O disco ‘Violão Afro-Brasileiro’ de Patrick Angello traz releitura de gravações do linguista afro americano Lorenzo Dow Turner em versões próprias que homenageiam a mata atlântica e os povos da floresta: afro-brasileiros e indígenas
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Criado a partir da performance ‘Valongo: Afro-Brazilian Guitar’, evento que aconteceu na Universidade de Indiana, nos Estados Unidos, realizada em 2023, o violonista carioca Patrick Angello apresentou em 2 de agosto (2024), nas plataformas digitais de música, seu primeiro álbum de violão solo com nove composições próprias em homenagem à mata atlântica e aos povos da floresta: afro-brasileiros e indígenas.
A performance que deu origem ao conceito do disco propõe releituras das gravações produzidas pelo linguista afro-americano Lorenzo Dow Turner nos terreiros de Candomblé da Bahia entre 1940-1941, presentes na Colleccion Archives of Traditional Music da Indiana University. Mistérios de Exú (2023), Pedra de Xangô (afrosamba, 2023), Lágrimas de Iemanjá (Choro, 2023) e Caboclo Oxossi, reza com a participação de Carlos Papa, líder espiritual Guarani Mbya, 2023, integram a performance e fazem parte do álbum, trazendo a sonoridade do violão brasileiro aliada à cosmovisão das religiões de matriz africana.
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As composições Mainó (beija-flor em Guarani) e Tatá (fogo) são uma homenagem do compositor ao povo Guarani, que milenarmente habitam a floresta diante da Mata Atlântica. Baleias (2022), Pau-Brasil (Maxixe, 2023) e Tiê-Sangue (pássaro símbolo da mata atlântica) (2024), integram a obra. Com este álbum solo de violão, o músico Patrick Angello pretende tocar as raízes, a matriz, não apenas da história do violão na música brasileira, mas de sua própria identidade.
DISCO ‘VIOLÃO AFRO-BRASILEIRO’ • Patrick Angello • Selo Kuarup • 2024
Canções / compositores
1. Mistérios de Exu (Patrick Angello)
2. Tiê-Sangue (Patrick Angello)
3. Baleias (Patrick Angello)
4. Pau Brasil (Patrick Angello)
5. Lágrimas de Iemanjá (Patrick Angello)
6. Oxóssi Caboclo (Patrick Angello)
— Reza do povo Guarani Mbya | Participação especial: líder espiritual Carlos Papá
7. Mainó (Patrick Angello)
8. Tatá-O Fogo (Patrick Angello)
9. Pedra de Xangô (Patrick Angello)
– ficha técnica –
Patrick Angello (violão) | Participação especial: líder espiritual Carlos Papá (recitando – fx. 6) | Produção musical e arranjos: Patrick Angello | Gravado no Estúdio Araras, por Sérgio Lima Netto | Mixagem e masterização: Sérgio Lima Netto e Patrick Angello | Foto de capa e divulgação: Edu Simões | Selo: Gravadora Kuarup | Formato: CD Digital | Ano: 2024 | Lançamento: 2 de agosto | ♪Ouça o álbum: clique aqui.
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Sobre Patrick Angello
Nascido e criado no subúrbio do Rio de Janeiro, neto de Jacira Ialorixá e do bandolinista Azedinho, Patrick Angello aprendeu a tocar os principais gêneros da música brasileira através do contato com os criadores do choro e do samba. Esses mentores incluíam Dino 7 Cordas e Valdir Silva, os principais instrumentistas responsáveis pela popularização do violão de 7 cordas na história da música popular brasileira. Músico, diretor musical, compositor, violonista (seis e sete cordas), arranjador e professor especializado em métodos pedagógicos para violão brasileiro, Patrick Angello pretende tornar audíveis suas memórias guardadas entre as raízes do que restou da mata atlântica no morro da matriz, onde aprendeu a tocar violão de 6 e 7 cordas com seu tio Cloves do Violão (violão de 7 Cordas da Escola de Samba Primeira Estação da Mangueira). Em 2002, Patrick integrou o tradicional conjunto de choro Chapéu de Palha, que é um dos grupos mais importantes que interpretam choro e samba no Brasil. O conjunto já acompanhou artistas renomados como Elza Soares, Beth Carvalho, Roberto Silva, Peri Ribeiro e Miltinho entre outros.Como violonista de 7 cordas, Angello já gravou mais de 200 discos, muitos deles do gênero choro e samba como Altamiro Carrilho, Coletânea Rádio MEC, 2005, Velha Guarda da Mangueira no álbum Geraldo Pereira, de 2019, Almir Guineto e a nova geração como Gabriel Cavalcanti (O que Vai Ficar pelo Salão, de 2009) e Luís Barcelos (Depois das Cinzas, de 2011). Patrick Angello também acompanhou mestres como Nelson Sargento, Beth Carvalho, Dona Ivone Lara, Ataulfo Alves Junior, tendo também acompanhado Zeca Pagodinho em gravações. No teatro, participou como diretor musical em diversos projetos relacionados com a divulgação da história do samba e do choro, como o Projeto Sambando e Chorando no Teatro João Caetano e como diretor e arranjador de Lupicínio Rodrigues (2023). No cenário da música instrumental internacional, Patrick Angello percorreu a Europa com seu trio de música instrumental participando do Ancona Jazz Festival na Suíça, Cittá di Cannobio, Itália e Alemanha em 2012 e 2013. Em 2020, realizou turnê solo em Israel. Como compositor e artista solo, Patrick Angello vem fazendo turnês pelos EUA e Europa. Como professor de violão de sete e seis cordas, Patrick Angello se destaca por ter desenvolvido um método de ensino único baseado em suas experiências e técnica com o violão brasileiro.
Sobre a Kuarup
Especializada em música brasileira de alta qualidade, o seu acervo concentra a maior coleção de Villa-Lobos em catálogo no país, além dos principais e mais importantes trabalhos de choro, música nordestina, caipira e sertaneja, MPB, samba e música instrumental em geral, com artistas como Baden Powell, Renato Teixeira, Ney Matogrosso, Wagner Tiso, Rolando Boldrin, Paulo Moura, Raphael Rabello, Geraldo Azevedo, Vital Farias, Elomar, Pena Branca &Xavantinho e Arthur Moreira Lima, entre outros.
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Série: Discografia da Música Brasileira / MPB / instrumental / álbum.
* Publicado por ©Elfi Kürten Fenske
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