quinta-feira, novembro 21, 2024

Zilá Lima lança seu primeiro álbum ‘Cantando Memórias’

Mergulhando em ritmos brasileiros e na ancestralidade africana, Zilá Lima lançou o álbum ‘Cantando Memórias’, em 12 de outubro. Com capa de Elifas Andreato, a cantora e compositora do Rio de Janeiro propõe uma viagem musical em 13 faixas autorais, que trazem a África, heroínas negras e a raiz afro-brasileira como principais inspirações. Show de lançamento 21 de novembro, 19h no Teatro Ruth de Souza – Santa Teresa, Rio de Janeiro – RJ
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Uma viagem musical que tem os ritmos brasileiros e a herança cultural africana como maiores inspirações. Este é o primeiro álbum da cantora, compositora e berimbalista do Rio de Janeiro, Zilá Lima, “Cantando Memórias”, lançado pela Kuarup, e que chegou nas plataformas de música em 12 de outubro, Dia de Nossa Senhora Aparecida, sincretizada também como a Iabá Oxum das religiões de matriz africana, reverenciada pela artista.

Em seu primeiro disco, Zilá apresenta 13 canções autorais – com produção musical de Celsinho Silva, arranjos de Rogério Souza e músicos como Bebê Kramer, Eduardo Neves, Jefferson Lescowich, João Camarero e João Lyra -, que trazem como temas a diáspora africana, as manifestações culturais afro-brasileiras e a espiritualidade, atravessados por ritmos como samba, samba de roda, canção praieira, ijexá e até afro-choro e afro-bossa, criando um caldeirão cheio de tempero musical, que exalta a ancestralidade.
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Outro destaque do álbum é a capa, assinada pelo designer Elifas Andreato e que tem como cerne a figura do Pensador angolano, imagem de origem Tchokwe e símbolo da cultura nacional de Angola, que representa a sabedoria, a experiência de longos anos vividos e o conhecimento dos segredos da vida. Andreato, um dos mais tarimbados criadores de capas de discos da MPB, deixou a arte pronta antes de falecer, em 2022, sendo este um dos seus últimos trabalhos.

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Zilá Lima – foto © Alessandra Tolc

Uma viagem musical pelas histórias e memórias ancestrais
A maioria das canções de “Cantando Memórias” foram compostas primeiro com o berimbau, instrumento que acompanha Zilá desde muito cedo, quando aos 12 anos, começou a praticar capoeira e a conhecer suas tradições, rituais e cantigas. Foi a capoeira que a levou a compor, inspirada pelas histórias que a sua mãe, nascida e criada na região onde se situava o Quilombo dos Palmares, em Alagoas, contava, nutrindo a artista com memórias ancestrais e histórias de escravizados passadas por gerações.
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“Desde menina sinto uma grande necessidade de me fazer presente nas lutas antirracista e pela liberdade religiosa. Encontrei na música o melhor jeito de passar esta mensagem. Esse disco é parte da minha vontade de transformar em poesia e som, as histórias que sempre ouvi e que me nutriram de amor e de respeito pela cultura originária africana”, afirma a artista, que também integra a Comissão Estadual da Verdade da Escravidão Negra no Brasil (CEVENB), da OAB-RJ, e que também é servidora do Arquivo Nacional.

“Flor D’Água”, um “afro-choro” em parceria com Saulo Ligo, fala sobre o encontro com a própria essência, a ancestralidade e sobre o necessário mergulho interior para que o melhor possa emergir. A canção, escolhida para ser a música de trabalho, também faz referência à Iabá Oxum, que tem seu dia comemorado na data do lançamento do álbum.
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Os orixás das religiões de matriz africana aparecem com frequência em Cantando Memórias, bem como recortes afetivos e históricos de memórias do povo negro. “Foi no Valongo”, por exemplo, apresenta uma narrativa sobre a história do Cais do Valongo, no Rio de Janeiro.

“No álbum, chamo a atenção para a riqueza cultural afro-brasileira. Também reverencio as religiões de matriz africana e suas importantes figuras e entidades, além de heroínas e grandes mulheres da nossa história. Sinto que trazer à luz o que nos foi negado na escola é uma importante missão”, explica Zilá, que tem como referências nomes como Paulo César Pinheiro, Baden Powell, Dona Ivone Lara, Roque Ferreira, Dorival Caymmi, Cartola e o canto ancestral de Clementina de Jesus.
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Outro destaque do disco é a faixa “Saudade”, uma “afro-bossa” que relembra a trajetória da rainha africana Nzinga Mbandi Kia Mbandi, conhecida como Rainha Ginga, além da música Conceição Evaristo, que homenageia a premiada escritora e uma das heroínas da luta antirracista.

Do início ao fim, “Cantando Memórias” propõe uma espécie de viagem, que começa com a primeira faixa, “Ô de Casa”, um samba de roda que remete à travessia atlântica África-Brasil, e que termina com “Vou Voltar Pra Angola”, samba que descreve o sonhado retorno. A faixa-bônus “Mãe África” é um ijexá que homenageia a África como a mãe do mundo, onde a humanidade surgiu, encerrando a viagem musical proposta pela artista e homenageando importantes mulheres negras de todos os tempos.
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Apesar do ritmo alegre na maioria das músicas, o álbum traz potentes reflexões em suas letras.
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““Cantando Memórias” é um disco com muito samba e ritmos brasileiros. As músicas, além de trazerem mensagens positivas, propõem reflexões intensas sobre a história do povo negro e as nossas heranças culturais. É um convite a dançar, a ser feliz e também a refletir. É um chamamento para nos engajamos na luta contra o racismo, a favor da liberdade religiosa e pelo direito de todos conhecerem a verdadeira história africana e afro-brasileira”, conclui.

