Área comum do edifício ganhou uma dimensão particular para cantor; a partir dos degraus, Zé Ibarra apresenta o álbum ‘Marquês, 256’, oito faixas e material audiovisual, lançados pelo Coala Records
.
Tudo ecoa de forma potente e expansiva nas escadarias do Edifício Marquês de São Vicente, número 256, no bairro da Gávea, Rio de Janeiro, onde o cantor, compositor e multi-instrumentista Zé Ibarra passou a infância – fazendo “concertos de latas de tinta” aos 4 anos – e a adolescência, descobrindo a música. Ligado a essa percepção, até então primária e particular, o artista lançou, no dia 25 de maio (2023), um projeto retomando justamente a sonoridade que conheceu naquele espaço, com músicas gravadas apenas com voz e violão entre os degraus do edifício. Lançado pelo selo Coala Records, Marquês, 256. tem oito faixas disponíveis nas plataformas de streaming de áudio; e se desdobra em material audiovisual no YouTube.
.
Prólogo do primeiro disco-solo em estúdio de Ibarra, previsto para o início de 2024, o projeto é feito de material fonográfico e visual de versões mais orgânicas de canções que marcaram a vida pessoal e a carreira dele. Parte delas deu corpo às lives apresentadas pelo artista durante a pandemia de covid-19, e reproduzidas da área comum do prédio. As memórias de quando era criança, a visitação a um repertório que representasse o retrato de diferentes épocas do próprio amadurecimento e a vontade de registrar a aura do prédio, a que chama de “um objeto fantástico”, foram guias para que Zé Ibarra contemplasse o projeto da forma que ele é.
.
“O prédio virou um objeto fantástico na minha vida. Sabe aquele lugar em que você conhece cada milímetro e é apaixonado por cada milímetro? Sei cada portinha, cada escada, cada planta”, explica Zé Ibarra. “Até hoje, quando me apaixono por uma canção e quero cantá-la, é para lá que volto, para ouvir o som que reverbera naqueles corredores. É quase como extensão do meu corpo, faz parte de mim. Parece engraçado dizer algo assim, mas na verdade é uma sorte que dei. Talvez se não tivesse tido contato com uma acústica maravilhosa desde pequeno, não teria entendido que música é das coisas mais sensíveis e milagrosas que há”, completa ele. A voz de Zé Ibarra, marcadamente uma das mais importantes de sua geração na música, aparece em primeiríssimo plano em Marquês, 256. A partir dela, ele se permite resgatar a figura de cantautores brasileiros, como Milton Nascimento, Gilberto Gil, João Bosco e Caetano Veloso, para deixar o violão como “de quem se acompanha”. “Ele é quase um respaldo ocasional para a voz. O tema do projeto é esse: a voz e a canção, como tantos outros já fizeram; esse é um lugar muito bonito e quase de afeto dentro da música popular brasileira, e quis contribuir com isso como pude, porque vejo um poder muito grande aí”, aponta o artista.
Na escolha das faixas para o projeto, Zé Ibarra também revistou histórias de encontros e inspirações musicais – veio daí, por exemplo, a inclusão de “San Vicente”, composição de Milton Nascimento e Fernando Brant, na tracklist. “Essa sempre foi a minha predileta do Clube da Esquina, desde quando descobri o álbum, aos 11 anos. Tem uma solenidade na melodia, uma beleza no arranjo que sempre, toda vez que ouço, me emocionam”, explica ele. Depois de ter saído em turnê com Milton e de ter apresentado a ele um áudio com a música gravada despretensiosamente nas escadarias do prédio, Zé Ibarra a vê como uma “instituição” que se constrói dentro de si. “Não podia deixar de colocar ela no disco. E ela agora vai sair de um áudio na escada para ser entregue ao mundo”, analisa.
.
Entre as regravações, estão: “Vou-me embora”, canção de Paulo Diniz em parceria com Roberto José; “Dó a dó”, uma composição de amor, no piano, de Dora Morelenbaum e Tom Veloso; “Hello”, em que a letra de Sophia Chablau se apoia na metalinguagem para brincar com palavras em inglês e em português; “Olho d’água”, de Waly Salomão e Caetano Veloso, registrada por Maria Bethânia e “Vai atrás da vida que ela te espera”, de Guilherme Lamounier e gravada por Zé Ibarra anteriormente. O projeto ainda inclui a inédita “Como eu queria voltar”, escrita pelo artista ao lado de Tom Veloso e Lucas Nunes, e “Itamonte”, mais uma autoral do cantor.
.
A profundidade do projeto também está na estética do conteúdo audiovisual. Criado pela produtora Cosmo, o vídeo de pouco mais de 20 minutos alinhava as músicas passando pelos detalhes do prédio – o hall de entrada, o elevador em movimento, e as sombras e luzes incidentes no espaço – mostrando Zé Ibarra convidando o público a assistir a um cenário cotidiano e, ao mesmo tempo, recriado com a interferência da arte. “O prédio é vivo e direto. Muitas vezes, quando começava a tocar, os moradores do prédio abriam suas portas ou até mesmo subiam uns degraus para acompanhar o som. Só aí já tem um quê de ‘chega mais’, que amo, ainda mais nesse mundo de espaços tão delimitados. Então, no vídeo, quis olhar para a câmera quase como um convite, do tipo: ‘Venha aqui’, ‘Chega mais perto’”, diz o cantor.
