz
Violeta Parra.”
– Nicanor Parra, do poema “Defensa de Violeta Parra”.

Uma das canções mais famosas da legendária artista chilena Violeta Parra é “Gracias a La Vida” – foi e ainda será por muitos anos um dos maiores sucessos.

“É importante ser grato […] cantar como Violeta Parra, “gracias a la vida”, uns aos outros e ao universo. A gratidão e a alegria de dizer sim fazem parte de uma postura de amor. E há sempre mil razões para se alegrar e para dar graças. Mas, para que a ação de graças seja verdadeira tem de ser coerente e justa.”
– Marcelo Barros

GRACIAS A LA VIDA
Gracias a la vida que me ha dado tanto
Me dio dos luceros, que cuando los abro
Perfecto distingo lo negro del blanco
Y en el alto cielo su fondo estrellado
Y en las multitudes el hombre que yo amo

Violeta Parra con su madre en la calle Segovia 7366. La Reina, Santiago. 1959.

Gracias a la vida que me ha dado tanto
Me ha dado el oído que en todo su ancho
Graba noche y día, grillos y canarios
Martillos, turbinas, ladridos, chubascos
Y la voz tan tierna de mi bien amado

Gracias a la vida que me ha dado tanto
Me ha dado el sonido y el abecedario
Con él las palabras que pienso y declaro
Madre, amigo, hermano, y luz alumbrando
La ruta del alma del que estoy amando

Gracias a la vida que me ha dado tanto
Me ha dado la marcha de mis pies cansados
Con ellos anduve ciudades y charcos
Playas y desiertos, montañas y llanos
Y la casa tuya, tu calle y tu patio

Gracias a la vida que me ha dado tanto
Me dio el corazón que agita su marco
Cuando miro el fruto del cerebro humano
Cuando miro al bueno tan lejos del malo
Cuando miro al fondo de tus ojos claros

Gracias a la vida que me ha dado tanto
Me ha dado la risa y me ha dado el llanto
Así yo distingo dicha de quebranto
Los dos materiales que forman mi canto
Y el canto de ustedes que es mi mismo canto
Y el canto de todos que es mi propio canto
Gracias a la vida que me ha dado tanto
– Violeta Parra (composição)

Abaixo apresentamos algumas das mais belas interpretações de “Gracias a la vida”, de Violeta Parra:

“Gracias a la vida”, de Violeta Parra por ela mesma

“Gracias a la vida”, de Violeta Parra, interpretação Mercedes Sosa

“Gracias a la vida”, de Violeta Parra, interpretação Elis Regina

“Gracias a la vida”, de Violeta Parra, interpretação Joan Baez & Mercedes Sosa

“Gracias a la vida”, de Violeta Parra, interpretação Dolores Pradera y Raphael

“Gracias a la vida”, de Violeta Parra, interpretação Fito Paez (voz e piano)

Instrumental

“Gracias a la vida”, de Violeta Parra, interpretação Eulogio Dávalos 

“Gracias a la vida”, de Violeta Parra, interpretação Maureen Choi Quartet

“Sensível, forte, luminosa e criadora […] O importante do legado de Violeta está na magnitude da sua obra, que não é somente musical; tem uma obra visual, poética; é uma artista absolutamente multifacetada”
– Isabel Parra (filha da cantora)

“A música pode vir antes da revolução. Porque pode ser ferramenta da revolta futura. Violeta Parra, cantora, compositora, pintora, ligou a sua música à revolução de uma forma particular – com a sua voz e a sua guitarra mergulhou a canção-testemunho e a canção popular da América do Sul num caldo de revolta. Em 1973, ela já se tinha suicidado, mas as suas canções participaram (pela voz de outros) na denúncia do terror do golpe de estado e da ditadura de Pinochet no Chile. Inspirou muitos músicos e combatentes da América Latina, deu ânimo a outras vozes para se exprimirem em liberdade e se revoltarem também, gritarem a urgência de outra sociedade. A canção-revolta é contagiante. E Violeta Parra contagiou directa ou indirectamente a música de Milton Nascimento, Chico Buarque, José Mário Branco, José Afonso. E até a de um Tino Flores, quando este canta “um rio de revolta”, que nunca secou ao longo da história”
– Manuel Deniz Silva e Pedro Rodrigues (musicólogos). “O som contagioso da revolta [“a revolução é p’ra já”?], no artigo ‘O tempo das cerejas – algumas anotações sobre Música e revolução’. Revista Vírus, 2008. 

Mais sobre Violeta Parra:
:: Violeta Parra

Violeta Parra no Chile:
No site da Fundação Violeta Parra, encontra-se a sua biografia detalhada. O Museu Violeta Parra, em Santiago do Chile. E o Site oficial das comemorações Violeta Parra 100 anos.

“Violeta de los Andes

Flor de la cordillera de la costa
Eres un manantial inagotable
De vida humana.

Tu corazón se abre cuando quiere
Tu voluntad se cierra cuando quiere
Y tu salud navega cuando quiere
Aguas arriba

Basta que tú los llames por sus nombres
Para que los colores y las formas
Se levanten y anden como Lázaro”
– Nicanor Parra, do poema “Defensa de Violeta Parra”.

Violeta Parra con su hija Carmen Luisa en una fonda en Ginebra. 1963

“que viva tu nacimiento
bello botón de rosal”

Revista Prosa Verso e Arte

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