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Capa do álbum ‘Cantando Memórias’ • Zilá Lima • Selo Kuarup • 2023 – Arte: Elifas Andreato

DISCO ‘CANTANDO MEMÓRIAS’ • Zilá Lima • Selo Kuarup • 2023
Canções / Compositores
1. Ô de casa (Zilá Lima)
2. Berimbau (Zilá Lima)
3. Foi no Valongo (Zilá Lima)
4. Flor d’água (Saulo Ligo e Zilá Lima)
5. Conceição Evaristo (Zilá Lima)
6. Saudade (Zilá Lima)
7. Eu não ando sozinha (Zilá Lima)
8. Deixa o vento passar (Zilá Lima)
9. Jangadeiro (Zilá Lima)
10. Nunca se deixe desanimar (Zilá Lima)
11. Se eu for embora (Zilá Lima)
12. Vou voltar pra Angola (Zilá Lima e Tony César)
13. Mãe África (Zilá Lima) / Faixa bônus
– ficha técnica –
Zilá Lima (voz – fx. 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13; berimbau – fx. 2, 13) | Rogério Souza (violão 6 cordas – fx. 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13) | João Camarero (violão 7 cordas – fx. 4, 5, 7, 8, 10, 11) | Jefferson Lescowich (baixo acústico – fx. 3; baixo – fx. 13) | Guto Wirtti (baixo – fx. 6) | Luis Barcelos (bandolim – fx. 4) | Jorge Filho (cavaquinho – fx. 4, 5, 7, 8, 10, 11) | João Lyra (viola – fx. 9) | Bebê Kramer (acordeon – fx. 1) | Adriano Souza (piano – fx. 6) | Eduardo Neves (flauta – fx. 5, 7) | Aquiles de Moraes (trompete – fx. 11) | Celsinho Silva (percussões – congas – fx. 1, 12; conga – fx. 8, 13; tambor – fx. 1; triângulo – fx. 1; prato – fx. 1, 13; pratos – fx. 2, 3, 6, 8; agogô – fx. 1, 2, 5, 7, 10, 11, 13; ganzá – fx. 3, 5, 7, 8, 10; surdo – fx. 3, 5, 7, 10, 11; palmas – fx. 3; tamborins – fx. 3, 5, 7, 10, 11; pau de chuva – fx. 3; pandeiro – fx. 4, 7, 10, 11; ábaco – fx. 4, 6; cajon – fx. 6, 12; reco-reco – fx. 8; caixetas – fx. 8; caixeta – fx. 9; efeitos – fx. 9; caixa – fx. 10, 11; prato e faca – fx. 12; caxixi – fx. 12; caxixis – fx. 13; moringa – fx. 13) | Netinho Albuquerque (percussão – cincerro – fx. 12) | Paulino Dias (percussão – agogô, ganzá, caxixi, coquinho, reco-reco, tambores  e castanhas – fx. 2) | Eduardo Silva (pandeiro – fx. 5, 7) | Marcos Esguleba (cuíca – fx. 11) || Coro (fx. 1, 3, 5, 8, 10, 12, 13): Alcides Junior, Estela Manfrinato, Mery Hellize e Saulo Ligo | Coro (fx. 7): Estela Manfrinato e Mery Hellize | Palmas (fx. 8): Alcides Junior, Estela Manfrinato, Mery Hellize e Saulo Ligo | Produção executiva e fonográfica: Zilá Lima | Produção musical: Celsinho Silva | Arranjos: Rogério Souza | Direção de coro: Estela Manfrinato | Gravação: Sérgio Vieira de Lima Neto – Estúdio Araras, RJ | Gravação de coro (fx. 1, 5, 7, 8, 10, 12): Celso Rocha, no Estúdio Apache, SP | Gravação do coro (fx. 3, 13): Ramon Saci – Natural Music Studio, SP | Mixagem e masterização: Celso Rocha | Arte de capa: Elifas Andreato | Fotos: Alessandra Tolc | Assessoria de imprensa: Mario Camelo / Prisma Colab | Selo: Kuarup | Formato: CD / Digital | Ano: 2023 | Lançamento: 12 de outubro | #* Ouça o álbum: clique aqui / ou no canal da artista aqui.

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Zilá Lima – foto © Alessandra Tolc

SERVIÇO – SHOW
Zilá Lima – lançamento do álbum Cantando Memórias (dedicado à Ruth de Souza, com reverência a 100 mulheres negras)
Local: Teatro Ruth de Souza – Parque Glória Maria (antigo Parque das Ruínas) – R. Murtinho Nobre, 169 – Santa Teresa, Rio de Janeiro – RJ
Data: 21 de novembro de 2023 (terça-feira)
Horário: 19h
Duração: 90 minutos
Capacidade: 75 lugares
*Lista amiga: 15 reais* (Pix: [email protected] e envio do comprovante para o mesmo e-mail)
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>> Zilá Lima na rede: Instagram | Facebook | Youtube
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Série: Discografia da Música Brasileira / Samba / Ritmos brasileiros / Álbum.
* Publicado por ©Elfi Kürten Fenske

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