DISCO ‘MARQUÊS, 256 • Zé Ibarra • Selo Coala Records • 2023
Canções / compositores:
1. Vou-me embora (Paulo Diniz e Roberto José)
2. Como eu queria voltar (Lucas Nunes, Tom Veloso e Zé Ibarra)
3. Dó a dó (Dora Morelenbaum e Tom Veloso)
4. Hello (Sophia Chablau)
5. Itamonte (Zé Ibarra)
6. Olho d’água (Caetano Veloso e Waly Salomão)
7. Vai atrás da vida que ela te espera (Guilherme Lamounier)
8. San Vicente (Milton Nascimento e Fernando Brant)
– ficha técnica –
Zé Ibarra (voz e violão / piano – fx. 3) || Direção artística e conceito: Zé Ibarra | Gravação: Lucas Nunes | Mixagem: Lucas Nunes e Zé Ibarra | Masterização: Lucas Nunes | Produção executiva: Fernanda David e Henrique Neves | Material fotográfico: Elisa Maciel e Michael Barth | Designer gráfico: Hermes Miranda | Diretor de arte: Hermes Miranda | Realização: Augustinho Nascimento e Raphael Pulga | Gravadora: Coala Records | Produtora Audiovisual: Cosmo | Assessoria de imprensa: Trovoa Comunicação | Agência de comunicação: b+ca || #* Ouça Marquês, 256. clique aqui.
.
————————**********************************
.
AUDIOVISUAL ‘MARQUÊS, 256 • Zé Ibarra • Cosmo • 2023
Canções /compositores:
1. Itamonte (Zé Ibarra)
2. Vai atrás da vida que ela te espera (Guilherme Lamounier)
3. Dó a dó (Dora Morelenbaum e Tom Veloso)
4. Hello (Sophia Chablau)
5. San Vicente (Milton Nascimento e Fernando Brant)
– ficha técnica – audiovisual –
Zé Ibarra (voz e violão / piano – fx. 3) | Direção: Tadeu Bijos e Pedro Alvarenga | Direção artística e conceito: Zé Ibarra | Realização: Augustinho Nascimento e Raphael Pulga | Produção executiva: Fernanda David, Bernardo Portella, Henrique Neves | Diretor de produção: Guilherme Meirelles | Assistente de direção: Giulia Nasseh | Assistente de produção executiva: Luiza Faria | Assistente de produção: Lucas Beaubernard | Estagiária: Marcella Veríssimo | Direção de fotografia: Daniel Venosa || 1º Assistente de câmera: André Andrade | 2º Assistente de câmera: Gabriel Reis | 3º Assistente de câmera: João Gabriel Torgano || Material fotográfico: Elisa Maciel e Michael Barth | Som direto: Guil Guimarães Neves, Igor Leite Araújo e Eduardo Falcão | Desenho de som: Pedro Figueiredo || Montagem e finalização: João Sucupira | VFX: Pedro “TheZakman” Araújo || Designer gráfico: Fernando Blanchart, Caio Paiva e Hermes Miranda | Tratamento: Liz Maria Mariani | Direção de arte: Ana Roca Deffense e Hermes Miranda | Figurinista: Aléxia Azambuja | Assistente figurino: Lara Caliari Pazini | Maquiagem: Juliana M.G. Zanini || Maquinista: Odilon Gomes | 1º Assistente de maquinaria: Antônio José de Almeida | 2º Assistente de maquinaria: Múrcio de Assis Mota | Gaffer: Raphael Santana | 1º Assistente de elétrica: Robert Wagner Gomes || Gravação: Lucas Nunes | Mixagem: Lucas Nunes e Zé Ibarra | Masterização: Lucas Nunes || Gravadora: Coala Records | Produtora audiovisual: Cosmo | Assessoria de imprensa: Trovoa | Agência de comunicação: b+ca || #* Assista ao audiovisual de Marquês, 256. clique aqui!
.
>> Zé Ibarra nas redes sociais: Instagram | Tiktok | Twitter | Facebook | Youtube
Série: Discografia da Música Brasileira / MPB / Canção.
* Publicado por ©Elfi Kürten Fenske
Chegando em 2025 aos 50 anos de sua fundação, o Grupo Corpo celebra a trajetória…
Os ensaios abertos do Bloco da Orquestra Voadora já viraram referência na programação cultural do…
Esse final de semana será de grandes apresentações no Soberano Jazz Club, com destaque para…
Danças de Presente, três improvisações breves de Marcus Moreno, dedicadas a Mariana Muniz, Alex Ratton…
Núclea de PesquiZa Tranzborde reflete sobre o amor a partir das existências dissidentes no espetáculo…
A Temporada 2025 da tradicional Série Dellarte Concertos Internacionais traz concertos de primeira linha com…